Estratégia Conservadora – Março 2024
Estratégia Conservadora – Março 2024
O mês de fevereiro, naturalmente mais curto por conta do feriado de Carnaval, registrou uma morosidade no avanço de discussões políticas. Em Brasília, já no início dos trabalhos do ano legislativo, nos discursos de abertura o clima de tensão entre os poderes ficou evidente. Os vetos presidenciais ao Orçamento e a MP 1.202/2023, publicados durante o recesso parlamentar, não agradaram o Congresso e, diante disso, os presidentes das duas Casas vem cobrando mais diálogo e interlocução do governo. A solução para o impasse da MP deve vir via projeto de lei, para permitir mais tempo de análise e defesa com a base. Ao mesmo tempo, a arrecadação recorde de janeiro (R$ 280 bi), fruto em parte de receitas não recorrentes, deve permitir mais um respiro à equipe econômica, levando a discussão sobre potenciais alterações na regra fiscal só para maio de 2024. Até lá, Haddad busca aprovar mais medidas e, ao passar um pente fino sobre as despesas, revisar benefícios fiscais e tributários concedidos.
Em relação à política monetária, o mercado reagiu à decisão do Copom divulgada no dia 31 de janeiro, quando houve mais um corte de 50 bps na taxa Selic, em linha com as expectativas da Órama e do mercado. O comunicado do BC, assim como a Ata, vieram em consonância com o que era esperado, porém, em nossa visão, com um leve tom hawkish em relação à maior cautela em comparação com a reunião de dezembro. Apesar disso, seguimos acreditando que há espaço para prosseguimento nos cortes de 0,50 p.p, alcançando a Selic terminal de 9,5% a.a. no terceiro trimestre de 2024. No âmbito econômico, os dados de atividade confirmaram o cenário de estabilidade no último trimestre de 2023, contudo, indicando crescimento ao longo de 2024, principalmente nos setores de serviço e varejo. A inflação, por sua vez, continua chamando atenção do mercado pelo seu comportamento recente, em especial do grupo de serviços subjacentes, que apresentou uma composição ruim nas últimas divulgações.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, o mês começou com um forte payroll (relatório de emprego) e uma inflação do consumidor e do produtor acima do projetado, adiando praticamente todas as apostas do início do ciclo de corte de juros americana de março para junho. Os dados acima do esperado foram tema da Ata da reunião de política monetária do Fomc, onde os membros do comitê sinalizaram que ainda enxergam riscos inflacionários diante da atividade econômica e do mercado de trabalho resilientes. Por fim, o mercado ainda lidou com uma forte expansão do apetite a risco no fim do mês, após a Nvidia (NASDAQ: NVDA) divulgar um resultado mais positivo do que as expectativas apontavam.
Para março, teremos mais uma super-quarta no dia 20, isto é, decisão de política monetária nos EUA e no Brasil. As expectativas estão amplamente consolidadas para ambas reuniões, esperando queda de 0,50 p.p. pelo Copom e manutenção dos juros pelo Fomc. Nos dois casos, o mercado aguarda os direcionamentos que podem vir nos comunicados pós-decisão sobre os próximos passos. Ainda, o PIB do quarto trimestre de 2023 será divulgado no primeiro dia do mês.
No âmbito político, espera-se um Projeto de Lei para resolver o imbróglio da reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, uma vez que, de acordo com a MP 1.202/2023, partir de abril, uma alíquota menor de imposto valerá apenas para um salário mínimo por trabalhador e a remuneração que ultrapassar esse valor terá a tributação normal (de até 20%). Além disso, no mês será divulgado o relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas primárias do Tesouro Nacional, documento chave para a equipe econômica e o mercado entenderem o andamento fiscal. No exterior, espera-se a “super-terça”, dia onde os delegados de 15 dos 50 estados americanos votarão para definir os candidatos de cada partido nas primárias.
Na estratégia conservadora, mantivemos os percentuais inalterados para março. Entendemos que não houve mudanças relevantes no balanço de riscos, de modo que as alocações buscam aproveitar as oportunidades do momento. Reforçamos a boa relação risco retorno da renda fixa nesse momento.
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Este material de divulgação foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. A estratégia cima divulgada foi elaborada de acordo com o momento econômico e de mercado, congregando métricas de diversos tipos de risco, como aqueles calculados por prazo, modalidade de investimento, dentre outros, que podem mudar de tempos em tempos, inclusive a exclusivo critério da Órama. A estratégia disponibilizada não leva em consideração os objetivos de investimento, situação financeira, assunção de riscos ou necessidades pessoais de um tipo de investidor em específico e não deve ser considerada para estes fins. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. O resultado da estratégia pode ser diferente e variar de acordo com os ativos alocados pelo investidor. RENTABILIDADE PASSADA NÃO REPRESENTA GARANTIA DE RENTABILIDADE FUTURA. AS RENTABILIDADES DIVULGADAS NÃO SÃO LÍQUIDAS DE IMPOSTOS E TAXAS DE ENTRADA, DE SAÍDA OU DE OUTRAS TAXAS, QUANDO APLICÁVEL. FUNDOS DE INVESTIMENTO NÃO CONTA COM GARANTIA DO ADMINISTRADOR, DO GESTOR, DE QUALQUER MECANISMO DE SEGURO OU DO FUNDO GARANTIDOR DE CRÉDITOS – FGC Leia a lâmina de Informações essenciais dos fundos, se houver, e o regulamento antes de investir, bem como informações sobre quaisquer outros produtos, quando for o caso, no site www.orama. com.br. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 29/02/2024.