Levantamento da Produção Agrícola – Junho 2023

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O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho de 2023, mostrou que a estimativa para a safra agrícola de grãos deste ano é de um aumento de 16,78% em relação à produção em 2022. Em comparação com a expectativa de abril, houve um aumento de 1,9 milhões de toneladas de grãos, o que representa uma safra recorde para o ano de 307,3 milhões de toneladas. 

A Soja e o Milho, principais commodities brasileiras, tiveram aumento na expectativa de produção no ano, de 180 mil toneladas e 1,65 milhões de toneladas, respectivamente. Para as duas, a perspectiva é de safra recorde.

Em relação à área plantada do grupo de Cereais, leguminosas e oleaginosas, espera-se um aumento de 4,53% em comparação com 2022, totalizando 77,0 milhões de hectares. Para a área total dos itens da pesquisa, a estimativa é que cresça 4,13%, para 92,0 milhões de hectares. 

Olhando para a área colhida, o levantamento antecipa um aumento de 4,58% do total e de 5,06% para o grupo. Em hectares, isso representa uma área de 91,8 e 76,9 milhões, respectivamente.

Na comparação com o mês anterior, houve um aumento de 346,9 mil hectares de perspectiva de área plantada e de 346,7 mil hectares de área colhida para o grupo, com destaque para o Milho (193,8 mil hectares de área plantada e 193,6 mil hectares na área colhida) e para a Soja (94,3 mil hectares de área plantada e para a área colhida). 

Estamos vendo, para algumas colheitas, o efeito do El-Niño começando, já refletindo a perda de produtividade das safras. Alguns itens apresentam neste mês uma expectativa de produção mais baixa, mesmo com uma área plantada maior, em comparação com as últimas estimativas. 

O arroz, o milho e a soja, os três principais produtos do grupo, somados, equivalem a 92,0% da estimativa da produção de grãos no ano e respondem por 87,2% da área a ser colhida.

Para o fim de 2023 a nossa projeção para o PIB é de 2,1%, impulsionado pelo surpreendente desempenho do Agro, que no primeiro trimestre do ano cresceu 21,6%. Para entender mais sobre a nossa visão sobre o setor, acesse o relatório sobre as Boas Perspectivas para o Agro Brasileiro.

É importante ressaltar que por uma questão de adequação às normas internacionais, o IBGE agrupa as atividades econômicas em agropecuária, indústria e serviços. Logo, no PIB, a agropecuária diz respeito exclusivamente ao que entendemos como produção “dentro da porteira”, correspondendo a cerca de 5% do PIB. Se olharmos para a participação do agronegócio, como um todo, na atividade econômica, esse percentual sobe para entre 25-30%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

SOJA

A soja, principal commodity brasileira, deve ter uma safra 24,14% maior, totalizando 148,4 milhões de toneladas em 2023. A estimativa representa um novo recorde de produção. A área plantada esperada é 5,81% superior à do último ano, com 43,5 milhões de hectares. Já na área colhida, o crescimento estimado é de 6,36%, também com 43,5 milhões de hectares, indicando um aumento de produtividade em relação ao último ano. 

Em relação a maio, a expectativa de produção aumentou em 180,5 mil de toneladas, o que representa 830 mil toneladas acima da estimativa de janeiro. Já a área plantada apresentou um aumento de perspectiva de 50,5 mil hectares, igual ao da área colhida. 




MILHO

Estima-se que o milho, somando as duas safras, deva ter uma produção recorde 12,97% acima de 2022, com 124,5 milhões de toneladas. É esperado que a área de plantio do milho cresça 3,52%, para 22,1 milhões de hectares. Enquanto para a área de colheita antecipa-se um aumento de 3,97% em relação ao último ano, com 22,0 milhões de hectares. 

Em relação a abril, a expectativa de produção cresceu em 180 mil de toneladas. Já a área plantada apresentou um crescimento de perspectiva de 92,4 mil hectares, assim como a área colhida.

