Mercado reduz pessimismo sobre conflito no oriente médio e aguarda dados de atividade
NESTA MANHÃ
- Hoje, poderá ser votada no Conselho de Segurança da ONU, a resolução brasileira que pede por um cessar-fogo do conflito. No Brasil, o dia é marcado pela divulgação da Pesquisa Mensal de Serviços de agosto (Exp: +0,5%). Nos Estados Unidos, o mercado acompanha atentamente a divulgação dos dados de produção industrial americana e vendas do varejo referentes ao mês de setembro. Além disso, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, confirmou ontem a ida de Biden à Israel.
- As bolsas na Ásia fecharam majoritariamente em alta, acompanhando o bom desempenho de Wall Street ontem (16), em meio a um alívio das preocupações com a crise no Oriente Médio. Dessa forma, o Xangai Composto teve acréscimo de 0,32%, o Hang Seng subiu 0,75% e o Nikkei avançou 1,20%.
- Na Europa, as bolsas, apesar da força após a divulgação do índice alemão ZEW de expectativas econômicas, que subiu bem mais do que o esperado em outubro, voltaram a ficar voláteis em meio à cautela inspirada pelo Oriente Médio. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,12%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street sinalizam queda na abertura do pregão.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 4,75%.
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,19%, a US$ 88,44 o barril.
- O ouro sobe 0,03%, a US$ 1.920,85 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 28,5 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 EUA: Discurso de Williams, membro do Fed
- 09:00 Brasil: Pesquisa Mensal de Serviços (Ago) | Expectativa: + 0,5%
- 09:30 EUA: Vendas no Varejo (Set)
- 10:15 EUA: Produção Industrial (Set)
- 10:20 EUA: Discurso de Bowman, membro do Fed
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa fechou em alta de 0,67%, aos 116.533,85 pontos. O dia foi de recuperação de parte da perda de 1,11% da sessão de sexta (13), quando havia refletido o aumento da percepção de risco sobre o conflito no Oriente Médio.
Os juros futuros fecharam em queda. Apesar do avanço dos rendimentos dos Treasuries e da tensão geopolítica, os ativos de risco foram favorecidos pela leitura de que o conflito Israel-Hamas não tomará grandes proporções, o que puxou também o dólar e o petróleo para baixo.
O dólar fechou a sessão com queda de 1,02%, aos R$5,0370. A forte desvalorização se deu por um dia marcado por apetite ao risco e enfraquecimento global da moeda americana diante de dados abaixo do esperado para a economia americana e declarações menos duras de dirigentes do Fed.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam em alta. O movimento se deu por uma visão de que os mercados parecem olhar com otimismo para a trajetória de juros dos EUA, mesmo com alta dos Treasuries no dia. A interpretação positiva foi reforçada pelo dado fraco da indústria e para a temporada de publicação de balanços corporativos que está por vir. Nesse sentido, o Dow Jones fechou em alta de 0,93%, o S&P subiu 1,06% e o Nasdaq avançou 1,20%.
Os retornos dos Treasuries subiram à medida que a escalada de tensão com a guerra entre Israel e Hamas não se acentuou, e enquanto o temor por inflação mais persistente nos Estados Unidos parece continuar no radar dos investidores.
O dólar recuou ante outras moedas principais, em meio a declarações de dirigentes do Fed e em quadro de maior apetite de risco. Assim, o índice DXY registrou baixa de 0,38%, aos 106,648 pontos.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
O índice Empire State de atividade industrial recuou de 1,9 pontos em setembro para -4,6 pontos em outubro. O resultado veio abaixo da expectativa (-3,0 pontos), favorecendo para reduzir a pressão sobre o argumento de que a economia está aquecida.
DISCURSOS DE MEMBROS DO FEDERAL RESERVE
O presidente do Fed de Filadélfia, Patrick Harker, disse que agora é o momento em que é possível manter as taxas de política monetária estáveis nos Estados Unidos. Na ocasião, o dirigente reafirmou a mensagem de que a economia americana poderá alcançar um pouso suave e de que juros poderão ter de continuar altos por mais tempo.
GUERRA HAMAS X ISRAEL:
As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram que estão atacando “alvos terroristas” do Hezbollah no Líbano na manhã desta terça-feira (17), no horário local. Não foi informado o armamento utilizado, a quantidade de tropas ou quantos alvos são. Nesta segunda-feira (16), foi ordenada a evacuação de 28 vilas a dois quilômetros da fronteira com o Líbano, em meio a embates recorrentes na área. (CNN)
O Conselho de Segurança da ONU rejeitou ontem (16) a resolução da Rússia sobre a guerra entre Israel e Hamas. A proposta russa teve 5 votos a favor, 4 contra e 6 abstenções, incluindo o Brasil. Para ser aprovada, uma resolução deve ser apoiada por pelo menos nove votos, incluindo um de cada um dos cinco membros permanentes do conselho (China, França, Rússia, EUA e Reino Unido). Hoje, pode ser votada a proposta do Brasil que pede por um cessar-fogo, a liberação dos reféns; permissão para ações humanitárias nas regiões de conflito e fala em uma “contundente condenação dos ataques terroristas do Hamas”. (Poder 360)
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, visitará Israel na quarta-feira (18), anunciou o secretário de Estado americano, Antony Blinken, na noite desta segunda (16) em Tel Aviv. (Valor)
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
O Boletim Focus registrou mudança relevante apenas na projeção de inflação para 2023, que foi de 4,86% para 4,75%. Em 2024, houve uma pequena alteração na projeção para o câmbio, que subiu de R$5,02 para R$5,05.
POLÍTICA NO BRASIL
O relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), voltou a sinalizar que é favorável à ampliação do valor previsto para o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR). Ele disse que o aumento permitirá que haja menos exceções ao novo Imposto sobre Valor Agregado. Atualmente estão previstos R$40 bilhões para o FDR. Por fim, o relatório da reforma está previsto para ser protocolado na CCJ do Senado até o dia 24, e tem a votação prevista entre os dias 7 e 9 de novembro, tanto no plenário do Senado quanto no da Câmara. (Valor)
O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator do projeto de lei que modifica a cobrança do Imposto de Renda dos fundos exclusivos e offshore, afirmou que terá reunião com o ministro da Fazenda para tratar sobre o seu relatório. Ele avaliou que o espaço é curto para votar o texto hoje (17) no plenário, mas disse que trabalhará na busca de consenso para apresentá-lo. A votação estava prevista para o dia 24/10, mas há uma tentativa de antecipá-la. (Valor)
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, discutiram o andamento da agenda das propostas econômicas do governo no Congresso. Assim, de acordo com Padilha, algumas das prioridades são (Valor):
- Tributação de fundos exclusivos e offshore;
- Regulamentação das apostas eletrônicas;
- Avanço do texto das debêntures de infraestrutura;
- Reforma tributária;
- Marco regulado de carbono.
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