Decisão do BCE e primeira leitura do PIB americano dominam a pauta
NESTA MANHÃ
- Hoje, o foco do mercado vai para a decisão do BCE (9:15) que deve subir o juro da zona do euro em 25 bps (para 4,25%), segundo expectativa consensual. Os olhares também se voltam para a divulgação da primeira leitura do PIB americano do segundo trimestre (9:30), junto com as leituras preliminares do índice de preços de gastos com consumo (PCE) do mesmo período.
- As bolsas na Ásia fecharam sem direção única nesta quinta-feira, após o Federal Reserve (Fed) elevar juros ontem, como era amplamente esperado, e em meio a incertezas sobre novos estímulos na China. O Hang Seng e o Nikkei avançaram 1,41% e 0,68% respectivamente. Já na China continental, o dia foi de perdas, com o Xangai Composto recuando 0,20%, sem novas medidas de estímulo concretas, como prometido por líderes do país no começo da semana.
- Na Europa, os mercados operam em alta, em dia de decisão de política monetária do BCE, com resultados positivos de balanços locais e na esperança de que o Fed tenha encerrado o seu ciclo de aperto de juros. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 sobe 0,87%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street avançam, com o Nasdaq impulsionado pela ação da Meta Platforms, que ontem divulgou balanço trimestral melhor do que o esperado.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,8679%
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,63% a US$ 83,44 o barril.
- O ouro também avança 0,22% a US$ 1.976,23 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 29,4 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: IPP (Jun)
- 09:15 Europa: Decisão da Taxa de Juros
- 09:30 EUA: 1ª leitura do PIB (2° tri)
- 09:30 EUA: Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal (PCE) (2º tri – resultado preliminar)
- 09:30 EUA: Balança Comercial (Jun)
- 09:30 EUA: Pedidos Iniciais por Seguro-Desemprego
- 14:00 Brasil: CAGED (Jun)
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O principal índice de ações da B3 fechou em alta de 0,45%, aos 122.560,38 pontos nesta quarta (26). O avanço do Ibovespa veio após a melhora pela Fitch da nota de crédito do Brasil. Com isso, o risco-país, ou CDS (Credit Default Swap) de 5 anos, atingiu 166 pontos ontem, o menor patamar em 24 meses.
Contribuiu também para o fechamento leve dos juros futuros, as declarações do FED sobre os juros americanos em dia de decisão do FOMC. O dólar recuou 0,46% em relação ao real nesta quarta-feira (26), a R$ 4,728.O valor é o mais baixo do ano e também o menor desde abril de 2022. A queda refletiu o otimismo do mercado em relação à melhora do risco Brasil e do aumento das taxas de juros americana dentro do esperado.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam mistas após a coletiva de imprensa com o presidente do FED. O Dow Jones registrou alta de 0,23%, o S&P caiu 0,02% e o Nasdaq recuou 0,12%. No geral, o mercado mostrou uma reação inicial positiva em relação à entrevista, mas o sentimento pesou quando o banqueiro central descartou cortes de juro este ano e frisou que a política monetária está restritiva.
Os retornos das Treasuries fecharam em queda ontem após a decisão do FED de elevar os juros em 25bps, como esperado pelo mercado. Na coletiva, o presidente do FED não se comprometeu sobre os próximos passos, alegando que não descarta novas altas nem manter a taxa. Em relação ao índice DXY, no fim do pregão a cesta fechou em queda de 0,46%. A desvalorização do dólar em relação às outras moedas fortes foi intensificada após a sinalização do presidente do FED que um ritmo mais gradual no aperto não significa necessariamente a alta dos juros a cada duas reuniões.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
Após curto período de pausa no ciclo altista dos juros americanos na reunião de junho, o FOMC (comitê de política monetária do FED) decidiu nesta quarta-feira por um aumento de 25 bps, para uma faixa de 5,25% – 5,50%, o nível mais alto em 22 anos. O anúncio não surpreendeu o mercado, mas a declaração do presidente do FOMC, Jerome Powell, deixou em aberto se o ciclo de alta deve continuar. O Comitê reforçou que o sistema bancário está sólido e resiliente, porém as condições de crédito permanecem apertadas para as famílias e comércio, com consequências ainda incertas. Nesse ponto o Comitê permanece vigilante aos riscos inflacionários. Confira a análise da Órama aqui.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
Fitch eleva a nota de crédito do Brasil de ‘BB-’ para ‘BB’, com perspectiva estável. A agência aumentou a nota de crédito brasileira devido ao desempenho macroeconômico e fiscal acima do esperado “em meio a choques sucessivos nos últimos anos, políticas proativas e reformas que apoiaram isso.” Com o aumento da nota, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (26) que a harmonia entre os Poderes é a saída para que o Brasil volte a obter grau de investimento.
