Carteira Órama Renda – Outubro de 2023
Carteira Órama Renda – Outubro de 2023
Sobre a Carteira Órama Renda
A Carteira Órama Renda utiliza critérios quantitativos e qualitativos para seleção dos Fundos Listado (FIIs, FIAgros, FI-Infras). A recomendação é composta por 4 ativos, com principal objetivo de geração de renda passiva. Trata-se de uma carteira mensal, em que qualquer entrada/saída e/ou aumento/diminuição de exposição é realizada sempre ao final de cada mês, quando divulgamos este relatório com informações de performance e demais atualizações.
Retorno (início):
+24,99%
Retorno (mês):
+1,81%
Dividend Yield:
15,57%
Dividendo:
R$ 1,24/cota
Indexadores:
77% CDI
23% IPCA
PERFORMANCE l OUTUBRO 2023:
Setembro foi um mês atribulado, afetado principalmente pela deterioração do cenário externo com a sinalização mais dura do presidente do Fed, Jerome Powell, na coletiva de imprensa após a reunião do Fomc do dia 20 e do relatório de projeções apresentado pelo Comitê. Apesar da manutenção da taxa, Powell fez questão de reforçar a condução de uma política contracionista “higher for longer”, além do relatório indicar mais uma alta de juros ainda esse ano, levando o mercado a intensificar a revisão de suas expectativas em relação às taxas futuras.
No ambiente doméstico, o Copom se reuniu também no dia 20, e decidiu, sem surpresas, reduzir a Selic em 50 bps, levando a taxa a 12,75%. A ata, no entanto, trouxe um tom um pouco mais duro, dando ênfase em temas que o Banco Central parece estar dedicando maior atenção, como foi o caso dos parágrafos que alertam sobre as condições externas e o que reforça a persecução das metas fiscais domésticas. Adicionalmente, em relação às próximas reuniões, manteve a expectativa de cortes na mesma magnitude, esvaziando as apostas do mercado por um corte mais forte, de 75 bps, em dezembro. Esse cenário, junto com a cautela do exterior, contribuiu com a abertura das curvas, que sobem cerca de 35 bps nos vértices intermediários e 50 bps nos mais longos. Já no curto prazo, a curva registra leve queda.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024, encaminhado no dia 31 de agosto, repercutiu ao longo do mês de setembro. A meta de zerar o déficit primário no ano que vem foi mantida e para isso, o governo precisa aprovar no Congresso um conjunto de medidas no valor de R$ 168 bilhões. Se anteriormente as maiores incertezas eram em torno do desenho final do arcabouço fiscal, hoje o aumento dos prêmios de risco são uma consequência do ceticismo do mercado quanto à execução dessas medidas de receita para o cumprimento das metas fiscais.
A descrença do mercado, em parte de justifica pela dificuldade que o governo vem tendo na relação com o Congresso, mesmo com a entrega dos ministérios do Esporte e o de Portos e Aeroportos para o PP e Republicanos respectivamente.
A questão fiscal voltou às manchetes com a proposta do governo, encaminhada pela AGU ao STF, defendendo que a suprema corte considere o teto de precatórios inconstitucional e mude a classificação contábil dos precatórios. A petição aponta que o principal dessa dívida deveria continuar sendo classificado como despesa primária, mas o pagamento dos juros seria uma despesa financeira.
Equipe de Estratégias – Órama Investimentos
Conforme mencionado, este mês observamos uma maior volatilidade nos mercados de juros futuros, tendo impacto direto no mercado de FIIs. As incertezas nos mercados globais, juntamente com desafios fiscais tanto no Brasil quanto no mundo, resultaram em uma abertura na curva de juros. Esse movimento sinaliza que o mercado está revendo suas projeções de taxas de juros a médio e longo prazo, uma dinâmica que afeta diretamente o mercado de Fundos Imobiliários, dada sua sensibilidade a esses movimentos.
A carteira Renda, com um perfil mais defensivo, conseguiu um bom resultado neste período de maior incerteza. Isso se deve ao fato de que ela é composta por ativos que oferecem uma maior previsibilidade de rendimentos no médio e longo prazo. Durante este período de volatilidade, é recomendável concentrar-se em ativos desse tipo, ao mesmo tempo em que se busca reduzir o risco da carteira como um todo.
À medida que olhamos para os próximos meses, estamos atentos ao comportamento dos indicadores econômicos, como o IPCA e juros. Atualmente, a nossa carteira tem uma maior exposição a ativos indexados ao CDI. No entanto, estamos acompanhando de perto as ações do Banco Central em sua política de juros, a fim de evitar possíveis surpresas que possam afetar o desempenho da carteira.
Neste contexto, a Carteira Órama Renda teve um retorno de +1,81% vs. IFIX +0,20%. Desde o seu início em novembro de 2021, a carteira entregou um retorno de +24,99%, enquanto o índice subiu +20,32%.
MOVIMENTAÇÕES l OUTUBRO 2023:
Não ocorreram alterações em nossa recomendação para este mês.
MONITOR DE DIVIDENDOS DA CARTEIRA ÓRAMA RENDA:
Este mês os fundos que compõem a Carteira Órama Renda distribuíram em média R$ 1,24/cota. Importante destacar que o objetivo desta carteira é manter um dividend yield de 1% ao mês. Neste contexto, ela atualmente é composta 100% por fundos de crédito (FIIs de CRIs/ FIAgros de CRAs).
