Levantamento da Produção Agrícola – Dezembro 2023
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de dezembro de 2023, mostrou que para o fechamento de 2023, a produção de “Cereais, Leguminosas e Oleaginosas” registrou alta de 19,85% contra o desempenho de 2022. Os destaques do período foram a Soja, que cresceu 27,14%, o Milho, que avançou 18,99% e o Algodão, que expandiu em 14,74% sua produção em comparação com o ano anterior.
Para a safra agrícola de grão de 2024, a estimativa é de um recuo de 2,82% em relação à produção em 2023 . Em comparação com a expectativa de novembro, houve um aumento de 317,8 mil toneladas de grãos. Essa diferença se deu majoritariamente por uma revisão dos números de produção da soja, que aumentou em 1,977 milhão de toneladas, mais que compensando a queda de 1,702 milhão de toneladas da safra de milho. O total da produção equivale a uma safra de 306,4 milhões de toneladas para o ano, apenas 9 milhões de toneladas menor do que a de 2023, considerando que será um ano de El Niño e ano passado registrou safra recorde.
Em relação à área plantada do grupo de “Cereais, leguminosas e oleaginosas”, espera-se um recuo de 0,36% em comparação com 2023, totalizando 77,9 milhões de hectares. Olhando para a área colhida, o levantamento antecipa uma queda de 0,53% para o grupo. Em hectares, isso representa uma área de 77,4 milhões, respectivamente.
Na comparação com o mês anterior, houve um avanço de 481 mil hectares de perspectiva de área plantada e de 145,3 mil hectares de área colhida para o grupo, com destaque para a soja (+725,6 mil hectares de área plantada e +430,8 mil de área colhida).
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos do grupo, somados, equivalem a 92,0 % da estimativa da produção de grãos no ano e respondem por 86,9% da área a ser colhida.
Para o fim de 2024 a nossa projeção para o PIB é de 1,6%, favorecido pela manutenção do nível da safra no patamar de 2023.
É importante ressaltar que por uma questão de adequação às normas internacionais, o IBGE agrupa as atividades econômicas em agropecuária, indústria e serviços. Logo, no PIB, a agropecuária diz respeito exclusivamente ao que entendemos como produção “dentro da porteira”, correspondendo a cerca de 5% do PIB. Se olharmos para a participação do agronegócio, como um todo, na atividade econômica, esse percentual sobe para entre 25-30%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
SOJA
A soja, principal commodity brasileira, deve ter uma safra 1,68% maior, totalizando 154,5 milhões de toneladas em 2024. A estimativa representa um novo recorde de produção. A área plantada esperada é 1,63% superior à do último ano, com 44,9 milhões de hectares. Já na área colhida, o crescimento estimado é de 0,94%, com 44,6 milhões de hectares, indicando aumento de produtividade no ano.
Em relação a novembro, a expectativa de produção subiu em 1977,1 mil toneladas. Já a área plantada apresentou uma alta da perspectiva em 725,6 mil hectares, enquanto a área colhida aumentou em 430,1 mil hectares.
MILHO
Estima-se que o milho, somando as duas safras, deva recuar 10,79% em relação ao produzido em 2023, com 116,9 milhões de toneladas. É esperado que a área de plantio caia 4,70%, para 21,2 milhões de hectares e a área de colheita tenha queda de 4,42% em relação ao último ano, com 21,1 milhões de hectares. Isso indica perda de produtividade em relação a 2023 em grande parte pelos efeitos negativos previstos para o El Niño para a 2° safra.
Em relação a novembro, a expectativa de produção recuou 1702,8 mil toneladas. Ao mesmo tempo que a área plantada apresentou um recuo na perspectiva em 233,5 mil hectares e de 277,1 mil hectares na área colhida.
ARROZ
Para o arroz a estimativa é de 10,4 milhões de toneladas produzidas, isto é, uma safra 1,58% maior do que em 2023. Estima-se também um aumento de 3,69% da área plantada e de 4,88% da área colhida, ambas para 1,55 milhões de hectares.
Em relação a novembro, a expectativa de produção teve um recuo de 34,1 mil toneladas. Enquanto a área plantada e a área colhida apresentaram recuos na estimativa de 4,2 mil e 4,1 mil, respectivamente.
CAFÉ
O café, somando o Arábica e o Canephora, deve ter uma produção 3,34% maior, de 3,53 milhões de toneladas. A projeção é que a área plantada aumente em 1,19%, passando a 1,94 milhões de hectares. Para a área de colheita, a estimativa é de crescimento de 1,06%, indo também a 1,94 milhão de hectares.
Em relação a novembro, a expectativa de produção do café apresentou um recuo de 129,1 mil toneladas. Em contrapartida, a estimativa de área plantada e colhida subiram 18,6 mil hectares e 25,8 mil hectares, respectivamente.
CANA DE AÇÚCAR
A cana de açúcar tem expectativa de queda de 0,51% na sua produção anual, para 709,7 milhões de toneladas. Em relação à área de plantio, antecipa-se que cresça em 0,02%, permanecendo praticamente estável em relação a 2023 no patamar de 8,99 milhões de hectares, enquanto a área colhida tem estimativa 0,06% maior do que a do último ano, ficando em 8,98 milhões de hectares.
Em relação a novembro, a expectativa de produção aumentou em 37,7 milhões de toneladas. Já a área plantada e a área colhida apresentaram um recuo na projeção de 142,3 mil e 138,1 mil hectares, respectivamente.
Eduarda Schmidt – Economista
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