Comunicado Copom – Junho 2023

Compartilhe o post:

Comunicado Copom – 255ª reunião

DECISÃO DO COPOM

Sem surpresas, o colegiado do Banco Central (BC) decidiu manter a Selic nos atuais 13,75%, em sua 255ª reunião. A permanência da taxa no patamar estabelecido em agosto do ano passado era consenso no mercado.

COMENTÁRIOS

A grande expectativa residia sobre o comunicado pós-encontro, pois havia, na opinião de muitos analistas, a possibilidade de o Comitê sinalizar que em seus próximos passos finalmente veremos a desejável inflexão da atual política monetária, bastante restritiva.

Seguindo seu roteiro habitual, o Copom salientou os elementos perturbadores existentes, domésticos e externos. De concreto, contudo, a linguagem mais suave não se efetivou explicitamente, a não ser pela retirada do temido alerta “não hesitará em retomar o ciclo de ajuste”, que vinha encerrando os comunicados anteriores.

Nossa leitura é que uma redução de 25 pontos, para 13,50% a.a., deverá ocorrer muito possivelmente no encontro de agosto, ou, no mais tardar, de 50 pontos em setembro, para 13,25%, reforçando a análise que divulgamos em 03 de maio do corrente, após a reunião anterior, estimando que a taxa encerre o ano em 12,25%.

É notório que o cenário prospectivo de inflação está melhor, o que dá mais conforto para o banco central agir. Não somente o IPCA está mais favorável, como também as projeções no Boletim Focus vêm retrocedendo nas últimas semanas, ancorando expectativas, além da taxa de câmbio estar mais valorizada, o que pesa a favor. Outrossim, os IGPs da FGV estão apontando deflação, o que inibe um contágio maior sobre o índice oficial, via indexação dos contratos. De toda sorte, não se pode tirar o foco do lado fiscal, sendo esse ponto determinante para os próximos movimentos, com a aprovação definitiva pelo Congresso da nova regra fiscal, prevista para julho.

Por fim, na reunião do CMN do dia 29, esperamos que o órgão discuta algum tipo de mudança na meta de inflação. O mais provável é que se altere o período, passando a vigorar prazos mais estendidos, a chamada meta contínua, no lugar do “ano calendário”, como ocorre em muitos países. Outras modificações outrora ventiladas podem ser vistas pelo mercado como casuísticas e não devem prosperar, como, por exemplo, a elevação do centro da meta para 4%, dos 3% atuais.

Comunicado Copom – 255ª reunião


Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia

Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 21/06/2023.
Compartilhe o post:

Posts Similares