Movida – Pós downsizing, um trimestre de acomodação.

Mudança de mix e crescimento de receita são destaques

Em termos de volume, a Movida manteve a sua frota ao longo dos últimos doze meses na casa dos 200 mil autos operacionais. Tivemos uma mudança de mix, com a transferência de 10 mil autos do segmento de aluguel varejo (RAC) para o segmento de gestão de frotas (GTF). Em contrapartida, a Movida aumentou o número de pontos de atendimento do RAC de 223 para 250, além de ter se beneficiado de alta nas diárias da ordem de 7%, levemente acima da inflação do período. A ocupação se manteve um pouco abaixo dos 80%, resultando num incremento da ordem de 23% na receita de locação contra o 2T22.

Rentabilidade impactada pela depreciação

O aumento da receita da Movida veio também acompanhado por um aumento nos custos, em especial a depreciação. O segmento de RAC foi particularmente afetado, com o lucro operacional (EBIT) caindo praticamente pela metade. Já no GTF a Movida registrou números saudáveis, com aumento de 26% do EBIT. Em seminovos, o desempenho foi ruim, conforme esperado. Apesar de não haver aumento no volume de autos vendidos, o preço deles foi praticamente o mesmo nível do ano passado, o que implica em perda real de preço (descontada inflação).

Bottom line depreciado, com despesas financeiras elevadas

A Movida registrou despesas financeiras mais altas, da ordem de R$ 525 milhões, uma alta expressiva quando comparada aos R$ 400 milhões registrados no 2T22. Com isso, a Movida terminou o trimestre praticamente no zero a zero, com um prejuízo de R$ 18 milhões. Em termos de investimento, depois de um primeiro trimestre de downsizing relevante da empresa, a Movida terminou o segundo trimestre com capex líquido praticamente estável, fazendo aquisições suficientes para repôr a sua venda de seminovos. Aqui na Órama vemos boas perspectivas para a Movida, mas não vemos recuperação nos números já nos próximos trimestres.

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