Carteira Órama Renda – Dezembro de 2023
Carteira Órama Renda – Dezembro de 2023
Sobre a Carteira Órama Renda
A Carteira Órama Renda utiliza critérios quantitativos e qualitativos para seleção dos Fundos Listado (FIIs, FIAgros, FI-Infras). A recomendação é composta por 4 ativos, com principal objetivo de geração de renda passiva. Trata-se de uma carteira mensal, em que qualquer entrada/saída e/ou aumento/diminuição de exposição é realizada sempre ao final de cada mês, quando divulgamos este relatório com informações de performance e demais atualizações.
Retorno (início):
+25,37%
Retorno (mês):
+0,47%
Dividend Yield:
14,96%
Dividendo:
R$ 1,14/cota
Indexadores:
87% CDI
13% IPCA
PERFORMANCE l OUTUBRO 2023:
Novembro foi um mês com uma volatilidade menor que a observada em outubro. No âmbito internacional, foram reduzidas as chances de envolvimento de grandes potências no conflito no Oriente Médio, contribuindo com um maior apetite a risco dos investidores. Além disso, o adiamento do prazo do orçamento americano para meados de janeiro também foi responsável por retirar parte das tensões do quadro econômico. Nesse cenário, o mercado americano viu uma queda próxima a 50 bps nos rendimentos dos Treasuries de 10 anos, saindo do nível de 4,90%, para a faixa de 4,40%.
No Brasil, que também se beneficiou do recuo da curva de juros americana, o mercado viu com bons olhos a retomada do avanço das pautas da equipe econômica no Congresso, como foi o caso da tributação dos fundos offshore, regularização de apostas esportivas, e, talvez a mais relevante para o longo prazo: a aprovação da reforma tributária no Senado. Ademais, a vitória do ministro Haddad ao sustentar a meta de déficit zero para 2024, em meio a rumores de mudanças, corroborou para a retirada de prêmio das curvas.
Desse modo, os juros futuros mais longos recuaram mais de 100 bps no mês, enquanto os vértices intermediários caíram 60 bps. No mercado de renda variável, o Ibovespa registra alta de 11,5%, ao passo que em Wall Street os ganhos superam 7%. O real apresentou valorização frente ao dólar próxima a 3%. Já o ouro apresentou ganhos (3,1%) e o petróleo baixa (2,5%) em novembro. Em relação às criptomoedas, o Bitcoin registrou alta de 8% no mês.
Para dezembro, aguardamos o avanço das pautas no Congresso até o início do recesso parlamentar, no dia 22, e as últimas reuniões de política monetária do Fed e do BCB do ano. A expectativa para decisão do Banco Central americano é de manutenção dos juros no patamar de 5,25%-5,50%. Já para o Copom, espera-se continuidade dos cortes na magnitude de 0,50 p.p. Em ambos os casos, a mensagem passada pelo Comitê será importante para a definição da trajetória das expectativas dos juros e, ainda, no caso da divulgação americana, o quadro de projeções do Fed também será decisivo.
Equipe de Estratégias – Órama Investimentos
O mês de novembro foi marcado pelo recuo nas curvas de juros, sinalizando uma retomada da confiança no mercado financeiro quanto à continuidade de um ciclo de cortes da taxa Selic, já projetando otimismo para a bolsa em 2024. Observamos um desempenho expressivo do Ibovespa, que registrou um resultado positivo de 12,54% durante o mês. Nossa expectativa era de um desempenho igualmente forte também para o IFIX, algo que não ocorreu.
Quando a taxa básica de juros (Selic) está em queda e a inflação controlada, os fundos que investem em recebíveis podem sentir impactos significativos. Isso acontece porque esses fundos geralmente têm seus rendimentos atrelados aos índices de inflação ou ao CDI. Com a Selic em baixa, alguns desses fundos podem ter uma redução na rentabilidade dos investimentos que compõem sua carteira. Assim como, em momentos de inflação e juros em alta pressionam positivamente o retorno desse tipo de investimentos.
