Bolsa recua com declarações de Lula sobre BNDES
NESTA MANHÃ
- As bolsas da Ásia encerraram os negócios desta terça-feira em alta, à medida que Wall Street estendeu ontem (23) um rali liderado por empresas de tecnologia, em meio a feriados de ano-novo que mantêm fechados os mercados de China, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan. Em Tóquio, o índice japonês Nikkei subiu 1,46%, ainda sustentado por ações dos setores de tecnologia e eletrônicos, uma vez que o recente alívio na valorização do iene melhorou a perspectiva de lucros.
- Na Europa, as bolsas operam em baixa, enquanto investidores digerem dados de atividade econômica (PMIs) da região e aguardam possíveis comentários da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,31%.
- O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro subiu de 49,3 em dezembro para 50,2 em janeiro, atingindo o maior nível em sete meses e com a leitura acima da barreira de 50 sinalizando expansão da atividade econômica, de acordo com dados divulgados pela S&P Global. A prévia do PMI composto superou a expectativa de analistas consultados pelo WSJ, que previam alta a 49,7 em janeiro.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura no vermelho.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,50%.
- Os contratos futuros do Brent recuam 0,10%, a US$ 88,10 o barril.
- O ouro avança 0,27%, a US$ 1.936,01 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 22,9 mil.
AGENDA DO DIA
- Feriado na China: Ano Novo Chinês
- Feriado em Hong Kong: Ano Novo Chinês
- 09:00 Brasil: IPCA-15 (Jan)
- 11:45 EUA: PMI Composto S&P Global (Jan)
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa caiu 0,27%, aos 111.737,28 pontos. As ações de bancos foram novamente o destaque negativo da sessão, penalizadas pela exposição ao rombo bilionário da Americanas. Embora o índice tenha sustentado ganhos ao longo do dia, embalado pelo aumento dos preços de petróleo, declarações do presidente Lula sobre o papel do BNDES reforçaram para o mercado o temor com a política econômica do governo e levaram a Bolsa brasileira à segunda baixa seguida.
Os juros futuros subiram, dando sequência ao aumento da inclinação visto na semana passada. Em dia de agenda esvaziada aqui e no exterior, o fôlego de alta foi renovado por mais uma pesquisa Focus mostrando aumento nas medianas de IPCA e cautela com os acordos do governo fechados com a Argentina na área de comércio e também com a perspectiva de financiamentos a projetos do país vizinho. Tais fatores se somam às preocupações com relação às críticas do presidente Lula ao trabalho do Banco Central e ao risco de aumento da meta de inflação que já afetavam a curva nas últimas sessões.
O dólar à vista se firmou em terreno negativo no mercado doméstico de câmbio ao longo da tarde, alinhando-se ao sinal predominante de baixa da moeda americana em relação a divisas emergentes e de exportadores de commodities. Com agenda de indicadores esvaziada e liquidez reduzida, em meio ao feriado de Ano Novo Lunar na China, a divisa fechou a sessão em leve queda, de 0,15%, cotada a R$ 5,2000.
EXTERIOR
Os mercados acionários de Nova York fecharam em alta, com ações do setor de tecnologia impulsionadas por notícias sobre planos de redução de custos. Com o início do período de silêncio de dirigentes do Fed, investidores operaram sob expectativa por uma desaceleração no ritmo de aperto monetário. No ajuste de fechamento, o índice Dow Jones subiu 0,76%, enquanto o S&P 500 avançou 1,19% e o Nasdaq fechou em alta de 2,01%.
Os juros dos Treasuries avançaram em um cenário de busca por risco no exterior que reduziu a demanda pela segurança da renda fixa e, por isso, impulsionou os rendimentos dos títulos públicos americanos. O dirigentes do Fed entraram em um período de silêncio antes da decisão de política monetária marcada para 1°de fevereiro.
O dólar operou em alta ante o iene e a libra, mas recuou na comparação com euro, à medida que o mercado consolida expectativa por alta de 25 pontos-base nos juros do Fed na semana que vem. A indicação de dirigentes do BCE de que o aperto monetário deve continuar também forneceu apoio à moeda comum. O índice DXY avançou 0,12%.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
O cenário para a inflação neste e nos próximos anos voltou a piorar no Boletim Focus após os questionamentos do presidente Lula à autonomia do Banco Central, ao nível de juros e à meta inflacionária. A projeção para o IPCA deste ano subiu de 5,39% para 5,48%, contra 5,23% há um mês. Enquanto para 2024, horizonte que fica cada vez mais relevante para a estratégia de convergência à inflação do BC, a projeção também avançou, de 3,70% para 3,84%, de 3,60% há quatro semanas.
POLÍTICA NO BRASIL
EUA decide revogar a aplicação de uma sobretaxa sobre as exportações de chapas de aço carbono do Brasil. A barreira estava em vigor desde 1993. Os EUA agora vão deixar de cobrar taxas adicionais de 74,52% na importação dos materiais vindos do Brasil. De acordo com o Itamaraty, a revogação dará um “incremento” ao setor siderúrgico. (Poder 360)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (23) que não haverá uma “moeda única” entre o Brasil e a Argentina, mas um “meio” de pagamento comum entre os 2 países. O ministro acrescenta que ainda não há um nome para a medida e nem um prazo para sua entrega, já que a forma de execução da proposta ainda está sendo estudada. (Poder 360)
O presidente Lula afirmou, nesta segunda-feira (23), que o BNDES vai voltar a financiar projetos de desenvolvimento e engenharia em países vizinhos. A fala foi feita a um grupo de empresários argentinos e brasileiros em Buenos Aires. Lula afirmou que irá criar condições para financiar o gasoduto Néstor Kirchner, na Argentina. A primeira fase do gasoduto está concluída e o governo argentino busca recursos para continuar a obra, com 500 quilômetros, ligando os campos de óleo e gás da região de Vaca Muerta até San Jerónimo, na província de Santa Fé, possibilitando a exportação para o Brasil. (O Globo)
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