Como o câmbio impacta seus investimentos
Em razão recente da valorização da moeda americana, que ao final de 2012 estava cotada a R$ 2,05, muitos investidores estão preocupados com o reflexo desta alta nos seus rendimentos financeiros. Por isso, neste texto vou abordar o impacto da apreciação do dólar (ou depreciação do real) sobre o desempenho das aplicações financeiras.
A valorização de uma moeda em relação a outra é explicada por um conjunto de fatores, entre eles: crescimento econômico, superávit na balança comercial, inflação controlada e desemprego em baixa. A credibilidade na política econômica de um país e o empenho em cumprir metas também contribuem para apreciação de sua moeda. Países com indicadores econômicos em deterioração, insistentes ruídos na cúpula do governo e mudanças em marcos regulatórios assustam investidores externos, que passam a buscar outras alternativas e invertem o fluxo de recursos, com impacto negativo na cotação do câmbio. É por estes e outros fatores que o mercado de câmbio é bem volátil e o preço de uma moeda pode apresentar fortes oscilações no curto prazo.
Especialistas discordam quanto ao valor de estabilização do dólar, contudo não acreditam que ele vá, tão logo, voltar a patamares próximos ao de 2012. O próprio BCB (Banco Central do Brasil) prevê que a moeda americana termine 2013 cotada a R$ 2,32 – segundo o último boletim Focus de 26/08/2013. O impacto do câmbio nos investimentos pode ser direto ou indireto, mas, de certa forma, sempre afeta os resultados no curto prazo.
As aplicações de renda fixa prefixadas são as que mais sofrem. O dólar mais caro implica em taxas de juros mais altas para conter a inflação e, com isso, desvaloriza o preço dos títulos. Dessa forma, no curto prazo os fundos de renda fixa perdem com a valorização do câmbio. Entretanto, os gestores de recursos fazem os ajustes necessários para que no longo prazo o fundo supere as perdas e entregue rentabilidades consistentes.
Os fundos multimercado possuem carteiras compostas por títulos públicos, moedas, ações e commodities que negociam no mercado local e internacional. Dessa maneira, podem perder com as operações de juros no curto prazo, mas têm maior liberdade para buscar ganhos em outras aplicações. Estes fundos procuram distorções nos preços de ativos para aumentar os retornos. Assim sendo, podem obter lucros tanto com a valorização ou desvalorização de uma moeda.
Fundos de ações, assim como os multimercado, podem ganhar ou perder com a valorização do dólar. Embora a alta nos preços dos insumos e bens de capital importados aumente os custos de algumas empresas – o que pode afetar seus resultados – firmas exportadoras ganham com a depreciação do câmbio. Há outro fator relacionado ao dólar que pode afetar o lucro líquido das empresas e consequente rendimento dos fundos de ações: as dívidas em moeda estrangeira. Assim, a rentabilidade dos fundos de ação depende das empresas em que o fundo investe, podendo ser beneficiados ou não pela apreciação do dólar.
Fundos cambiais, que foram em grande parte abandonados após o ano de 2003, agora voltaram a ser o centro das atenções. Este tipo de fundo segue a variação do dólar, mas não são hedges perfeitos, ou seja, você não consegue ficar totalmente protegido da oscilação da moeda. Além do que, historicamente, no longo prazo, perdem para o CDI tornando-se menos interessantes que os outros tipos.
E você, está preocupado com o impacto da alta do dólar nos seus investimentos? Como faz para proteger a sua carteira de variações cambiais? Qualquer dúvida, entre em contato comigo através do canal “Fale com a Sandra” no site da Órama.