Os CRIs/CRAs são papéis de renda fixa, que tem resultado mensal de juros e da variação do indexador, seja um indicador de inflação ou o próprio CDI. Em paralelo, os fundos de Tijolo – aqueles que compram imóveis diretamente – recebem mensalmente o aluguel pago pelo inquilino. De acordo com o contrato firmado, o aluguel é reajustado anualmente pela inflação. Ou seja, o impacto da correção monetária nas distribuições só é sentido uma vez por ano pelo fundo e seus cotistas. Além disso, em um momento de mercado mais desafiador para o proprietário do imóvel (no caso, o próprio FII), impactos de descontos, inadimplência, carência e renegociações podem se refletir em resultados abaixo do esperado. Por tal motivo, os FIIs de CRIs conseguem entregar rendimentos mais elevados.
Em relação aos resultados da Carteira Renda, é possível observar que mesmo em um momento de deflação (no 2º semestre de 2022), os dividendos seguiram acima da meta de 1% a.m. e da média do mercado. Passado esse período, temos um ano de 2023 com a inflação subindo gradualmente. Em termos de comparação, a inflação entre fev/23 e abr/23 foi apurada em média de +0,72%, enquanto entre nov/22 e jan/23 esteve +0,52%.
Para os próximos meses, esperamos que dividendos sigam atrativos, diante do fim do impacto da deflação nos pagamentos dos CRIs, e a manutenção dos juros em patamares elevados por um período mais longo do que inicialmente era esperado (justificado pelas incertezas fiscais no país).
ALOCAÇÃO POR INDEXADOR:
Conforme comentado na seção anterior, atualmente nossas recomendações estão com maior peso em operações de crédito atreladas ao CDI, tendo em vista a expectativa de manutenção de juros em níveis elevados por um período de tempo maior do que inicialmente esperado. Além disso, importante destacar que estamos buscando fundos com perfil de risco mais equilibrado, devido ao aumento do custo da dívida para as empresas e o cenário macro mais desafiador, com maiores incertezas.
RECOMENDAÇÕES:
RZAK11 – RIZA AKIN:
O RZAK11 explora diferentes teses de investimento: fechamento de spread (potencial de venda no mercado secundário por preços mais altos do que o de compra), carrego até o vencimento (ativos aderentes ao nível de risco e rendimento desejado para o fundo, que o time de gestão pretende carregar até o vencimento), bridge (potencial pré-pagamento futuro por parte do tomador, com a possibilidade de participação no refinanciamento). Isso reforça a gestão ativa adotada e o potencial de entrega de resultados adicionais aos cotistas. Além de se tratar de uma carteira de CRIs de qualidade e time de gestão com experiência, um dos motivos da nossa recomendação é a exposição de mais de 50% da carteira à CRIs CDI+. No cenário atual e considerando as perspectivas de manutenção da taxa de juros em patamares elevados por um tempo mais longo do que inicialmente esperado, portfólios com esse perfil tendem a se beneficiar diretamente. Até o final de março/23, a carteira de CRIs do RZAK estava dividida em: 56% CDI+4,4% e 43% IPCA+10,1%. Isto posto, o investidor se expõe à um portfólio com risco equilibrado e potencial de retornos elevados.
RBRY11 – RBR CRÉDITO ESTRUTURADO FII:
*Em restrição: Oferta em andamento
VGIR11 – VALORA CRI CDI FII:
O VGIR é gerido pela Valora Investimentos, casa com mais de 15 anos de mercado e com vasta experiência em operações de crédito. O Fundo tem como objetivo investimento em CRIs, com maior concentração em operações indexadas ao CDI. Além disso, dada a expertise do time de gestão nesse tipo de ativo, grande parte das operações foram originadas e estruturadas pela casa, o que traz um diferencial para o fundo, tendo em vista a possibilidade de negociação de melhores garantias e taxas para cada CRI, além do monitoramento próximo das operações.
Atualmente, a carteira do fundo possui 48 CRIs, sendo 96% indexados ao CDI (+4,90%) e o restante à IPCA (+8,40%). A maioria dessas operações possui lastros do segmento residencial, e duration mais curta. Parte das operações são de estoque pronto, ou seja, o devedor dá como garantia unidades prontas do empreendimento, e os recebíveis são ligados às vendas dos imóveis. A recomendação no fundo tem como base o cenário de manutenção de juros em patamares elevados, considerando a concentração da carteira em operações CDI+, e o spread acima dos pares do mercado, tendo em vista a relação risco/retorno. Vale destacar que em setembro foi realizado o desdobramento de cotas na proporção 1:10, com objetivo de trazer ainda mais liquidez no mercado secundário.
FGAA11 – FG/AGRO FIAGRO:
O FGAA11 é o FIAgro de CRAs da FG/A Gestora. O fundo traz duas estratégias para sua carteira: carrego e giro. Dessa forma, o gestor consegue aproveitar os momentos do mercado, com alocações em ativos que acreditam no fechamento de spread e geração de lucro adicional, além do carrego de papéis com taxas atrativas e risco de crédito controlado. A FG/A é uma casa que já vem do agro, começando sua história em 2005 com assessoria para empresas do setor, auxiliando na estruturação de projetos, atuando tanto na reestruturação financeira das companhias, quanto na parte estratégica do negócio. Neste contexto, o time se diferencia com sua experiência e conhecimento sobre o agronegócio, que se traduzem na sua capacidade de originação de operações. O FGAA11 vem sendo destaque em relação aos dividendos, estando entre os TOP 5 maiores pagadores de rendimentos de 2022 da indústria.
Nossa recomendação tem como base a confiança que temos no time de gestão, junto a carteira de CRAs corporativos de risco reduzido quando comparado aos seus pares, e capacidade de geração de ganho de capital adicional com transações no mercado secundário. Há de ressaltar que o Fundo vem pagando um dos melhores dividendos do mercado. No primeiro trimestre do ano o Fundo realizou a distribuição equivalente a CDI + 4,05%, isentos de impostos.
Confira também a nossas Estratégias de Investimento para esse mês.
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