Com o risco de shutdown momentaneamente afastado, mercados voltam as atenções para as falas dos presidentes do Fed e BC brasileiro

Compartilhe o post:
NESTA MANHÃ
  • Após o Congresso americano aprovar, no fim de semana, proposta que estende por 45 dias o financiamento do governo Joe Biden evitando um “shutdown”, as atenções se voltam para a participação do presidente do Fed, Jerome Powell, e de outros dirigentes em eventos nos Estados Unidos nesta segunda-feira. No Brasil, o nosso presidente do BC, Roberto Campos Neto, também fica no foco com palestra em evento promovido pela Abracam. A agenda econômica traz o Boletim Focus, os dados do PMI e  Caged.
  • As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta segunda-feira, em dia de liquidez restrita em meio a feriados na China e em outras partes da Ásia. O  índice japonês Nikkei caiu 0,31% hoje, puxado por quedas em ações de tecnologia e energia com o entusiasmo inicial dada a reversão de um “shutdown” do governo dos EUA. 
  • O índice de gerentes de compras (PMI) industrial da China subiu de 49,7 em agosto para 50,2 em setembro. O resultado ficou acima da previsão de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que estimavam um valor de 50. O indicador da atividade manufatureira chinesa entrou na faixa de expansão pela primeira vez em seis meses, após Pequim intensificar o apoio à economia em desaceleração.
  • Na Europa, as bolsas operam majoritariamente em baixa na manhã desta segunda-feira, revertendo ganhos da abertura, em meio a um forte avanço dos juros dos Treasuries e na esteira de uma rodada de PMIs industriais fracos da região. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,34%.
  • Na zona do euro, o PMI industrial caiu a 43,4 em setembro, continuando bem abaixo da marca de 50. Apenas na Alemanha, a maior economia do continente, o PMI equivalente subiu no mês passado, a 39,6, mas ficou aquém da estimativa inicial. No Reino Unido, também houve avanço do PMI, a 44,3, mas em patamar ainda muito abaixo da zona de expansão.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street ficam mistos nesta manhã, sinalizando uma abertura com volatilidade.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos avança e está em 4,74%.
  • Os contratos futuros do Brent caem 0,38%, a US$ 93,10 o barril.
  • O ouro recua 0,72%, a US$ 1.835,46 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 28,6 mil.
AGENDA DO DIA
  • 08:25 Brasil: Boletim Focus
  • 10:00 Brasil: S&P PMI Industrial (Set)
  • 10:45 EUA: S&P PMI de Manufatura (Set)
  • 11:00 EUA: ISM PMI de Manufatura (Set)
  • 12:00 EUA: Discurso de Harker e Powell, membros do Fed
  • 14:00 Brasil: CAGED (Ago)
  • Feriado na China e em Hong Kong

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa fechou em alta de 0,72%, aos 116.565,17 pontos, na contramão de um dia majoritariamente negativo entre as bolsas dos Estados Unidos. No mês, o índice fechou com ganho de 0,71%. 

Os juros futuros fecharam em baixa, aproveitando a melhora do ambiente externo para corrigir excessos de prêmios acumulados nos últimos dias. O movimento foi respaldado pelo recuo dos rendimentos dos Treasuries, além da queda do dólar e dos preços das commodities. 

O dólar fechou a sessão em queda de 0,26%, cotado em R$5,0270, acompanhando o sinal predominante de baixa da moeda americana no exterior. A melhora externa se deu pela leitura mais benigna da inflação dos EUA e ao refresco das cotações internacionais do petróleo. 

EXTERIOR

As Bolsas de Nova York fecharam sem direção única na sessão. O índice de preços de gastos com consumo (PCE) mais fraco teria motivado alta, no entanto, a falta de uma resolução do impasse orçamentário que ameaça paralisar o governo americano impôs cautela aos investidores. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,47%, o S&P recuou 0,27% e o Nasdaq subiu 0,14%.

Os juros dos Treasuries de longo prazo oscilaram perto da estabilidade ao fim da tarde,  após a Câmara dos Representantes dos EUA rejeitar uma proposta orçamentária e ampliar o risco de paralisação do governo a partir de domingo. Já as taxas de curto prazo recuaram sob efeito do PCE melhor que o esperado. 

