As atenções do mercado se voltam para Powell no Senado, decisão de juros na Europa e balanço da Petrobras
NESTA MANHÃ
- Hoje, a agenda internacional deve dominar as atenções durante o pregão. Às 10:15 sai a decisão de política monetária do BCE e a expectativa do mercado é para a manutenção dos juros. Contudo, Christine Lagarde, deve dar pistas mais claras sobre as condições para o início do afrouxamento monetário. Nos EUA, Jerome Powell retorna ao Congresso americano para mais um depoimento e sai o número de pedidos por seguro desemprego. Por aqui, os olhares se voltam para os dados fiscais e ao fim do dia a Petrobras divulga seu balanço, com os investidores aguardando o anúncio do volume de dividendos.
- As bolsas da Ásia fecharam sem direção única nesta quinta-feira, com perdas na China (-0,37%) e em Hong Kong (1,27%), em meio a preocupações renovadas sobre sanções dos EUA, e também no Japão (-1,23%), que se prepara para a reversão de sua política monetária ultra-acomodatícia.
- Na China continental, ações do setor farmacêutico lideraram as perdas após um projeto de lei nos EUA que mira algumas empresas chinesas de biotecnologia receber aval de uma comissão para ser votado no plenário do Senado americano. O setor de semicondutores também ficou no vermelho após notícias que os EUA estão pressionando aliados a restringir o acesso da China à tecnologia para o desenvolvimento de chips.
- As bolsas europeias operam majoritariamente em leve alta, à medida que investidores demonstram cautela antes do anúncio de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 0,23%.
- Os futuros dos índices de ações americanas operam com viés positivo à espera do segundo dia de depoimentos de Powell no Congresso.
- O rendimento do T-Note de 10 anos está em 4,10%.
- Os contratos futuros do Brent recuam 0,73%, a US$ 81,58 o barril.
- O ouro avança 0,4%, a US$ 2.156,96 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 68,19 mil.
AGENDA DO DIA
- 08:30 Brasil: Balanço Orçamentário (Jan)
- 10:15 Zona do Euro: Declaração de Política Monetária do BCE
- 10:30 EUA: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
- 12:00 EUA: Presidente do Fed, Jerome Powell, apresenta relatório no Senado
- 13:30 EUA: Discurso de Loretta Mester, membro do FOMC
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
Em linha com o exterior, a bolsa brasileira operou no campo positivo ao longo da sessão e o Ibovespa encerrou em alta de 0,62%, aos 128.890,23 pontos. O resultado veio com apoio das ações de maior peso no índice como Vale (ON +1,37%) e Petrobras (ON +1,72%, PN +2,20%), às vésperas da divulgação do balanço da petroleira.
Os juros futuros encerraram a sessão perto da estabilidade, acompanhando a acomodação também do ritmo de baixa dos yields dos Treasuries em dia de agenda forte de indicadores e com o discurso de Jerome Powell ao Congresso no radar.
No mercado de câmbio, o dólar desvalorizou 0,21% em relação ao real aos R$ 4,9453, em um movimento global que refletiu a queda dos rendimentos dos Treasuries.
EXTERIOR
No Congresso dos EUA, Powell não alterou a convicção do mercado de que o primeiro corte de juros virá em junho, o que levou as bolsas americanas a subirem. Ao fim do dia, o Dow Jones teve alta de 0,20%, o S&P 500 avançou 0,51% e o Nasdaq registrou ganhos de 0,58%.
Diante das falas de Powell e influenciados por dados do mercado de trabalho abaixo do esperado, os retornos dos Treasuries oscilaram com viés negativo, mas perto da estabilidade. O retorno da T-note de 2 anos subiu a 4,555%, o da T-note de 10 anos caiu a 4,106%, e o do T-bond de 30 anos cedeu a 4,242%.
No câmbio, o dólar também recuou contra moedas desenvolvidas, com investidores em compasso de espera pela decisão do Banco Central Europeu (BCE), na manhã de hoje. O índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de rivais desenvolvidos, caiu 0,41%, aos 103,369 pontos.
INDICADORES ECONÔMICOS BRASIL
Os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada ontem (06) pelo IBGE mostram que a produção industrial recuou 1,6% na passagem de dezembro de 2023 para janeiro de 2024. Com esses resultados, o setor ainda se encontra 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011. Na comparação com janeiro de 2023, houve avanço de 3,6%. Em 12 meses, a indústria acumula avanço de 0,4%. O resultado marcou a queda mais intensa desde abril de 2021 (-1,9%) e interrompeu dois meses consecutivos de taxas positivas: dezembro (1,6%) e novembro de 2023 (0,6%)
INDICADORES ECONÔMICOS NO EXTERIOR
O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, prestou depoimento nesta quarta (06), perante à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, no qual indicou que a autoridade monetária americana não teria pressa em cortar as taxas de juros. Ele destacou que a decisão depende de dados e deve considerar os riscos para a inflação. Além disso, Powell comentou sobre um “problema sério” no setor imobiliário comercial, embora com riscos “administráveis”. Ele esclareceu que o problema não é uniforme ao longo do sistema bancário e que algumas instituições estão mais vulneráveis que outras.
A abertura de postos de trabalho dos setores não-agrícolas nos Estados Unidos se manteve praticamente estável em 8,863 milhões em janeiro, de acordo com o relatório Jolts, publicado nesta quarta-feira (06) pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou dentro da expectativa do consenso de analistas, que estimava a criação de 8,8 milhões de vagas.
O setor privado dos Estados Unidos abriu 140 mil postos de trabalho em fevereiro deste ano, segundo pesquisa divulgada pela Automatic Data Processing (ADP). O resultado ficou um pouco abaixo das expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam 150 mil novos empregos, mas acima do número revisado de 111 mil.
O Livro Bege publicado pelo Fed nesta quarta-feira, 06, aponta que a atividade econômica aumentou levemente, em geral, e o emprego também cresceu, mas em um ritmo modesto na maioria dos distritos. Em relação ao nível de preços, a inflação continua pressionando mas em um nível mais fraco no período de janeiro e meados de fevereiro. Os aumentos nos custos de frete e em várias categorias de seguro foram destacados, mas empresas sentiram dificuldade para passar os aumentos de custo aos consumidores, que se tornaram cada vez mais sensíveis a mudanças de preço. O documento reúne impressões de agentes do mercado sobre o estado da economia dos EUA e embasa as decisões de política monetária no país.
POLÍTICA NO BRASIL
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera ser negociável uma renúncia fiscal de R$ 8 bilhões com o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). Os valores ainda não estão fechados e podem variar para cima ou para baixo. Na Fazenda, a avaliação é de que a decisão a respeito de quanto custará caberá ao Congresso. (Poder360)
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