Mudança de meta para o resultado primário de 2025 gera desconforto entre investidores
NESTA MANHÃ
- Hoje, o mercado reage à divulgação do dado de produção industrial americana, e aos discursos de dirigentes do Fed. A agenda econômica doméstica segue esvaziada.
- As bolsas na Ásia e do Pacífico fecharam em baixa significativa, em meio a persistentes tensões no Oriente Médio e após a divulgação de dados econômicos mistos da China. Dessa forma, o índice Xangai Composto recuou 1,65%, o Hang Seng caiu 2,12% e o Nikkei fechou em baixa de 1,94%.
- Na Europa, as bolsas operam em baixa de mais de 1% desde o começo do pregão, com investidores evitando tomar risco em meio às incertezas no Oriente Médio após os ataques que Israel sofreu do Irã no fim de semana. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 1,34%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street sinalizam abertura mista do pregão.
- O rendimento do T-Note de 10 anos está em 4,65%.
- Os contratos futuros do Brent caem 0,38%, a US$ 88,91 o barril.
- O ouro recua 0,43%, a US$ 2.372,60 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 63,4 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:30 EUA: Licenças para Construção (Mar)
- 10:15 EUA: Produção Industrial (Mar)
- 13:30 EUA: Discurso de John Williams, dirigente do Fed
- 14:00 EUA: Discurso de Thomas Barkin, dirigente do Fed
- 14:15 EUA: Discurso de Jerome Powell, presidente do Fed
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
MERCADOS NO BRASIL
Em linha com a deterioração do humor em Nova York, o Ibovespa acentuou perdas ao longo da tarde, após ter operado na parte inicial da sessão um pouco acima da estabilidade com a relativa descompressão política no Oriente Médio. Além da pressão do externo, o índice sofreu piora com a deterioração da percepção sobre a política fiscal doméstica, diante da redução da meta de superávit primário de 2025, que foi de 0,5% para 0,0%. Assim, o Ibovespa recuou 0,49% no dia, cotado em 125.333,89 pontos.
Os juros futuros dispararam, refletindo a deterioração do cenário externo e fiscal. As taxas subiam desde manhã e ampliaram o ritmo de alta à tarde, fechando nas máximas a partir dos vértices intermediários, após a confirmação da mudança da meta de primário para 2025. Nesse sentido, o DI 25 subiu 12 bps, o DI 27 avançou 27 bps e o DI 31 fechou em alta de 26 bps.
O dólar à vista emendou o quarto pregão consecutivo de valorizaçãoe alcançou o maior valor de fechamento em mais de um ano. Ao ambiente externo marcado por um fortalecimento da moeda americana e alta das taxas dos Treasuries, somou-se a percepção de corrosão prematura do novo arcabouço fiscal. Desse modo, a moeda fechou cotada em R$5,1852, subindo 1,25% no dia.
MERCADOS NO EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam em baixa, pressionadas pelas perspectivas geopolíticas envolvendo o conflito entre Irã e Israel. Os índices chegaram a operar em alta no começo do dia, mas novas sinalizações de Tel Aviv sobre uma retaliação ao ataque pressionaram os ativos. Assim, o Dow Jones fechou o dia em queda de 0,65%, o S&P caiu 1,20% e o Nasdaq recuou 1,79%.
Os juros dos Treasuries voltaram a subir e alcançaram os maiores níveis desde novembro no trecho longo da curva, após dado resiliente de varejo reforçar apostas cautelosas para a política monetária americana.
O dólar se valorizou, apoiado por certa cautela geopolítica, após o ataque do Irã no fim de semana contra Israel. Além disso, as vendas no varejo dos Estados Unidos superaram a expectativa para março, o que reforça a perspectiva de um Fed mais duro para conseguir conter a inflação do país. Desse modo, o índice DXY registrou alta de 0,16%, cotado em 106,208 pontos.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
As vendas no varejo americano subiram 0,7% em março, na variação mensal. O resultado veio bem mais forte que a mediana das expectativas, que projetava alta de 0,3%. Além do número mais forte, a leitura trouxe revisão para cima do dado de fevereiro.
INDICADORES ECONÔMICOS NA CHINA
A economia da China superou a expectativa de 4,6% do mercado, e registrou um crescimento de 5,3% do PIB no primeiro trimestre de 2024, em relação ao mesmo período de 2023.
A produção industrial da China subiu 4,5% em março, na comparação anual, abaixo da mediana das expectativas, que previa alta de 5,5%. (Broadcast)
As vendas no varejo avançaram 3,1% na comparação anual em março, também abaixo das expectativas do mercado, que esperavam alta de 4,3%. (Broadcast)
DISCURSOS DE DIRIGENTES DO FED
O presidente do Fed de Nova York, John Williams, reiterou que os banqueiros centrais americanos continuarão sendo guiados por dados, diante de perspectivas incertas para a economia. Além disso, o dirigente disse acreditar que a inflação deverá seguir a trajetória de volta à meta, embora reconheça que esse caminho será acidentado. (Broadcast)
A presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, vê progresso na inflação americana, mas reitera que a alta de preços segue muito acima da meta. Assim, a dirigente enxerga que não há pressa para reduzir os juros, visto que a economia americana segue aquecida e resiliente, com crescimento sólido e mercado de trabalho forte. (Broadcast)
POLÍTICA NO BRASIL
No quarto mês de operação do novo arcabouço, o governo do presidente Lula reduziu a intensidade do ajuste proposto em 2023, quando a regra foi aprovada. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025 estabelece déficit zero como resultado das contas públicas no ano que vem, o mesmo previsto para este ano. No entanto, desde o ano passado, a meta sinalizada para 2025 era um superávit de 0,5% do PIB. Dessa forma, o governo poderá fechar o ano novamente com déficit, desta vez de até R$31 bilhões, uma vez que o arcabouço permite uma tolerância de 0,25% do PIB para cima e para baixo. (Valor)
O governo quer que a Petrobras aguarde os desdobramentos da entrada direta no conflito no Oriente Médio, com ataques a Israel, para definir eventuais reajustes do preço dos combustíveis. Na avaliação do governo, apesar de já haver uma defasagem no valor dos combustíveis, ainda não há uma avaliação que justifique um reajuste. (O Globo)
A entrega das leis que prevêem a regulamentação da Reforma Tributária deve ser adiada para a próxima semana, provavelmente no dia 22/04. Inicialmente, o ministro da Fazenda falava em mandar os textos ao Congresso essa semana. De acordo com auxiliares de Haddad, os textos já estão prontos, mas o ministro quer esperar para entregar as propostas pessoalmente aos parlamentares no Congresso. (O Globo)
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado vai votar um projeto de lei que amplia os jogos de azar autorizados no Brasil. A proposta foi dividida em 122 artigos e, entre eles, estão a definição dos tipos de sorteio que não configuram como jogo ou aposta, funcionamento de cassinos e bingos, legalização do jogo do bicho e online, além de permitir apostas em cavalos. (Estadão)
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