Levantamento da Produção Agrícola – Novembro 2023
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de novembro de 2023, mostrou que a estimativa para a safra agrícola de grãos deste ano é de um aumento de 20,20% em relação à produção em 2022. Em comparação com a expectativa de outubro, houve uma queda de 1,0 milhão de toneladas de grãos, o que ainda representa uma safra recorde para o ano de 316 milhões de toneladas.
Para 2024 o IBGE atualizou as estimativas, projetando uma safra 3,2% menor do que a de 2023 para o grupo de “Cereais, leguminosas e oleaginosas”, totalizando 306 milhões de toneladas, um resultado positivo considerando que será um ano de El-Niño. O resultado mostrou uma leve piora em relação à expectativa de outubro para 2024, que previa recuou de 2,8% na produção da safra.
Para 2023, a soja teve um recuo na expectativa de produção de 148,8 mil toneladas, enquanto para o milho, houve queda de 643 mil toneladas em relação ao último levantamento. As duas culturas, que estão entre as principais commodities brasileiras, têm perspectiva de safra recorde. Já para 2024, espera-se um aumento de 0,58% na produção de soja e um recuo de 9,45% na de milho em comparação com a última sondagem.
Em relação à área plantada do grupo de “Cereais, leguminosas e oleaginosas”, espera-se um aumento de 6,02% em comparação com 2022, totalizando 78 milhões de hectares. Para a área total dos itens da pesquisa, a estimativa é que cresça 5,35%, para 93,1 milhões de hectares.
Olhando para a área colhida, o levantamento antecipa um aumento de 5,61% do total e de 6,26% para o grupo. Em hectares, isso representa uma área de 92,7 e 77,8 milhões, respectivamente.
Na comparação com o mês anterior, houve um recuo de 40 mil hectares de perspectiva de área plantada e de 192,6 mil hectares de área colhida para o grupo, com destaque para o milho (-51,1 mil hectares de área plantada e -147,1 mil de área colhida).
O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos do grupo, somados, equivalem a 92,6% da estimativa da produção de grãos no ano e respondem por 87,1% da área a ser colhida.
Para o fim de 2023 a nossa projeção para o PIB é de 3,0%, impulsionado pelo surpreendente desempenho do Agro, que no primeiro trimestre do ano cresceu 21%.
É importante ressaltar que por uma questão de adequação às normas internacionais, o IBGE agrupa as atividades econômicas em agropecuária, indústria e serviços. Logo, no PIB, a agropecuária diz respeito exclusivamente ao que entendemos como produção “dentro da porteira”, correspondendo a cerca de 5% do PIB. Se olharmos para a participação do agronegócio, como um todo, na atividade econômica, esse percentual sobe para entre 25-30%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
SOJA
A soja, principal commodity brasileira, deve ter uma safra 26,89% maior, totalizando 151,7 milhões de toneladas em 2023. A estimativa representa um novo recorde de produção. A área plantada esperada é 7,46% superior à do último ano, com 44,2 milhões de hectares. Já na área colhida, o crescimento estimado é de 8,01%, também com 44,2 milhões de hectares, indicando aumento de produtividade no ano.
Para 2024, é estimado que a produção de soja suba 0,58%, totalizando 152,5 milhões de toneladas. O resultado melhorou em relação à estimativa do mês anterior, que previa recuo da produção em 1,31%.
Em relação a outubro, a expectativa de produção recuou em 148,8 mil toneladas, o que representa 4,12 milhões de toneladas acima da estimativa de janeiro. Já a área plantada apresentou uma queda da perspectiva em 23,3 mil hectares, enquanto a área colhida recuou em 24 mil hectares.
MILHO
Estima-se que o milho, somando as duas safras, deva ter uma produção recorde 18,94% acima de 2022, com 131,0 milhões de toneladas. É esperado que a área de plantio do milho cresça 4,46%, para 22,3 milhões de hectares. Enquanto para a área de colheita antecipa-se um aumento de 4,31% em relação ao último ano, com 22,1 milhões de hectares, indicando aumento de produtividade em relação ao último ano.
Para 2024, é estimado que a produção de milho caia 9,45%, totalizando 118,6 milhões de toneladas. A estimativa piorou em relação ao recuo de 5,57% previsto no mês passado. É importante frisar que a maior parte da perda esperada se dá pelas expectativas negativas para a 2° safra de milho, que por ocorrer no meio do ano, deve sofrer os efeitos mais intensos do El Niño.
Em relação a outubro, a expectativa de produção recuou 643 mil toneladas. Ao mesmo tempo que a área plantada apresentou um recuo na perspectiva em 51,1 mil hectares e enquanto na área colhida foi de 147 mil hectares.
ARROZ
Para o arroz a estimativa é de 10,2 milhões de toneladas produzidas, isto é, uma safra 3,93% menor do que em 2022. Estima-se também uma redução em 8,89% da área plantada e de 8,19% da área colhida, ambas para 1,5 milhões de hectares.
Para 2024, é estimado que a produção de arroz cresça 2,34%, totalizando 10,5 milhões de toneladas. A estimativa segue praticamente em linha com a divulgação do relatório de outubro.
Em relação a outubro, a expectativa de produção teve um aumento de 3,6 mil toneladas. Enquanto a área plantada e a área colhida apresentaram quedas na estimativa de 4,4 e 4,5 mil hectares, respectivamente.
CAFÉ
O café, somando o Arábica e o Canephora, deve ter uma produção 7,61% maior, de 3,4 milhões de toneladas. A projeção é que a área plantada aumente em 2,34%, passando a 1,92 milhões de hectares. Para a área de colheita, a estimativa é de crescimento de 3,23%, indo também a 1,92 milhão de hectares. Vale ressaltar que o ano é de bienalidade negativa para o café e, mesmo assim, espera-se uma produção superior a de 2022.
Para 2024, é estimado que a produção de café cresça 8,39%, totalizando 3,7 milhões de toneladas. A projeção segue em linha em relação à estimativa de outubro.
Em relação a outubro, a expectativa de produção do café apresentou uma alta de 23,7 mil toneladas. Da mesma forma, a estimativa de área plantada e colhida subiram 833 hectares e 10,4 mil hectares, respectivamente.
CANA DE AÇÚCAR
A cana de açúcar tem expectativa de aumento de 13,50% na sua produção anual, para 710,1 milhões de toneladas. Em relação à área de plantio, antecipa-se que cresça em 2,97%, enquanto a área colhida tem estimativa de 2,94% maior do que a do último ano, ambas de 9,1 milhões de hectares.
Para 2024, é estimado que a produção da cana-de-açúcar caia 5,38%, totalizando 671,9 milhões de toneladas. A projeção segue em linha com a estimativa do relatório de outubro.
Em relação a outubro, a expectativa de produção aumentou em 2,409 milhões de toneladas. Já a área plantada e a área colhida apresentaram um aumento na projeção de 19,6 mil e 19,5 mil hectares, respectivamente.
Eduarda Schmidt – Economista
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