Carteira Órama Renda – Março de 2023
Carteira Órama Renda – Março de 2023
Sobre a Carteira Órama Renda
A Carteira Órama Renda utiliza critérios quantitativos e qualitativos para seleção dos Fundos Listado (FIIs, FIAgros, FI-Infras). A recomendação é composta por 4 ativos, com principal objetivo de geração de renda passiva. Trata-se de uma carteira mensal, em que qualquer entrada/saída e/ou aumento/diminuição de exposição é realizada sempre ao final de cada mês, quando divulgamos este relatório com informações de performance e demais atualizações.
Retorno (início):
+13,22%
Retorno (mês):
+1,38%
Dividend Yield:
16,21%
Dividendo:
R$ 1,26/cota
Indexadores:
74% CDI+
25% inflação+
PERFORMANCE l FEVEREIRO 2023:
Em fevereiro, o mês foi marcado pelas decisões de política monetária nas principais economias. Nos EUA, o FOMC subiu os juros em 25 bps, enquanto na Europa e no Reino Unido 50 bps, tudo dentro do que já estava precificado pelo mercado. No entanto, o que mais chamou atenção foram as falas acompanhadas das atas com tom hawkish que aumentaram a perspectiva de continuidade do aperto monetário.
Por aqui, o Copom manteve a Selic em 13,75%, como já era antecipado. Contudo, o ruído provocado pelo próprio governo sobre uma possível mudança da meta de inflação na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), do dia 16 de fevereiro, elevou a aversão ao risco. A meta não foi nem pauta do encontro, porém só a perspectiva de que o CMN e o BC podem mudar suas posturas frente à pressão política trouxe volatilidade aos ativos brasileiros.
Para março, está previsto o fim da desoneração dos impostos federais (PIS e Cofins) para etanol e gasolina no início de março, o que impacta diretamente na inflação do mês. Com isso, em março esperamos uma alta pontual de 1,25% no IPCA, o que deve impactar nos ativos indexados ao indicador.
O foco do Congresso no próximo mês deve ser a apresentação do arcabouço fiscal e o desenrolar do grupo de trabalho da reforma tributária. A equipe econômica sinalizou que a antecipação dessas pautas permitirá que os parlamentares tenham mais tempo para discutir os textos
O Projeto de Lei Complementar que irá substituir o Teto dos Gastos como pilar fiscal precisa ser simples e crível. Já para uma reforma tributária, o mercado irá analisar o impacto no rombo das contas públicas e o aumento na progressividade da tributação. No nosso cenário base, com a apresentação de ambos projetos ainda no primeiro semestre, é possível que tenhamos um melhor alinhamento das expectativas sobre os juros de longo prazo e o BC consiga já iniciar a redução dos juros ainda em 2023, com a Selic fechando dezembro em 12,75%.
Equipe de Estratégias – Órama Investimentos
Em relação ao mercado de FIIs no mês, o único segmento que teve um retorno médio positivo no período foi o de CRIs, justificado pelo aumento dos dividendos diante do fim do impacto da deflação e juros em patamares elevados que mantem a distribuição de carteiras CDI+ atrativas.
Neste contexto, a Carteira Órama Renda – que é composta 100% por fundos de crédito – teve um retorno de +1,38% vs. IFIX -0,45%. Desde o seu início em novembro de 2021, a carteira entregou um retorno de +13,22%, enquanto o índice subiu 4,96%.
Acreditamos que a volatilidade dos fundos de tijolo deve seguir elevada, com potencial de retomada diante da perspectiva do mercado quanto ao início de corte de juros. Por enquanto, os investidores aguardam de forma apreensiva as falas do governo sobre uma nova regra fiscal. Enquanto isso, enxergamos as cotas destes FIIs negociando com descontos altos, apresentando boas oportunidades de entrada para aquelas carteiras de qualidade. Em paralelo, os FIIs de CRIs e FIAgros de CRAs seguem se mostrando mais resilientes e importantes para estratégia de renda dos investidores.
MOVIMENTAÇÕES l MARÇO 2023:
Não ocorreram alterações em nossa recomendação para março/2023.
MONITOR DE DIVIDENDOS DA CARTEIRA ÓRAMA RENDA:
Este mês os fundos que compõem a Carteira Órama Renda distribuíram em média R$ 1,26/cota. Importante destacar que o objetivo desta carteira é manter um dividend yield de 1% ao mês. Neste contexto, ela atualmente é composta 100% por fundos de crédito (FIIs de CRIs/ FIAgros de CRAs).
Os CRIs/CRAs são papéis de renda fixa, que tem resultado mensal de juros e da variação do indexador, seja um indicador de inflação ou o próprio CDI. Em paralelo, os fundos de Tijolo – aqueles que compram imóveis diretamente – recebem mensalmente o aluguel pago pelo inquilino. De acordo com o contrato firmado, o aluguel é reajustado anualmente pela inflação. Ou seja, o impacto da correção monetária nas distribuições só é sentido uma vez por ano pelo fundo e seus cotistas. Além disso, em um momento de mercado mais desafiador para o proprietário do imóvel (no caso, o próprio FII), impactos de descontos, inadimplência, carência e renegociações podem se refletir em resultados abaixo do esperado. Por tal motivo, os FIIs de CRIs conseguem entregar rendimentos mais elevados.
Em relação aos resultados da Carteira Renda, é possível observar que mesmo em um momento de deflação (no 2º semestre de 2022), os dividendos seguiram acima da meta de 1% a.m. e da média do mercado (DY do IFIX 0,97% a.m.). Isso ocorreu devido aos movimentos que realizamos nos últimos períodos, antecipando tal cenário, e aumentando nossa exposição à carteiras com operações CDI+ e/ou com lucro retido para atravessar os últimos meses.