Ontem também foi divulgado o resultado da conta corrente de junho, um déficit de U$843 milhões. O número veio bem abaixo da mediana do levantamento realizado pelo Broadcast, um superávit de U$1,1 bilhão, podendo ser explicado por uma piora mais intensa do que as expectativas da renda primária. Já o investimento direto no país somou U$1,88 bilhão em junho, também bem abaixo da mediana de U$6,2 bilhões.
POLÍTICA NO BRASIL
Fernando Haddad voltou a defender que há espaço para dar uma “limada” no texto da reforma tributária. De acordo com o Ministro, há espaço para os senadores discutirem o corte de exceções à alíquota-padrão. Além disso, Haddad também defendeu que o Fundo Constitucional do Distrito Federal fique dentro do teto de gastos previstos no novo arcabouço fiscal. (Valor)
O governo federal vai enviar o Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024 com meta de resultado primário igual a zero e com uma série de medidas que serão usadas para aumentar a arrecadação, como os projetos de taxação de offshore e fundos fechados, além de mudanças nos juros sobre capital próprio (JCP). Ainda que a fonte entrevistada reconheça que é ruim avançar em flancos diferentes simultaneamente no Congresso, faz parte da estratégia do governo o envio desses projetos até 31 de agosto para que constem no orçamento de 2024, podendo ser aprovados após a votação da reforma tributária sobre o consumo. (Valor)
O Ministério da Fazenda lançou nesta quarta-feira (26) um novo pacote com 23 medidas para apoiar Estados e municípios, chamado “Novo Ciclo de Cooperação Federativa”. Para o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, esse pacote vai abrir um novo ciclo de relações entre os entes do Estado. Nesse sentido, o Secretário do Tesouro Nacional sinalizou que o envio para o Congresso dos projetos para alterar o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) não contaminará o debate sobre a reforma tributária nem sobre o novo arcabouço. (Valor/Valor)
Haddad confirmou que o “Remessa Conforme”, programa de conformidade da Receita Federal destinado aos marketplaces, entra em vigor a partir do dia 1° de agosto, mesmo diante das críticas do varejo e indústria e do risco de baixa adesão inicial das empresas estrangeiras. A ideia é que as empresas paguem pelo menos o ICMS aos Estados uma alíquota única de 17%. (Valor)
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), cobrou nesta quarta-feira (26) que governadores do Nordeste estejam presentes no Congresso Nacional no segundo semestre como forma de pressionar os senadores a aprovarem o quanto antes a reforma tributária. O ministro reforçou o pedido ao dizer que governadores de outras regiões acompanharam de perto a aprovação na Câmara e que os estados nordestinos precisam fazer o mesmo para que a legislação aprovada “trate com equidade as regiões brasileiras.” (Valor)
PAINEL DE COTAÇÕES
As informações contidas neste material têm caráter meramente informativo, não constitui e nem deve ser interpretado como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. Este material é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Órama Investimentos, incluindo agentes autônomos e clientes, podendo também ser divulgado no site e/ou em outros meios de comunicação da Órama. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio consentimento expresso da Órama.