ARROZ

Para o arroz a estimativa é de 10,0 milhões de toneladas produzidas, isto é, uma safra 5,98% menor do que em 2022. Estima-se também uma redução em 7,13% da área plantada e de 5,92% da área colhida, ambas para 1,5 milhões de hectares.

Em relação a abril, a expectativa de produção teve uma queda de 44,8 mil toneladas. Já a área plantada apresentou uma redução marginal na perspectiva de 956 hectares, assim como a área colhida esperada.

CAFÉ

O café, somando o Arábica e o Canephora, deve ter uma produção 5,29% maior, de 3,3 milhões de toneladas. A projeção é que a área plantada aumente em 2,96%, passando a 1,93 milhões de hectares. Para a área de colheita, a estimativa também é de crescimento de 2,96%, indo a 1,91 milhões de hectares. Vale ressaltar que o ano é de bienalidade negativa para o café e, mesmo assim, espera-se uma produção superior a de 2022.

Em relação a abril, houve uma redução marginal na expectativa de produção do café, de 17,6 mil toneladas. Enquanto, para a área plantada espera-se um aumento de 6,6 mil hectares, assim como para a colhida.




CANA DE AÇÚCAR

A cana de açúcar tem expectativa de aumento de 6,47% na sua produção anual, para 666,2 milhões de toneladas. Em relação à área de plantio, antecipa-se que cresça em 2,06%, para 9,0 milhões de hectares. Enquanto a área colhida tem estimativa de 1,97% maior do que a do último ano, de 8,97 milhões de hectares. 

Em relação a abril, a expectativa de produção reduziu em 539,4 mil toneladas. Já a área plantada e a área colhida apresentaram uma alta na perspectiva de 12,9 mil hectares.



O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) foi implantado em novembro de 1972 com o propósito de atender às demandas de usuários por informações estatísticas conjunturais mensais

É uma pesquisa de previsão e acompanhamento das variáveis área, produção e rendimento médio de 25 importantes produtos agrícolas, desde a fase de intenção de plantio até o final da colheita, de cada cultura investigada dentro do ano civil corrente e prognóstico da safra subsequente. Esse prognóstico é realizado nos levantamentos dos  meses de outubro, novembro e dezembro.

Algodão herbáceo

Amendoim (1ª Safra)

Amendoim (2ª Safra)

Arroz

Aveia

Centeio

Cevada

Feijão (1ª Safra)

Feijão (2ª Safra)

Feijão (3ª Safra)

Girassol

Mamona

Milho (1ª Safra)

Milho (2ª Safra)

Soja

Sorgo

Trigo

Triticale

Banana

Batata – inglesa (1ª Safra)

Batata – inglesa (2ª Safra)

Batata – inglesa (3ª Safra)

Cacau

Café arábica 

Café canephora 

Cana-de-açúcar

Castanha-de-caju

Fumo

Juta

Laranja

Mandioca

Tomate

Uva

Desde 2017, os seguintes parâmetros objetivos são seguidos: para que um produto seja divulgado na pesquisa, ele deve representar, no mínimo, 1% do valor da produção nacional ou pelo menos 1% da área agrícola brasileira

Com base em tais critérios, a partir de 2018, o novo elenco investigado pelo LSPA passou a ser formado por 18 produtos que representam, em conjunto, cerca de 93% do valor da produção e aproximadamente 97% da área agrícola do País, conforme dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal – PAM referentes ao triênio 2011-2013. 

A cada cinco anos, esse rol de produtos deverá ser reavaliado, utilizando-se novamente os dados da PAM.

O conjunto de variáveis divulgadas depende da duração do ciclo de cultivo do produto, sendo as culturas classificadas em temporárias (aquelas tidas como de curta ou média duração, uma vez que seu ciclo reprodutivo é inferior a um ano, e que, depois de colhidas, precisam de um novo plantio) ou permanentes (aquelas tidas como de ciclo longo e cujas colheitas podem ser feitas por vários anos sem a necessidade de novo plantio). 

