Previdência privada: 5 pontos fundamentais

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Previdência privada 5 pontos fundamentais

A enorme quantidade de produtos de previdência privada e as muitas variáveis em questão tornam a escolha deste investimento uma decisão bastante complexa. Será que é um bom investimento pra você? Como escolher o melhor produto para seu perfil e objetivos? 

Este post é para te ajudar a responder estas questões, apresentando os principais critérios nos quais você deve focar para conseguir eleger o produto que seja mais adequado às suas necessidades.

Previdência privada x fundos

O investimento em produtos de previdência privada é muito semelhante às aplicações em fundos de investimentos. As seguradoras reúnem o dinheiro de várias pessoas e fazem a gestão dos valores de acordo com o regulamento e estratégia de cada produto, podendo ter perfil conservador ou mais agressivo.

A diferença da previdência privada em relação aos fundos está nas características fiscais. O que isso quer dizer na prática? Que, sabendo escolher o investimento ideal, você pode ter uma grande vantagem. Por outro lado, caso a escolha não seja bem feita, você pode acabar pagando mais impostos sem perceber.

Previdência privada PGBL x VGBL

Os planos abertos de previdência privada, ou seja, aqueles disponíveis para qualquer indivíduo, podem ser de dois tipos: PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre).

Indicamos o PGBL para as pessoas que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo modelo completo e que têm uma renda definida. Isso porque esse tipo permite que o investidor reduza a base de cálculo para o pagamento de imposto em relação aos valores aplicados no plano de previdência privada até o limite de 12% da renda bruta.

Já o VGBL, como não permite a redução da base de cálculo, indicamos para as pessoas que declaram Imposto de Renda pelo formulário simples ou que têm renda variável, como profissionais liberais e autônomos.

Como escolher o melhor plano de previdência privada

Em primeiro lugar, é fundamental escolher o tipo de plano. A escolha incorreta pode resultar em pagamento de imposto em dobro.

Contudo, há outras questões relevantes que precisam ser esclarecidas no momento de escolher a previdência privada, já que esta é uma escolha de longo prazo e seu resultado impactará diretamente na sua qualidade de vida no futuro.

Para fazer uma boa seleção, o investidor precisa estar atento aos seguintes pontos:

1) Rentabilidade da previdência privada

Mesmo que a rentabilidade passada não seja garantia de bom desempenho no futuro, ela é um indicador da competência da equipe que faz a gestão dos recursos. Assim sendo, prefira um produto que possua um histórico de rentabilidades longo e consistente. Não recomendamos escolher um produto apenas porque apresentou uma boa rentabilidade no último ano ou nos últimos meses.

Vale ressaltar que o valor acumulado para o futuro depende do resultado alcançado durante os anos em que os seus recursos permanecerem aplicados. Por isso, é muito importante avaliar a consistência dos retornos na hora de escolher o produto.

2) Taxas da previdência privada

Sobre os planos de previdência privada incidem duas taxas: a de administração e a de carregamento. Isso porque a primeira remunera o trabalho da equipe que faz a gestão do capital investido, enquanto a segunda busca cobrir as outras despesas do plano.

Taxa de administração

Em geral, os produtos mais conservadores, que não empregam um trabalho intenso de pesquisa e análise e aplicam os recursos principalmente em títulos do Tesouro, têm taxas inferiores a 2% ao ano. Quanto mais baixa a taxa de administração, melhor será o rendimento.

Já os produtos com gestão mais ativa podem cobrar taxas de administração mais altas, entre 2% e 4% ao ano, sem comprometer a rentabilidade.

Taxa de carregamento

A taxa de carregamento é um custo adicional, por isso, é melhor optar por um plano com taxa baixa (1% ou menos). No entanto, é possível negociá-la, dependendo do valor aplicado, ou reduzir conforme os aportes forem aumentando.

A taxa de carregamento pode ocorrer de três maneiras:

1) Antecipadamente: sobre os valores aplicados, no momento do aporte.

2) Postecipadamente: sobre os valores resgatados ou quando fizer a migração para outro produto (portabilidade).

3) De forma híbrida: quando incide sobre os aportes e sobre os resgates ou portabilidade.

3) Tributação da previdência privada

A opção pela forma de tributação também é uma decisão importante. A tributação dos planos de previdência pode ocorrer conforme a tabela progressiva ou regressiva.

