Mercado repercute proposta de arcabouço fiscal entregue pelo governo
NESTA MANHÃ
- Hoje, no Brasil, o mercado deve focar na participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em reunião com investidores em Londres e na divulgação da produção industrial de fevereiro. Lá fora, o mercado aguarda a divulgação do Livro Bege dos EUA.
- As bolsas na Ásia fecharam majoritariamente em baixa, após uma série de balanços corporativos mistos dos EUA e enquanto investidores ainda digeriam a recuperação desigual da economia chinesa. O índice Hang Seng caiu 1,37%, enquanto Nikkei registrou baixa de 0,18% e o Xangai Composto recuou 0,68%.
- Na Europa, a maioria dos mercados acionários operam em queda, enquanto investidores avaliam a inflação do Reino Unido, que tem sido mais persistente do que a da zona do euro, e balanços corporativos locais e dos EUA. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,43%.
- A inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido arrefeceu em março, mas segue em alto patamar. Dados do ONS mostram que a taxa anual do CPI britânico ficou em 10,1% no mês passado, ante 10,4% em fevereiro. O resultado de março ficou acima da previsão de 9,8%.
- O CPI da zona do euro desacelerou fortemente em março, a 6,9%, atingindo o menor nível em 13 meses. O resultado veio em linha com a previsão dos analistas. Em fevereiro, o CPI anual do bloco havia sido de 8,5%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura mista.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,62%.
- Os contratos futuros do Brent caem 2,04%, a US$ 83,04 o barril.
- O ouro recua 1,46%, a US$ 1.975,98 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 29,2 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: Produção Industrial (Fev)
- 12:00 Zona do Euro: Pronunciamento de Membro do BCE
- 14:30 Brasil: Fluxo Cambial Estrangeiro
- 15:00 EUA: Livro Bege
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa apresentou leve alta de 0,14%, aos 106.163,23 pontos, impulsionado pela performance das ações ligadas às commodities após o crescimento do PIB da China surpreender no primeiro trimestre. Na ponta negativa, empresas de varejo caíram reagindo ao recuo do governo federal na taxação de compras online em sites estrangeiros. Investidores analisaram ainda o detalhamento da proposta de arcabouço fiscal entregue pelo governo ao Congresso.
Os juros futuros e o dólar à vista encerraram alta, em um movimento de ajuste de posições após quedas recentes exibida nas últimas semanas e diante de uma recepção um pouco mais cautelosa por parte dos agentes financeiros da proposta de arcabouço fiscal do governo federal. No fim do pregão, o dólar era negociado a R$ 4,9760, em alta de 0,81%.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam perto da estabilidade, em uma sessão com balanços mistos, enquanto as perspectivas para a política monetária do Fed seguem monitoradas. O índice Dow Jones caiu 0,03%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,09% e o Nasdaq recuou 0,04%.
Os retornos dos Treasuries não tiveram sinal único, após ganhos recentes, com o Fed continuando a sugerir que haverá mais aperto monetário para conter a inflação.
O dólar recuou frente ao euro, a libra e o iene, ajustando parte dos ganhos mais fortes vistos na sessão anterior. O foco da sessão foram as declarações de dirigentes de grandes bancos centrais. O índice DXY registrou queda de 0,35%.
Entre dirigentes do Fed, Raphael Bostic (Atlanta) comentou que seu cenário-base é de uma alta de juros em maio. Ele defendeu ainda que os juros sejam mantidos em nível alto por um tempo, a fim de garantir o controle da inflação. Jim Bullard (St. Louis) também defendeu juros mais altos, minimizando o risco de recessão na economia americana.
O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, também defendeu mais aperto monetário, dizendo que espera alta de juros em maio, e que ao fim do ciclo eles fiquem inalterados por um tempo para conter a inflação.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos caíram 0,8% em março, na comparação com fevereiro, ao ritmo anualizado de 1,420 milhão de unidades, informou o Departamento do Comércio. Analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal previam queda maior, de 3,4%.
POLÍTICA NO BRASIL
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta terça-feira (18/04) que a nova regra fiscal enviada pelo governo pode ser votada até 10 de maio e receber mais de 308 votos. Em gesto ao Legislativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entregou pessoalmente no Planalto o texto doarcabouço fiscal. (Poder 360)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu as exceções à regra de limite de despesas do novo arcabouço fiscal do país e disse que todas já estão previstas na Constituição. “Elas não podem ser alteradas por lei complementar nem lei ordinária”, afirmou, após entregar o projeto ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). (Valor)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou nesta terça-feira (18/04) a proposta que permitirá o pagamento do piso salarial da enfermagem, com a abertura de nova previsão orçamentária. O texto abre crédito especial no valor de R$ 7,3 bilhões para o Ministério da Saúde. A proposta será enviada para a análise do Congresso. (Poder 360)
O governo recuou da decisão sobre a tributação de compras de importados na internet. Essa medida nem chegou a ser formalizada, mas gerou forte reação nas redes sociais e críticas por eventual impacto no bolso do consumidor. Assim, as remessas internacionais com valor inferior a US$ 50 (cerca de R$ 250) feita entre pessoas físicas continuam isentas de tributação. (O Globo)
Para garantir a arrecadação necessária para o novo arcabouço permanecer de pé, o governo prepara um conjunto de medidas para valer a partir do ano que vem. Haddad citou a redução, em um quarto, dos R$ 600 bilhões em renúncias fiscais do governo federal. (Valor)
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