Para as culturas temporárias, são divulgadas as variáveis: área plantada ou a plantar; área colhida ou a colher; produção; e rendimento médio. Para as culturas de longa duração são divulgadas as variáveis: área total plantada; área colhida ou a colher; produção; e rendimento médio. Para os produtos de cultura permanente, são investigadas as variáveis: área em formação; área em produção; área colhida ou a colher; produção; e rendimento médio.

Os dados são obtidos mensalmente pela rede de coleta do IBGE, por meio de entrevista pessoal com questionário em papel. Essas entrevistas são realizadas nas Reuniões Municipais de Estatísticas Agropecuárias (REAGRO Municipal) ou nas Reuniões Regionais de Estatísticas Agropecuárias (REAGRO Regional), constituídas por técnicos do IBGE e de outros órgãos que atuam na área, produtores e outros colaboradores, bem como por representantes técnicos de entidades públicas e privadas que participam das Reuniões Estaduais de Estatísticas Agropecuárias (REAGRO Estadual ). 

Os dados oriundos das comissões são analisados, em nível estadual, na Reagro Estadual e, posteriormente, submetidos à aprovação na Reunião Nacional de Estatísticas Agropecuárias (REAGRO Nacional) em nível federal. 

O dado levantado é fruto da colaboração de um grande número de instituições públicas e privadas.  Grande parte dos principais usuários dos agregados obtidos também participa da geração dessas mesmas estatísticas como fonte de informação primária. 

A Pesquisa estatística está assentada fundamentalmente nos métodos denominados de “tradicional”, “indireto” ou “subjetivo“, que envolvem especialmente o conhecimento de informantes qualificados e a avaliação técnica dos cultivos, muito embora para vários produtos e/ou região se alimentem também de outras formas de acompanhamento de maior precisão, como levantamentos em nível de produtor, registros privados e administrativos, dependendo da importância da cultura, nível de organização local e disponibilidade de informantes e informações. 

Essas estatísticas de previsão e acompanhamento de safra são, de uma maneira geral, traduzidas em dados de área de plantio e colheita, rendimento e produção, tendo como unidade de investigação o município.

Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia

Para ver as outros indicadores macroeconômicos, acesse nossas projeções.


Este relatório foi elaborado pela ÓRAMA DTVM S.A. (“Órama”) e não deve ser considerado um relatório de análise para os fins do artigo 1o na Resolução CVM 20/2021. As informações contidas neste relatório têm caráter meramente informativo e não constitui e nem deve ser interpretado como solicitação de compra ou venda, oferta ou recomendação de qualquer ativo financeiro, investimento, sugestão de alocação ou adoção de estratégias por parte dos destinatários. As informações, opiniões, estimativas e projeções contidas se referem à data de sua elaboração e/ou divulgação, bem como estão sujeitas a mudanças, não havendo obrigatoriedade de qualquer comunicação no sentido de atualização ou revisão. As projeções constantes neste documento poderão ter resultados significativamente diferentes do esperado. Recomenda-se a análise das características, prazos e riscos dos investimentos antes da decisão de compra ou venda. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido, não podendo a Órama e/ou o(s) envolvido(s) na elaboração deste relatório serem responsabilizados por qualquer perda direta ou indireta decorrente da utilização do seu conteúdo, cabendo a decisão de investimento exclusivamente ao investidor. Este relatório é destinado à circulação exclusiva para a rede de relacionamento da Órama, incluindo agentes autônomos e clientes, podendo também ser divulgado no site e/ou em outros meios de comunicação da Órama. Fica proibida sua reprodução ou redistribuição para qualquer pessoa, no todo ou em parte, qualquer que seja o propósito, sem o prévio e expresso consentimento da Órama. Telefone Ouvidoria 0800 797 8000. Para informações sobre produtos e serviços acesse o site www.orama.com.br. As informações deste relatório estão atualizadas até 13/07/2023.
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