Tabela progressiva

A tabela progressiva tributa o investimento da mesma maneira que os salários são tributados. Quem faz a declaração anual completa pode até conseguir uma restituição, se escolher o regime de tributação adequado, ou pagar mais imposto, se fizer uma escolha inapropriada.

Tabela de tributação progressiva

Indicamos para quem planeja ter uma renda baixa no futuro, para conseguir isenção de Imposto de Renda, ou se os recursos vão permanecer investidos por prazo inferior a quatro anos. Como em geral esses não são os planos de quem procura a previdência privada, a opção pela tributação regressiva é a mais comum.

Tabela regressiva

A tributação pela tabela regressiva é retida na fonte e definitiva não terá impacto na base de cálculo do imposto a pagar.

Tabela de tributação regressiva

O investidor que inicialmente escolhe o regime progressivo pode depois, num momento futuro, mudar para o regime de tributação regressivo. Todavia, o contrário não é permitido

4) Portabilidade da previdência privada

Mudanças no cenário econômico, na situação financeira e nas necessidades do contratante de previdência ao longo de muitos anos podem demandar uma mudança de plano.

Quando o investidor também não está satisfeito com a performance do produto, pode solicitar a portabilidade e migrar para outro produto.

Tipos de portabilidade

Isso posto, lembramos que a portabilidade pode ser interna, quando acontece entre produtos da mesma instituição, ou externa, quando os valores são transferidos para o produto de outra instituição. Com a portabilidade, o investidor não precisa resgatar os recursos e pagar Imposto de Renda.

Vale ressaltar que não é possível solicitar a portabilidade entre diferentes modalidades de planos previdenciários, ou seja, de PGBL para VGBL ou vice-versa.

5) Benefícios de risco e sucessão patrimonial

Além de atender ao propósito de acumulação de patrimônio para complementação de renda na aposentadoria, a previdência privada também pode funcionar como seguro ou instrumento de sucessão patrimonial.

Os benefícios de risco, que nada mais são do que seguros, são alguns dos acessórios oferecidos junto com os planos de previdência privada. Quem adere a estes benefícios de risco paga mais caro e, por isso, sua indicação é apenas para quem, de fato, precisa deles. Geralmente, pessoas que possuem dependentes financeiros como filhos, cônjuges, pais ou mesmo alguém sem qualquer vínculo legal.

Tipos de benefícios

Os principais benefícios oferecidos são: pensão vitalícia ao cônjuge em caso de morte do titular do plano, pensão vitalícia ao cônjuge com extensão aos filhos menores em caso de morte do titular do plano e do cônjuge e prêmio em dinheiro para os beneficiários escolhidos.

Como os valores depositados em previdência não entram para o inventário, o titular do plano pode eleger livremente os seus beneficiários. Desse modo, quando do falecimento do titular do plano, o valor acumulado será distribuído, em até 30 dias, conforme definido.

Assim sendo, podem ser úteis para indivíduos que já acumularam patrimônio e estão preocupados com a distribuição dos recursos ou não querem deixar desamparados aqueles que são muito importantes, pois os custos de transmissão de herança e honorários com advogados são bastante altos.

Considerações finais

Agora sim, sabendo os principais pontos que você deve avaliar nos planos de previdência privada, já pode decidir se ela é ou não é indicada para você. Mesmo que seja, não recomendamos aplicar todos os recursos em previdência privada, porque diversificar é sempre a melhor estratégia em investimentos. 

Do mesmo modo, vale considerar a previdência privada mesmo caso você já esteja aposentado ou pretenda se aposentar nos próximos cinco anos. Afinal, ela pode ser utilizada como seguro, instrumento de sucessão patrimonial ou planejamento tributário, para reduzir a carga de imposto.

Por fim, valem algumas perguntas: você tem dinheiro aplicado em produto de previdência privada? Seu plano é adequado à sua situação financeira atual e necessidades futuras?

Afinal, vale refletir e, se precisar, entrar em contato com nossos assessores.

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2 Comentários

  1. Olá Sandra,
    Porquê você não recomenda iniciar um plano de previdência para quem está aposentado ou vai se aposentar nos próximos 5 anos?
    obrigado.

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