Comunicado Copom – Fevereiro 2023

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Comunicado Copom – 252ª reunião

DECISÃO DO COPOM

Na primeira reunião de 2023, o Copom do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% a.a.

A continuidade da taxa no atual patamar, vigente desde agosto do ano passado, era consenso no mercado. A grande expectativa estava relacionada ao comunicado pós-encontro, especialmente pelo fato de termos um novo governo, recém-empossado, com nova equipe econômica, o que poderia gerar incertezas adicionais.

COMENTÁRIOS

Desde a eleição de Lula da Silva, em outubro passado, que os mercados passaram a questionar como será conduzida a política econômica, diante dos inúmeros desafios e restrições orçamentárias que temos à frente.

Já faz tempo que a diretoria do BC enfatiza em suas mensagens (formais e informais) que uma postura desregrada na condução da política fiscal tende a impactar para pior o juro neutro, as expectativas de inflação e o balanço de riscos em geral. Ainda, os recentes questionamentos de autoridades sobre a independência do BC, e o patamar da meta de inflação, causam ruídos, com efeitos negativos sobre a condução da política de juros.

Por falar em expectativas, o Boletim Focus vem apontando, há algumas semanas, uma piora nas projeções do IPCA para o horizonte relevante, ao captar, dentre outros, a reoneração de impostos federais sobre combustíveis, a partir de março. Além disso, sem fugir do script habitual, o Copom salientou os elementos perturbadores existentes, domésticos e externos, dando significativa ênfase às incertezas em relação à qualidade da política fiscal.

Por fim, mantivemos a visão que o início do afrouxamento da atual política restritiva possivelmente iniciará nas duas últimas reuniões de 2023, porém em magnitude menor do que avaliávamos anteriormente, alterando nossa projeção para 12,75% a.a.

Ressaltamos, contudo, que tal ação dependerá fortemente da nova regra fiscal que se erguerá em substituição ao Teto dos Gastos, prometida para abril pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Se o novo arcabouço for crível o suficiente, que viabilize minimamente a estabilização da relação dívida/PIB, acreditamos que o Copom terá maior segurança em alterar a rota contracionista em curso e iniciar um processo mais consistente de reduções na taxa Selic, em 2024.

Comunicado Copom – 252ª reunião


Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe

Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia

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