Com essa conjuntura, podemos optar por mudanças na carteira que elevem a taxa de carrego inserindo ativos com maior nível de risco ou alternar exposições nos indicadores de acordo com as mudanças no cenário. Neste momento, mantemos uma carteira cautelosa que ainda aproveita do alto patamar de juros, entretanto, estamos buscando opções que ofereçam ganhos acima do CDI. Entretanto, é importante ressaltar que os dividendos que observamos no pico da taxa de juros, não estão mais frequentes no mercado.
Neste contexto, a Carteira Órama Renda teve um retorno de +0,47% vs. IFIX +0,66%. Desde o seu início em novembro de 2021, a carteira entregou um retorno de +25,37%, enquanto o índice subiu +18,32%.
MOVIMENTAÇÕES l DEZEMBRO 2023:
Neste mês não tivemos alteração na Carteira Renda.
MONITOR DE DIVIDENDOS DA CARTEIRA ÓRAMA RENDA:
Este mês os fundos que compõem a Carteira Órama Renda distribuíram em média R$ 1,14/cota. Importante destacar que o objetivo desta carteira é manter um dividend yield de 1% ao mês. Neste contexto, ela atualmente é composta 100% por fundos de crédito (FIIs de CRIs/ FIAgros de CRAs).
Os CRIs/CRAs são papéis de renda fixa, que tem resultado mensal de juros e da variação do indexador, seja um indicador de inflação ou o próprio CDI. Em paralelo, os fundos de Tijolo – aqueles que compram imóveis diretamente – recebem mensalmente o aluguel pago pelo inquilino. De acordo com o contrato firmado, o aluguel é reajustado anualmente pela inflação. Ou seja, o impacto da correção monetária nas distribuições só é sentido uma vez por ano pelo fundo e seus cotistas. Além disso, em um momento de mercado mais desafiador para o proprietário do imóvel (no caso, o próprio FII), impactos de descontos, inadimplência, carência e renegociações podem se refletir em resultados abaixo do esperado. Por tal motivo, os FIIs de CRIs conseguem entregar rendimentos mais elevados.
Em relação aos resultados da Carteira Renda, é possível observar que mesmo em um momento de deflação (no 2º semestre de 2022), os dividendos seguiram acima da meta de 1% a.m. e da média do mercado. Passado esse período, temos um ano de 2023 com a inflação subindo gradualmente. Em termos de comparação, a inflação entre fev/23 e abr/23 foi apurada em média de +0,72%, enquanto entre nov/22 e jan/23 esteve +0,52%.
Para os próximos meses, esperamos que dividendos sigam atrativos, diante do fim do impacto da deflação nos pagamentos dos CRIs, e a manutenção dos juros em patamares elevados por um período mais longo do que inicialmente era esperado (justificado pelas incertezas fiscais no país).
ALOCAÇÃO POR INDEXADOR:
Conforme comentado na seção anterior, atualmente nossas recomendações estão com maior peso em operações de crédito atreladas ao CDI, tendo em vista a expectativa de manutenção de juros em níveis elevados por um período de tempo maior do que inicialmente esperado. Além disso, importante destacar que estamos buscando fundos com perfil de risco mais equilibrado, devido ao aumento do custo da dívida para as empresas e o cenário macro mais desafiador, com maiores incertezas.
RECOMENDAÇÕES:
KNCR11 – Kinea Renda Imobiliária
O KNCR11 é um dos principais fundos do mercado de Fundos Imobiliários. Com um patrimônio líquido atual que ultrapassa a marca de R$ 5,76 bilhões, o fundo tem presença sólida no mercado há 11 anos. O volume médio diário de negociações supera os R$ 10,9 milhões, sendo opção viável tanto para investidores institucionais quanto para investidores individuais. O objetivo principal deste fundo é render aos cotistas 100% do CDI isentos de Imposto de Renda. Para atingir este objetivo, concentra investimentos em CRIs indexados ao CDI.
