Como fazer bons investimentos
Nos últimos tempos, muito tem se falado sobre a importância da seleção dos investimentos, todavia não é uma estratégia nova. A seletividade sempre esteve presente na aquisição e gestão de ativos e é a base das finanças tradicionais. Em períodos de mercados favoráveis à criação de riqueza, quando a maioria dos ativos se valoriza, a seleção fica em segundo plano. Mas em períodos de baixo crescimento e crise financeira, como o momento atual, os investidores reconhecem mais o seu valor.
As escolhas de investidores estrangeiros no Brasil
No Brasil, percebemos a cada dia que o estrangeiro está mais interessado em selecionar empresas específicas para investir do que na compra de uma carteira que represente o mercado como, por exemplo, adquirindo as ações que compõem o Ibovespa. Isso se reflete em um grande evento realizado em Nova York para mais de 600 investidores estrangeiros, onde várias empresas brasileiras apresentaram suas perspectivas e planos de ação para o final de 2013 e 2014. Durante o evento os empresários utilizaram 80% do tempo disponível para falar de suas empresas. Mas em apenas 20% do tempo falaram sobre o Brasil. Esse comportamento é exatamente o contrário do observado em 2012, quando em 80% do tempo falavam sobre o Brasil e 20% do tempo sobre suas empresas.
Mesmo com taxas de juros mais altas e um governo mais preocupado com as eleições do que em reduzir os gastos e aumentar os investimentos, há empresas de valor no Brasil. Apesar da ineficiência em vários setores da economia e nos setores educacional, de saúde e infraestrutura, existem boas oportunidades de crescimento. As empresas que conseguem gerar resultados independentemente do pano de fundo econômico, que são eficientes operacionalmente em relação à concorrência, que, mesmo num cenário de margens pressionadas, alcançam resultados expressivos.
Como encontrar as boas oportunidades de investimentos?
Minha indicação é ser muito criterioso na seleção, mergulhando profundamente nos detalhes das demonstrações financeiras e identificando as qualidades intrínsecas das empresas. Só assim será possível encontrar ativos menos correlacionados com os mercados e resilientes às oscilações econômicas.
Como o investidor pode ser mais seletivo?
Selecionar boas empresas para investir exige muita dedicação e trabalho intenso. Por isso recomendo os investimentos em fundos de gestoras renomadas e com histórico de rentabilidade consistente. Primeiro porque fundo é um instrumento seguro. O nível de regulação dos fundos brasileiros é muito avançado em comparação ao resto do mundo (Instrução CVM 409). Segundo porque nossa indústria já é considerada madura e composta por profissionais experientes e qualificados. Sabem combinar os modelos das finanças tradicionais, moderna e comportamental para escolher as aplicações que mais vão adicionar rentabilidade às carteiras de investimentos.
Concluindo, devemos buscar no universo dos investimentos o mesmo que buscamos em todos os bens e serviços e até nos relacionamentos: o que melhor atende às nossas necessidades e expectativas. Porém, enfatizo que em ambiente de incerteza, é preciso redobrar os cuidados ao escolher os produtos nos quais vamos aplicar nosso dinheiro, pois efeitos técnicos (análise gráfica), que resultam em movimentos de manada, são frequentes e os ativos podem demorar muito para retornarem aos seus fundamentos.
Quais os cuidados você toma ao selecionar os produtos para aplicar seu dinheiro? Os resultados obtidos têm sido satisfatórios? Qualquer dúvida entre em contato comigo através do canal “Fale com a Sandra”, no site da ÓRAMA.