Arcabouço fiscal e alteração da política de preços da Petrobras dominam as atenções do mercado doméstico
NESTA MANHÃ
- As atenções, nesta terça-feira, ficam voltadas à coletiva de imprensa do relator do arcabouço fiscal, Cláudio Cajado (PP-BA), a nova política de preços da Petrobras e a retomada de negociações nos EUA sobre o teto da dívida federal. Os mercados vão monitorar também a divulgação de indicadores econômicos como PMS (Brasil), vendas no varejo (EUA) e produção industrial (EUA), assim como os comentários de dirigentes do Federal Reserve.
- As bolsas asiáticas fecharam sem direção única, após novos sinais de que a economia chinesa está mais fraca do que se imaginava. O Xangai Composto recuou 0,60%, enquanto o Nikkei avançou 0,73% e o Hang Seng registrou alta marginal de 0,04%.
- Dados oficiais chineses mostraram que, na comparação anual, a produção industrial subiu 5,6% e as vendas no varejo cresceram 18,4% em abril, enquanto os investimentos em ativos fixos avançaram 4,7% no acumulado dos primeiros quatro meses do ano. Todos os números vieram abaixo das expectativas de analistas.
- Na Europa, os mercados operam perto da estabilidade. Mais cedo, a Eurostat confirmou que o PIB da zona do euro cresceu 0,1% no primeiro trimestre ante os três meses anteriores, como havia sido estimado no fim de abril. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,04%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam mistos.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,4644%.
- Os contratos futuros do Brent recuam 0,05%, a US$ 75,19 o barril.
- O ouro cede 0,60%, a US$ 2.008,55 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 27 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: PMS – Pesquisa Mensal de Serviços (Mar)
- 09:30 EUA: Vendas no Varejo (Abr)
- 09:55 EUA: Discurso de Bostic, membro do FOMC
- 09:55 EUA: Índice Redbook
- 10:15 EUA: Produção Industrial (Abr)
- 11:00 Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa emendou a oitava alta diária aos 109.029,12 pontos, com ganhos de 0,52%. O mercado reagiu positivamente à notícia de que o Congresso quer inserir mais gatilhos de controle de gastos ao texto do arcabouço fiscal. Entre as blue chips, destaque para retomada parcial do setor metálico nesta segunda-feira, com Vale (ON +1,44%) e CSN (ON +1,88%). O minério de ferro na madrugada subiu mais de 6% em Singapura com a expectativa de anúncios de estímulos na China.
Os juros futuros recuaram na maior parte da curva, acompanhando a forte baixa do dólar, enquanto investidores aguardavam a apresentação do relatório do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) sobre a proposta de novo arcabouço fiscal. Embora o texto não tenha sido divulgado até o fechamento do mercado, prevaleceu entre os agentes o otimismo com o endurecimento da regra.
O dólar à vista não apenas emendou o quinto pregão consecutivo de queda, como rompeu no fechamento o nível de R$ 4,90 pela primeira vez desde junho do ano passado. Recuando 0,71%, a divisa americana era cotada a R$ 4,8882 ao fim do dia.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta segunda-feira, após o avanço de ações de bancos e de tecnologia. Os ganhos, porém, foram contidos pelas persistentes incertezas do cenário, entre elas o impasse sobre o teto da dívida, os próximos passos do aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e pelo resultado mais fraco do índice de atividade industrial Empire State.Com isso, o índice Dow Jones encerrou o pregão com ganho de 0,14%; o S&P 500 subiu 0,30% e o Nasdaq avançou 0,66%.
Por conta dessas incertezas, os rendimentos dos Treasuries subiram, com o retorno da T-note de 2 anos a 4,000%, o da T-note de 10 anos em 3,498%, e o do T-bond de 30 anos a 3,836%.
O dólar caiu diante do euro e da libra, em quadro de certo apetite por risco. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, registrou baixa de 0,24%, a 102,434 pontos.
INDICADORES ECONÔMICOS NO EXTERIOR:
O Banco Central da Argentina (BCRA) confirmou nesta segunda-feira o aumento de sua taxa de juros básica em 6 pontos percentuais, de 91% para 97%, diante da aceleração da inflação no país, que atingiu 109,9% em abril no acumulado de 12 meses. Em abril, o índice de preços ao consumidor subiu 8,4% ante março e já acumula 32% só em 2023. (Valor)
O índice de atividade industrial Empire State, que mede as condições da manufatura no Estado de Nova York, caiu de 10,8 em abril para -31,8 em maio, segundo pesquisa divulgada pela distrital de Nova York do Federal Reserve (Fed). O resultado superou a previsão de analistas consultados pela FactSet, que previam queda menor do indicador, a -3,5 neste mês.
Os dirigentes do Fed dão sinais de divergências sobre o caminho a seguir. O presidente da distrital do BC americano em Atlanta, Raphael Bostic, disse que apoiaria a manutenção dos juros no mês que vem. Já o líder da regional de Minneapolis, Neel Kashkari, reiterou que a instituição ainda tem um trabalho a fazer para conter a inflação.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL:
Os economistas de mercado ouvidos pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus elevaram de 6,02% para 6,03% a estimativa para o IPCA ao fim de 2023. Em compensação, para 2024 houve leve recuo de 4,16% para 4,15%. A projeção de PIB também teve uma elevação marginal de 1% para 1,02% em 2023, recuando de 1,40% para 1,38% no ano que vem.
POLÍTICA NO BRASIL:
O deputado Cláudio Cajado (PP-BA) apresentou ontem (15) o substitutivo do PLP (Projeto de Lei Complementar) 93 de 2023, que versa sobre a nova regra fiscal. Entre as mudanças, estão a proibição de novas despesas obrigatórias. Em contrapartida, o salário mínimo e o Bolsa Família ficam fora da limitação. Também não foi incluída a criminalização do presidente da República em caso de descumprimento da regra. (Poder360)
A Petrobras anunciou nesta terça-feira que sua diretoria aprovou a nova estratégia comercial para definição de preços de gasolina e diesel comercializados por suas refinarias, em substituição à política de paridade de importação (PPI). A nova estratégia comercial usa o custo alternativo do cliente como valor a ser priorizado na precificação. O valor marginal para a Petrobras também será considerado, baseado no custo de oportunidade dadas as diversas alternativas para a companhia, dentre elas produção, importação e exportação dos produtos ou petróleos utilizados no refino. (Valor)
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