O dólar registrou baixa na sexta, com impulso limitado. A moeda reduziu as perdas em meio a indicadores dos Estados Unidos, com investidores também monitorando as negociações entre a Casa Branca e a oposição para tentar evitar a paralisação do governo americano. Nesse sentido, o índice DXY registrava baixa de 0,04%, a 106,185 pontos.

PARALISAÇÃO DO GOVERNO AMERICANO

 O Senado americano aprovou no sábado (30), por 88 votos a 9, a proposta orçamentária que prolonga o financiamento a agências federais por mais 45 dias. O resultado vem na esteira da aprovação na Câmara de Representantes mais cedo. Com isso, o Congresso dos EUA conseguiu evitar uma paralisação imediata do governo local, a apenas três horas do início do próximo ano fiscal. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse que o Congresso preveniu uma “crise desnecessária” e chamou de uma “boa notícia” para a população americana. No entanto, Biden criticou a não inclusão do apoio financeiro à Ucrânia no pacote, e acusou “republicanos extremistas” de tentarem desfazer acordo orçamentário definido entre a Casa Branca e o presidente da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy. (Broadcast)

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

O setor público consolidado registrou um déficit primário de R$22,8 bilhões nas contas do governo em agosto. Nos 12 meses encerrados no mês, o setor público consolidado registrou déficit de R$73,1 bilhões. O resultado veio acima da mediana das projeções do Broadcast, que estimavam um déficit de R$26,5 bilhões. Apesar disso, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o governo segue na meta de atingir um déficit de R$100 bilhões até o fim do ano.

A dívida bruta do governo geral subiu 0,4 p.p em relação ao mês de julho, atingindo 74,4% do PIB. 

A taxa de desemprego ficou em 7,8% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com a divulgação do IBGE, mostrando uma queda de 0,5 p.p em relação ao trimestre anterior. O resultado veio em linha com as expectativas dos analistas ouvidos pela Refinitiv. 

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

Foi divulgado o PCE, índice de preços de gastos com consumo, que subiu 0,4% no mês . Já o núcleo do PCE, medida mais acompanhada pelo Federal Reserve, teve alta de 0,1% em agosto, abaixo do consenso de 0,2%. Na comparação com agosto de 2022, o aumento do núcleo foi de 3,9%, em linha com o esperado 

POLÍTICA NO BRASIL

A Receita Federal publicou a instrução normativa que estabelece as novas regras para preços de transferência, nome dado à forma de apuração de parte do lucro das multinacionais para fins de pagamento do Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). A medida pode ajudar o governo na tarefa de tentar zerar o déficit ano que vem, uma vez que não foi incluído no Orçamento de 2024 por não ter uma estimativa de receita. De todo modo, ainda que a Receita Federal falasse em uma arrecadação de R$20 bilhões com a mudança nas regras, o Fisco não informou se a estimativa segue a mesma. (Valor)

O governo Lula enviou ao Tribunal de Contas da União uma consulta sobre a possibilidade de não aplicar os mínimos constitucionais de Saúde e Educação em 2023. O intuito é evitar a necessidade de injetar R$20 bilhões adicionais nessas áreas, sob risco de apagão em outros ministérios. (Folha)

Os ministérios da Fazenda e do Planejamento deixaram vir à tona sua discordância com a forma de resolver o problema dos precatórios. A proposta do Planejamento, de acordo com a apuração do Valor, envolve manter todo o montante dos precatórios como despesa primária, com exclusão desse gasto da regra de despesa do novo arcabouço fiscal. No entanto, os valores pagos entrariam no cômputo do resultado primário. O modelo é diferente do defendido pela Fazenda, que pretende colocar como despesa primária apenas o principal do precatório, deixando os encargos computados como despesa financeira. (Valor)

PAINEL DE COTAÇÕES

As informações contidas neste material têm caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Este material é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Órama Investimentos, incluindo agentes autônomos e clientes, podendo também ser divulgado no site e/ou em outros meios de comunicação da Órama. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Órama. 
Compartilhe o post:

Posts Similares