Para os próximos meses, esperamos que dividendos sigam atrativos, diante do fim do impacto da deflação nos pagamentos dos CRIs, e a manutenção dos juros em patamares elevados por um período mais longo do que inicialmente era esperado (justificado pelas incertezas fiscais no país).
ALOCAÇÃO POR INDEXADOR:
Conforme comentado na seção anterior, atualmente nossas recomendações estão com maior peso em operações de crédito atreladas ao CDI, tendo em vista a expectativa de manutenção de juros em níveis elevados por um período de tempo maior do que inicialmente esperado. Além disso, importante destacar que estamos buscando fundos com perfil de risco mais equilibrado, devido ao aumento do custo da dívida para as empresas e o cenário macro mais desafiador, com maiores incertezas.
RECOMENDAÇÕES:
RZAK11 – RIZA AKIN:
O RZAK11 explora diferentes teses de investimento: fechamento de spread (potencial de venda no mercado secundário por preços mais altos do que o de compra), carrego até o vencimento (ativos aderentes ao nível de risco e rendimento desejado para o fundo, que o time de gestão pretende carregar até o vencimento), bridge (potencial pré-pagamento futuro por parte do tomador, com a possibilidade de participação no refinanciamento). Isso reforça a gestão ativa adotada e o potencial de entrega de resultados adicionais aos cotistas. Além de se tratar de uma carteira de CRIs de qualidade e time de gestão com experiência, um dos motivos da nossa recomendação é a exposição de mais de 50% da carteira à CRIs CDI+. No cenário atual e considerando as perspectivas de manutenção da taxa de juros em patamares elevados por um tempo mais longo do que inicialmente esperado, portfólios com esse perfil tendem a se beneficiar diretamente. Até o final de janeiro/23, a carteira de CRIs do RZAK estava dividida em: 54% CDI+5,1% e 44% IPCA+10%. Isto posto, o investidor se expõe à um portfólio com risco equilibrado e potencial de retornos elevados.
RBRY11 – RBR CRÉDITO ESTRUTURADO FII:
Até o fechamento de dezembro, o portfólio estava diversificado em 33 CRIs de perfil de risco moderado, com rentabilidade média de CDI + 4,5% ou IPCA+9,2%, duration de 2,4 anos e uma razão de garantias de 1,6x o valor investido. A carteira é composta por crédito corporativo (40%), uma parcela menor em CRIs pulverizadas (18%), 27% em financiamento de obras e os 15% restantes em CRIs de estoque (quando o incorporador das unidades residenciais prontas como garantia e amortiza a operação conforme a venda dessas unidades). Em relação a indexadores, 53% do portfólio está atrelado ao CDI e 45% à inflação. Além disso, 90% do fundo é investido em CRIs ancoradas pela RBR (originadas ou investidas em mais de 50%), o que possibilita negociação de boas garantias e taxas de retorno.
Enxergamos o momento atual como uma ótima oportunidade de entrada no fundo, tendo em vista o desconto que sua cota negocia no mercado secundário. Até o final de fevereiro, considerando o preço da cota na bolsa, o investidor consegue adquirir uma carteira com taxa média de IPCA+12,50% / CDI+5,70%, ou seja, em linha com carteiras de perfil de risco bem mais elevado (FIIs High Yield).
VGIR11 – VALORA CRI CDI FII:
O Fundo tem como objetivo investimento em CRIs, com maior concentração em operações indexadas ao CDI. A carteira do fundo possui mais de 40 CRIs, sendo 96% indexados ao CDI (+4,9%). A maioria dessas operações possui lastros do segmento residencial, e duration mais curta. Parte das operações são de estoque pronto, ou seja, o devedor dá como garantia unidades prontas do empreendimento, e os recebíveis são ligados às vendas dos imóveis. Outro tipo de operação que tem na carteira é as de financiamento de terreno, na qual é dado um contrato de permuta como garantia. Além disso, o fundo possui também operações de risco corporativo. A política de investimento do fundo também determina certos critérios que trazem maior resiliência para carteira, como a exposição à CRIs com rating de agência internacional superior a A-, ou, caso contrário, que tenham garantia real correspondente a no mínimo 100% o valor da dívida.
FGAA11 – FG/AGRO FIAGRO:
O FGAA11 é o FIAgro de CRAs da FG/A Gestora. O fundo traz duas estratégias para sua carteira: carrego e giro. Dessa forma, o gestor consegue aproveitar os momentos do mercado, com alocações em ativos que acreditam no fechamento de spread e geração de lucro adicional, além do carrego de papéis com taxas atrativas e risco de crédito controlado. A FG/A é uma casa que já vem do agro, começando sua história em 2005 com assessoria para empresas do setor, auxiliando na estruturação de projetos, atuando tanto na reestruturação financeira das companhias, quanto na parte estratégica do negócio. Neste contexto, o time se diferencia com sua experiência e conhecimento sobre o agronegócio, que se traduzem na sua capacidade de originação de operações. O FGAA11 vem sendo destaque em relação aos dividendos, estando entre os TOP 5 maiores pagadores de rendimentos de 2022 da indústria.
Nossa recomendação tem como base a confiança que temos no time de gestão, junto a carteira de CRAs corporativos de risco reduzido quando comparado aos seus pares, e capacidade de geração de ganho de capital adicional com transações no mercado secundário.
Confira também a nossas Estratégias de Investimento para esse mês.
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