Relatório de Inflação – Jan/23
Relatório de Inflação – Jan/23
O IPCA de janeiro apresentou alta de 0,53%, abaixo das expectativas da Órama (0,58%) e do mercado (0,57%), que oscilavam entre 0,47% e 0,66%. No acumulado de 12 meses, o resultado foi de 5,77%, também abaixo do previsto pelo mercado (5,82%) e por nós (5,84%).
Oito dos nove grupos tiveram aceleração no mês. As maiores contribuições foram Alimentação e Bebidas (0,59% e 0,13 p.p.), Transportes (0,55% e 0,11 p.p.), Comunicação (2,09% e 0,10 p.p.), Despesas Pessoais (0,76% e 0,08 p.p.), Habitação (0,33% e 0,05 p.p.), Artigos de Residência (0,70% e 0,02 p.p.), Saúde e Cuidados Pessoais (0,16% e 0,02 p.p.) e Educação (0,36% e 0,02 p.p.). O único grupo que apresentou deflação foi Vestuário (-0,27% e -0,01 p.p.), movimento já esperado por conta das liquidações pós festas de fim de ano.
Em 12 meses, oito dos nove grupos sofreram altas. Alimentação e Bebidas (11,06% e 2,42 p.p.) foi que mais contribuiu, seguido de Saúde e Cuidados Pessoais (11,20% e 1,46 p.p.), Despesas pessoais (7,76% e 0,78 p.p.), Vestuário (16,45% e 0,8 p.p.), Educação (7,61% e 0,43 p.p.), Artigos de residência (6,70% e 0,27 p.p.), Habitação (0,25% e 0,04 p.p.) e Comunicação (0,00% e 0,02 p.p.). Ao passo que Transportes (-0,65% e -0,13 p.p.) contribuíram negativamente em 12 meses.
As principais surpresas foram em Transportes (0,55%), com forte deflação em transportes por aplicativo (-17,03%), e em Perfumes (-5,86%), no grupo de Saúde e cuidados pessoais (0,16%).
O índice de difusão caiu para 63,1% em janeiro, ante 69% em dezembro, puxado principalmente por itens não-alimentícios. A difusão dos alimentos ficou em 65%, estável em relação a dezembro, enquanto o índice de difusão de não-alimentos passou para 61,2%, após 71,8% no mês anterior.
Importante mencionar que os núcleos da inflação continuaram a desacelerar, com resultado mais positivo do que o mercado antecipava. Vale destacar, contudo, que ainda apresentam uma média elevada, tornando-se um dos principais desafios do BC.
Projeção para 2023
Para 2023, reduzimos a projeção para 6,10%, dos 6,15% anteriores. Para fevereiro, esperamos uma alta maior, de 0,78%, com influência, em especial, dos reajustes na educação. Outro ponto relevante diz respeito ao retorno dos tributos federais sobre os combustíveis, previsto para março, que deve impactar o índice em aproximadamente 0,77 p.p., levando a inflação no mês para 1,25%.
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe.
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia.
Para conferir nossas projeções para outros indicadores, acesse aqui.
Relatório de inflação – jan/23.
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