Vendas no Varejo – Dez/2022
As vendas no varejo restrito tiveram queda de 2,6% em dezembro na comparação mensal, de acordo com o IBGE. O resultado ficou próximo ao piso das expectativas, que oscilavam entre queda de 2,9% até alta de 1,1%, sendo a mediana recuo de 0,8%.
Na comparação anual, o resultado foi de alta de 0,4%, ante 1,4% em novembro, bem abaixo da expectativa do mercado, de avanço de 2,7%. Nessa comparação, o intervalo das estimativas ia de recuo de 0,2% a crescimento de 8,3%. Com isso, em 2022, as vendas do varejo restrito acumularam alta de 1,0%. As estimativas apontavam para avanço de 1,3%.
Enquanto, as vendas no varejo ampliado, que incluem vendas de veículos e materiais de construção, tiveram alta de 0,4% na comparação mensal. Resultado abaixo do previsto, com intervalo de 0,0% a +2,7% e mediana de +0,8%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, teve desaceleração de 0,6%, ao passo que as expectativas iam de retração de 1,3% a crescimento de 1,9%, com mediana de alta de 0,2%.
No ano, o varejo ampliado recuou 0,6%. O mercado aguardava crescimento de 0,3%, com as estimativas variando de -1,1% e +1,3%.
Dentre as atividades, seis das oito apresentaram avanço na comparação anual. As contribuições positivas vieram dos grupos de: Combustíveis e lubrificantes (23,8%); Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,8%), Móveis e eletrodomésticos (0,3%), Livros, jornais, revistas e papelaria (0,3%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (0,1%), enquanto, Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%) e Tecidos, vestuário e calçados (-11,9%) apresentaram queda.
Na comparação de dezembro ante novembro, sete das oito apresentaram queda. O recuo foi liderado por Tecidos, vestuário e calçados (-6,1%), seguido de Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,9%); Combustíveis e lubrificantes (-1,6%); Móveis e eletrodomésticos (-1,6%); Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,8%); Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-0,6%); e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,4%). Apenas Livros, jornais, revistas e papelaria cujas vendas cresceram no mês, com alta de 0,1%.
Para o PIB, mantemos nossa projeção para 2022 de 3,1%, com crescimento de 0,1% no 4° trimestre, e de 0,7% em 2023. O resultado do comércio varejista em dezembro reforça nosso cenário de um quarto trimestre com uma desaceleração da economia em função da política monetária.
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia
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