O medo da inflação
A volta da inflação vai muito além dos conceitos teóricos e de seus efeitos macroeconômicos. Tem consequências reais no dia a dia, altera hábitos, comportamentos e até a cultura de um povo. Muitos brasileiros adultos sabem disso, viveram e consumiram numa época anterior a 1994, quando, finalmente, o plano Real derrubou o dragão.
Recebíamos o salário e corríamos para grandes supermercados para comprar e estocar alimentos, evitando que o dinheiro perdesse seu valor até o fim do mês. Um jovem de 20 anos não alcança essa lógica, tem dificuldades até de entender o fenômeno da inflação.
Ida ao mercado
Recentemente, no entanto, imagens exibidas numa reportagem do Jornal da Globo revelaram uma verdadeira aula de ginástica no supermercado, remetendo a tempos que não desejamos mais reviver. Os clientes, agora, flexionam os joelhos, abaixam e levantam diante das prateleiras, pegam e soltam os produtos, olham, conferem e tiram suas calculadoras (do celular) dos bolsos antes de montar suas cestas.
Uma ida ao mercado não é mais apenas escolher os produtos de que mais gostamos e nossos itens favoritos. Comparamos preços, qualidades, abrimos mão de marcas mais caras, experimentamos as mais baratas, deixamos o supérfluo para outro dia…
Sistema de metas e BC alerta
É claro que, embora preocupante, a época atual guarda enorme distância daquela temida década de 80 (e início dos 90), a hiperinflacionária. Hoje, temos um sistema de metas e um Banco Central alerta. Os cerca de 8,5% em 12 meses são indesejáveis, é claro, mas estão longe dos 2.477% de 1993. Em março de 1990, o IPCA bateu inacreditáveis 82%.
Mas com inflação não se brinca, não podemos dar brecha. Essa alta generalizada do nível de preços da economia deve ser vigiada de perto e combatida. A meta do BC de 4,5% ao ano para 2015, com variação de dois pontos percentuais, ou seja, um teto de 6,5%, já é dada como perdida pelo mercado, que trabalha com algo em torno dos 9%.
Além da ginástica nos produtos de varejo, há mais o que fazer. Este ano, a alta do dólar e o avanço dos preços administrados (energia e transporte, por exemplo) pressionam bastante. Devemos evitar, portanto, os itens mais caros, importados e economizar onde não podemos escapar. Na conta de luz, por exemplo.
Investimento é escudo contra inflação
Uma boa estratégia é, ainda, postergar o sonho de consumo para outro momento mais oportuno. Enquanto isso, protegemos nosso dinheiro em investimentos que nos deem retorno a médio e longo prazo, sempre de olho nos nossos objetivos. O ideal, portanto, é pesquisar também o que há de melhor não só no consumo, mas também entre as aplicações.
Para quem está realmente preocupado com a inflação, uma opção é o Fundo Órama Inflação, que busca rentabilidade acima da variação do IPCA. Na Órama, você encontra ainda informação de sobra em nossos e-books para tomar a melhor decisão no que diz respeito a seus recursos. Afinal de contas, dinheiro não vem sem esforço.
Até a próxima!