Discussões sobre reforma ministerial e administrativa movimentam o dia
NESTA MANHÃ
- Hoje, o IBGE divulga a Pesquisa Mensal da Indústria (Exp: -0,3%). No campo político, a atenção se volta para a discussão de uma possível reforma administrativa, com o encontro da equipe econômica e ministros palacianos na tarde de hoje. O prosseguimento das negociações em torno da minirreforma ministerial também fica no radar. No exterior a agenda será focada nos discursos de membros do Banco Central Europeu e na abertura do mercado americano após o feriado.
- As bolsas na Ásia fecharam na maioria em queda. O PMI de serviços da China, que recuou de 54,1 em julho para 51,8 em agosto, e a manutenção da taxa básica de juros da Austrália foram os principais destaques dessa movimentação. O Xangai Composto caiu 0,71%, o Hang Seng recuou 2,06% e o Nikkei, na contramão, fechou com alta de 0,30%.
- Na Europa, as bolsas também operam em território negativo. O movimento também é efeito do PMI chinês mais fraco, mas principalmente dos dados econômicos do continente.
- O PMI da zona do Euro recuou para 46,7 pontos em agosto, abaixo dos 47 pontos projetados por analistas ouvidos pela FactSet. Já a pesquisa de expectativas de inflação na zona do euro, divulgada pelo Banco Central Europeu, registrou alta da inflação para os próximos três anos, ainda que a projeção para os próximos 12 meses tenha ficado estável. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,04%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street sinalizam queda na abertura do pregão.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 4,33%.
- Os contratos futuros do Brent caem 0,38%, a US$ 88,21 o barril.
- O ouro recua 0,35%, a US$ 1.931,81 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 25 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: PIM (Jul) | Expectativa: -0,3%
- 09:30 Europa: Discurso de Isabel Schnabel, do Banco Central Europeu
- 10:00 Brasil: PMI de Serviços S&P Global
- 11:00 EUA: Pedidos das Fábricas
- 11:30 Europa: Discurso de De Guindos, do Banco Central Europeu
- Brasil: reunião equipe econômica e ministros palacianos sobre a reforma administrativa
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa fechou a sessão em queda de 0,10%, aos 117.776,62 pontos. No início do dia a Petrobras (PETR4) destoava do desempenho moderadamente positivo. À tarde, no entanto, as perdas da estatal se acentuaram com o relato da CNN Brasil de que a equipe econômica cogita resgatar a ideia do governo anterior e antecipar receitas do pré-sal como plano alternativo para a obtenção da meta de déficit zero no ano que vem.
Os juros futuros fecharam com viés de alta, numa sessão marcada pela ausência dos negócios em Wall Street que secou a liquidez do mercado. Sem referência firme, predominaram ajustes técnicos de posições sob o pano de fundo da desconfiança fiscal com relação à capacidade do governo alcançar o déficit zero em 2024.
O dólar fechou a sessão em queda de 0,10%, aos R$4,9350. Operadores atribuíram a leve apreciação do real a ajustes de posições e movimentos de realização de lucros. A favor da moeda no curto prazo, analistas citam as expectativas em torno do anúncio de novas medidas de estímulos à atividade chinesa e a redução de temores de quebras no setor imobiliário por lá.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York estiveram fechadas ontem, com o feriado do Dia do Trabalho.
Em relação ao DXY, o índice fechou em queda de 0,11%, a 104,121 pontos. Houve, ao longo do dia, recuo do dólar ante o euro e a libra apoiado pelos comentários dos dirigentes do Banco Central Europeu (BCE). Christine Lagarde, presidente do BCE, e Joachim Nagel, dirigente da instituição, reforçaram que a inflação da zona do euro segue em níveis elevados, o que tende a gerar mais expectativa de uma continuação do ciclo de aperto monetário.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
O Boletim Focus teve como destaque o aumento das expectativas para inflação de 2023, que foi de 4,90% para 4,92%, e o aumento das projeções para o PIB de 2023, após a surpresa do segundo trimestre na semana passada, que levou os números de 2,31% para 2,56%.
De acordo com a Fenabrave, as vendas de veículos novos caíram 0,41% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com julho, as vendas caíram 7,93% na série sem ajuste sazonal, recuo que pode ser explicado pelo fim do impulso fiscal gerado pelos descontos oferecidos pelo governo nos dois meses anteriores.
POLÍTICA NO BRASIL
O secretário de Orçamento Federal, Paulo Bijos, disse que, “além do compromisso firme” de perseguir a meta de resultado zero em 2024, o presidente Lula tem “medidas de contingência e margens de manobra naturais no processo orçamentário” que podem ser acionadas para auxiliar na busca do déficit zero. De acordo com Bijos, essas medidas também atuariam pela receita, sendo elas: a regulamentação do preço de transferência (+R$20 bilhões), o empoçamento histórico (+R$22 bilhões), e a futura regularização de recebíveis da União, a ser enviada por projeto de lei (de +R$30 a R$50 bilhões). Nenhuma dessas medidas foi incluída no Projeto de Lei Orçamentária de 2024. (Valor)
O presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), Carlos Higino, afirmou em entrevista que o órgão tem como meta julgar entre R$500 e R$800 bilhões entre o segundo semestre de 2023 e 2024. Higino, que também é auditor-fiscal da Receita Federal, disse que os julgamentos do Carf geram, na média histórica, uma arrecadação de 10% aos cofres do Tesouro Nacional, assim, para cumprir a meta de arrecadar R$54,7 bilhões, o órgão precisará julgar algo próximo de R$550 bilhões no próximo ano. O valor é menor que as projeções do Carf, uma vez que há R$1,1 trilhão em estoque para julgamento. (Valor)
O presidente Lula, deve finalmente anunciar que ministérios concederá ao Republicanos e PP para que integrem a base do governo. Segundo uma fonte do governo, o PP deve ficar com o Ministério do Esporte, enquanto o Republicanos ficará com o Ministério dos Portos e Aeroportos. O partido do presidente da Câmara indicou nas conversas com o Planalto que gostaria de “turbinar” a pasta do Esporte com uma Secretaria de Prêmios e Apostas, com potencial de arrecadação de até R$12 bilhões por ano, ainda a ser criada. (Valor)
O Planalto convocou o ministro da Fazenda e os líderes do governo no Parlamento para discutir a proposta de emenda constitucional que institui o adicional de 1,5% no repasse mensal para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Se a matéria for aprovada esse semestre, os gestores locais poderão contar com esses recursos adicionais em março de 2024. O texto tem apoio da Confederação Nacional dos Municípios (CMN), já que sua aprovação pode significar um aumento de R$11 bilhões para os cofres dos prefeitos. (Valor)
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, descartou haver qualquer hipótese de coligação com o PT. A manifestação de Costa Neto ocorre cinco dias depois do diretório do PT divulgar resolução em que deixa aberta a possibilidade de alianças com quadros filiados ao PL, PP e Republicanos para a eleição de 2024. (Valor)
CHINA
O acordo da Country Garden com credores para a prorrogação dos pagamentos de dívida devida na China no valor de 3,9 bilhões de yuans impulsionou as ações da companhia e deu ao setor imobiliário do país um alívio. Apesar disso, investidores seguem inseguros em relação ao sucesso da série de medidas de estímulos adotadas pelo governo para retomar a demanda por imóveis no país. (Folha)
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