Setor de Serviços – Abril 2023
O setor de serviços recuou 1,6% em abril na comparação com março, após dois meses de crescimento, de acordo com a Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE. O resultado veio abaixo das estimativas, que tinham mediana de -0,4%, no intervalo de -2,9% e +1,1%. O mês de março, no entanto, sofreu uma revisão de 0,9% para 1,4%.
Em relação a abril de 2022, o índice tem alta de 2,7%, também abaixo da mediana (4,3%), mas dentro do intervalo das expectativas, que oscilavam entre 1,6% e 6,5%. Em 12 meses, os serviços acumulam avanço de 6,8%.
Com o resultado, os serviços operam 2,9% abaixo do pico, em dezembro de 2022. Contudo, em relação ao nível pré-pandêmico (fevereiro 2020), têm alta de 10,5%.
Das cinco atividades monitoradas pela pesquisa, apenas uma registrou alta em relação a março. Do lado negativo, Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-4,4%), Outros serviços (-1,1%), Serviços de informação e comunicação (-1,0%) e Serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,60%). Apenas Serviços prestados às famílias (1,2%) avançou na margem.
Já na comparação com o mesmo período de 2022, quatro das cinco atividades apresentaram crescimento. O destaque foi em Serviços profissionais, administrativos e complementares (4,0%) e em Serviços de informação e comunicação (4,0%), seguido de Serviços profissionais e Serviços prestados às famílias (2,9%) e Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (2,0%). Outros serviços, por sua vez, recuaram 0,90%.
O índice de difusão – que indica o percentual de serviços com crescimento – voltou a cair, passando de 59% em março para 57,2% em abril.
A leitura foi negativa, contribuindo para o nosso cenário de desaceleração da atividade ao longo do ano. O setor de serviços teve um desempenho forte no primeiro trimestre, impulsionado pela cadeia do agro, contudo, vem mostrando um resultado fraco, especialmente nas aberturas mais sensíveis à política monetária contracionista.
Para o PIB, esperamos alta de 2,1% em 2023, com um segundo trimestre negativo (-0,5 QoQ e 1,8% YoY).
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia
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