Leitura positiva do IPCA leva a revisão da inflação para o ano

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NESTA MANHÃ
  • Em dia de agenda esvaziada e expectativa de menor liquidez no Brasil em meio ao feriado, as atenções se voltam principalmente para as reações aos dados econômicos da China. 
  • O índice de preços ao consumidor (CPI) da China subiu 0,2% em maio, na comparação anual, abaixo do esperado, com recuo de 0,2% ante o mês anterior. O índice de preços ao produtor (PPI) caiu 4,6% na comparação anual em maio, acima do previsto.
  • Em uma estratégia para impulsionar o crescimento, enquanto o consumo chinês tem sido lento, seis bancos estatais comerciais da China cortaram suas taxas de depósito, nesta quinta-feira. Esses cortes abrem caminho para o Banco do Povo da China (PBoC) reduzir suas taxas de juros, segundo analistas do Nomura.
  • Com isso, as bolsas na Ásia fecharam positivas. O Nikkei subiu 1,97%, enquanto o Hang Seng avançou 0,47% e o Xangai Composto registrou alta de 0,55%. 
  • Na Europa, as bolsas operam no negativo, com o índice Stoxx Europe 600 recuando 0,21%. Ontem, a revisão do PIB mostrou dois trimestres negativos na zona do euro. Com a inflação ainda forte, a expectativa geral é de que o BCE anuncie alta de 25 pontos-base nos juros na próxima semana. 
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam levemente negativos.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,75%.
  • Os contratos futuros do Brent sobem 0,03%, a US$ 75,98 o barril.
  • O ouro recua 0,13%, a US$ 1.962,91 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 26,7 mil.
AGENDA DO DIA
  • 05:30 Zona do Euro: Dirigente do BCE, Andrea Enria participa de evento em Milão
  • 10:00 Brasil: ABCR: Fluxo em estradas pedagiadas – Mai

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

Antes do feriado, o Ibovespa renovou o maior nível do ano no pregão de quarta-feira, 07,  aos 115.488,16 pontos, encerrou o dia com ganho de 0,77%. O bom desempenho foi amparado pelo fortalecimento das apostas em um corte da taxa Selic a partir de agosto após o IPCA ter mostrado inflação menor do que o esperado em maio.

Os juros futuros de curto prazo fecharam em leve queda, as taxas intermediárias ficaram estáveis e as longas subiram. O clima externo começou a pesar mais sobre os negócios, considerando ainda que o forte fechamento da curva nos últimos dias abriu espaço para uma realização de lucros. A correção, no entanto, foi moderada e puxada ainda pelo leilão grande de prefixados do Tesouro.

Em sessão marcada por volatilidade, o dólar à vista encerrou cotado a R$ 4,9240, em alta de 0,24%, interrompendo uma sequência de quatro pregões consecutivos de queda.

EXTERIOR

A expectativa por uma pausa temporária no aperto do Federal Reserve (Fed) se consolidou nesta quinta-feira, 8, após alta acima do esperado nos pedidos de auxílio-desemprego sinalizar arrefecimento no mercado de trabalho dos Estados Unidos. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,50%, enquanto o S&P 500 avançou 0,62% e o Nasdaq subiu 1,03%.

Este cenário pressionou os rendimentos dos Treasuries e o dólar no exterior. O juro da T-note de 2 anos cedia a 4,517%, o da T-note de 10 anos recuava a 3,706% e o do T-bond de 30 anos tinha queda a 3,884%. O DXY fechou em queda de 0,73%, a 103,343 pontos.

INDICADORES ECONÔMICOS NO EXTERIOR:

O Departamento do Trabalho americano informou alta de 28 mil novos pedidos de auxílio-desemprego, a 261 mil na semana encerrada em 3 de junho, acima dos 240 mil esperados por analistas consultados pela FactSet. O número é o maior registrado desde outubro de 2021 e, segundo análise do Jefferies, representa que o mercado de trabalho americano está em “etapas iniciais” de arrefecimento.

O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro teve baixa de 0,1% no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior, de acordo com a terceira estimativa do dado, publicada ontem (08) pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, a Eurostat. Analistas ouvidos pela FactSet previam alta de 0,1%, que coincidiria com a leitura anterior. Além disso, o PIB do quarto trimestre foi revisado, de estabilidade ante o terceiro trimestre de 2022 para uma queda de 0,1%.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL:

O IPCA de maio apresentou alta de 0,23%, abaixo das expectativas da Órama (0,36%) e do mercado (0,33%), que oscilavam entre 0,24% e 0,45%. No acumulado de 12 meses, o índice registra alta de 3,94%, menor resultado acumulado desde setembro/2020. As maiores surpresas vieram no grupo de Alimentação (0,16% e 0,03 p.p.), principalmente no subgrupo de alimentação no domicílio (0,00% e 0,0 p.p.). A leitura foi positiva. Além da queda na gasolina, que pesa no índice e já era esperada, vimos um bom resultado nos grandes grupos. A combinação de um índice de difusão mais baixo, junto com a desaceleração dos núcleos de inflação e com um arrefecimento nos serviços contribuem para um cenário mais consistente de desinflação. Para 2023, alteramos nossa projeção para 5,4%, de 6,0% anteriormente. Confira o relatório da Órama aqui.

POLÍTICA NO BRASIL:

Está ameaçado o consenso entre os governadores em defesa da reforma tributária. A desunião que começa a se desenhar, tanto entre Estados como entre municípios, pode ser decisiva para que o texto não avance. Um sinal de problemas pela frente é o desenho do fundo regional de desenvolvimento, capitalizado pela União, que deve compensar os governos pelo fim da guerra fiscal. (Valor)

A mais recente rodada da pesquisa nacional Ipec mostra o presidente Lula (PT) com 37% de aprovação (ótimo ou bom) e 28% de reprovação (ruim ou péssimo). Outros 32% consideram a gestão regular. O levantamento revela estabilidade em relação à pesquisa anterior, feita em abril. Em março, quando o Ipec fez a primeira rodada no atual governo, a diferença entre os grupos de aprovação e reprovação era de 17 pontos percentuais, índice que agora aparece em 9 pontos. (Folha)

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