Vendas no Varejo – Abril 2023
As vendas no varejo restrito avançaram 0,1% em abril na comparação com o mês anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo IBGE. O resultado veio próximo a mediana das expectativas, de 0,2%, e dentro do intervalo das estimativas, que oscilava entre -2,7% e +0,7%. Na comparação com abril de 2022, a leitura indicou alta de 0,5%, abaixo da mediana de 0,8%.
Em relação às vendas no varejo ampliado (PMC-A), que incluem vendas de veículos, materiais de construção e atacado alimentício, houve recuo de 1,6% ante março, após quatro meses de alta consecutiva. Os especialistas estimavam uma queda de 2,0%, no intervalo que oscilava entre -4,4% e +0,2%. Na comparação anual, houve crescimento de 3,1%, bem acima das expectativas (1,8%), que tinham piso de -0,5% e teto de 5,2%.
Dentre as atividades monitoradas pela pesquisa, cinco das oito apresentaram queda na comparação mensal. As contribuições negativas vieram de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-7,2%), Tecidos, vestuário e calçados (-3,7%), Combustíveis e lubrificantes (-1,9%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,4%) e Móveis e eletrodomésticos (-0,5%). Já Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,2%) apresentaram expansão.
Dentre os grupos na PMC-A, o segmento de Veículos, motos, partes e peças caiu 5,9%, ao passo que Material de construção recuou 0,8%. Com a reformulação da Pesquisa Mensal de Comércio a partir de 2023, o varejo ampliado inclui, agora, o segmento de atacado alimentício, nova atividade investigada. Não há, contudo, ainda divulgação de dados individuais para a série ajustada sazonalmente.
Na comparação com março de 2022, apenas três das oito atividades cresceram. Do lado negativo, Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-18,0%), Tecidos, vestuário e calçados (-11,0%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-5,8%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,7%) e Móveis e eletrodomésticos (-2,4%). Ao passo que Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (3,0%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,1%) e Combustíveis e lubrificantes (8,7%) registraram alta.
No varejo ampliado, Veículos, motos, partes e peças (-1,9%) e Material de Construção (-7,6%) caíram, enquanto Atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (14,5%) avançou.
A leitura da PMC é consistente com a trajetória de desaceleração da atividade após um primeiro trimestre mais forte, impulsionada pelos juros altos, que influenciam, principalmente, o mercado de crédito. Por outro lado, o alívio da inflação e a queda dos juros, especialmente nos vértices mais longos, devem ajudar a uma recuperação no setor no curto prazo. Visto isso, mantemos nossa projeção de 2,1% para o PIB de 2023.
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia
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