Natura – Margem Bruta é o grande destaque do trimestre.

Queda nas vendas da companhia, mas em linha com as expectativas.

A Natura&Co reportou uma receita líquida de R$ 7,7 bilhões, uma queda da ordem de 4,1% na comparação com o 2T22, mas em linha com as expectativas do consenso. O destaque positivo ficou com a performance de Natura LatAm (+15%), enquanto os destaques negativos ficaram com performance fraca de Avon LatAm e o cenário ainda desafiador da The Body Shop (estoques ainda altos e o mix de canais ainda sendo rebalanceado).

Rentabilidade em recuperação.

Em termos de lucratividade, a margem bruta foi o grande destaque. Na comparação anual, a companhia entregou um aumento de 430 bps, impulsionado por uma melhor dinâmica de preço e mix em todas as marcas da Natura&Co, especialmente na Natura LatAm. A margem EBITDA, ficou acima na comparação anual em 230bps, uma menor proporção versus a margem bruta por conta de maiores investimentos em marketing e investimentos em P&D nas marcas Natura LatAm e Avon Internacional. O EBITDA da companhia, dessa forma, fechou o trimestre na casa dos R$ 754 milhões, uma alta de 38,2% na comparação anual e 10% acima do consenso.

Visão para frente.

A Natura &Co reportou resultado interessante na frente de lucratividade. O único ponto negativo continuou sendo a estrutura de capital, além da queima de caixa por conta de necessidade de capital de giro e altos pagamentos de juros. Esperamos que essa questão se normalize à medida que o deal de venda da Aesop comece a conversar com o balanço patrimonial da companhia.

Os pontos de atenção na nossa visão devem ser: (i) possível recessão nos locais onde a companhia atua e (ii) maior custo de matéria prima prejudicando a margem bruta. Além, obviamente, de entender se essa expansão de margem Ebitda deve continuar seu pace de crescimento.