Ao fim de agosto, o Fundo apresentava alocação, em relação ao seu patrimônio, de 103,0% em CRI e 4,3% em instrumentos de caixa. A parcela investida em CRI está mais de 99% indexada ao CDI somada a uma taxa média de 2,40% a.a. e com prazo médio de 5,5 anos. A carteira possui perfil high grade/mid grade, em sua maior parte contendo risco corporativo, o qual possuem uma empresa como principal devedora. Os segmentos estão divididos da seguinte forma: Escritórios (57,1%), Shoppings (27,2%), Residencial (11,6%) e Logístico (4,0%).
Nossa indicação de investimento tem caráter defensivo, especialmente em um cenário de juros elevados e incertezas no mercado para os próximos meses. Destacamos nesse momento, o alto padrão de acompanhamento e diligência de crédito feito pela gestora, desempenhando um papel fundamental na gestão eficiente e segura do fundo ao longo do tempo.
RBRY11 – RBR CRÉDITO ESTRUTURADO FII:
*Em restrição: Oferta em andamento
VGIR11 – VALORA CRI CDI FII:
O VGIR é gerido pela Valora Investimentos, casa com mais de 15 anos de mercado e com vasta experiência em operações de crédito. O Fundo tem como objetivo investimento em CRIs, com maior concentração em operações indexadas ao CDI. Além disso, dada a expertise do time de gestão nesse tipo de ativo, grande parte das operações foram originadas e estruturadas pela casa, o que traz um diferencial para o fundo, tendo em vista a possibilidade de negociação de melhores garantias e taxas para cada CRI, além do monitoramento próximo das operações.
Atualmente, a carteira do fundo possui 48 CRIs, sendo 96% indexados ao CDI (+4,90%) e o restante à IPCA (+8,40%). A maioria dessas operações possui lastros do segmento residencial, e duration mais curta. Parte das operações são de estoque pronto, ou seja, o devedor dá como garantia unidades prontas do empreendimento, e os recebíveis são ligados às vendas dos imóveis. A recomendação no fundo tem como base o cenário de manutenção de juros em patamares elevados, considerando a concentração da carteira em operações CDI+, e o spread acima dos pares do mercado, tendo em vista a relação risco/retorno. Vale destacar que em setembro foi realizado o desdobramento de cotas na proporção 1:10, com objetivo de trazer ainda mais liquidez no mercado secundário.
FGAA11 – FG/AGRO FIAGRO:
O FGAA11 é o FIAgro de CRAs da FG/A Gestora. O fundo traz duas estratégias para sua carteira: carrego e giro. Dessa forma, o gestor consegue aproveitar os momentos do mercado, com alocações em ativos que acreditam no fechamento de spread e geração de lucro adicional, além do carrego de papéis com taxas atrativas e risco de crédito controlado. A FG/A é uma casa que já vem do agro, começando sua história em 2005 com assessoria para empresas do setor, auxiliando na estruturação de projetos, atuando tanto na reestruturação financeira das companhias, quanto na parte estratégica do negócio. Neste contexto, o time se diferencia com sua experiência e conhecimento sobre o agronegócio, que se traduzem na sua capacidade de originação de operações. O FGAA11 vem sendo destaque em relação aos dividendos, estando entre os TOP 5 maiores pagadores de rendimentos de 2022 da indústria.
Nossa recomendação tem como base a confiança que temos no time de gestão, junto a carteira de CRAs corporativos de risco reduzido quando comparado aos seus pares, e capacidade de geração de ganho de capital adicional com transações no mercado secundário. Há de ressaltar que o Fundo vem pagando um dos melhores dividendos do mercado. No primeiro trimestre do ano o Fundo realizou a distribuição equivalente a CDI + 4,05%, isentos de impostos.
Confira também a nossas Estratégias de Investimento para esse mês.
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