Dólar: proteção para momentos de incerteza
DIRETO AO PONTO:
O PAPEL DO DÓLAR
O dólar tem um papel importante na construção de portfólios diversificados. Por ser uma moeda forte, em momentos de aversão ao risco, em que outras classes de ativos se desvalorizam, o dólar costuma reagir de maneira oposta, e observamos uma apreciação da sua cotação.
Por esse motivo, a presença de moeda estrangeira nas carteiras é recomendada como uma proteção para os investidores com exposição à bolsa em qualquer cenário.
Podemos observar, a correlação entre o dólar e as demais classes se mostra a mais negativa na janela de 10 anos.
Nas nossas Estratégias de Investimento temos 5% da alocação destinada a ouro + dólar (na classe que chamamos de “commodities”). É importante ressaltar que para essa classe a nossa expectativa de retorno é zero, pela característica de proteção que ela representa. Como na contratação de um seguro de carro, a tranquilidade tem um custo e, por isso, não esperamos ganhos desse investimento, apenas que ele proteja nosso patrimônio, mesmo que parcialmente, em condições adversas inesperadas.
PRESSÕES PARA A COTAÇÃO DO DÓLAR SUBIR
Quando há uma deterioração das condições macroeconômicas, com percepção de elevação do risco fiscal, a busca por um porto seguro global fica ainda mais evidente.
Podemos ver no gráfico abaixo o comportamento da taxa de câmbio real da economia desde 1999. Quando descontamos essa taxa pelo diferencial das inflações do Brasil e dos EUA, percebemos que o pico de estresse no mercado de câmbio aconteceu em setembro de 2002, um pouco antes da eleição de Lula para o primeiro mandato. A conjuntura econômica da época era muito diferente do que temos hoje, especialmente no que diz respeito às reservas internacionais. Por isso não vemos que um cenário de deterioração tão acentuada aconteça novamente.
No nosso estudo sobre o câmbio, concluímos que dólar médio do ano de 2023 deve ficar na faixa de R$ 5,00 a R$ 5,20. No primeiro Relatório Focus do ano, a mediana do mercado espera R$ 5,27, para 2023 e nos anos seguintes, R$ 5,26 e R$ 5,30 respectivamente.
Porém, como desenhamos no nosso texto “O que podemos esperar para 2023?”, ainda temos desafios importantes pela frente com crescimento econômico brasileiro mais fraco e juros ainda em patamares bastante restritivos. Confira nossas projeções macro aqui.
Com esse novo governo, as discussões que devem ser apresentadas, sobretudo em relação à reforma tributária e a dinâmica das contas públicas, devem trazer bastante incerteza ao mercado e volatilidade à bolsa e por isso, a proteção em moeda americana se torna ainda mais interessante.
PRESSÕES PARA A COTAÇÃO DO DÓLAR CAIR
Uma temática que estamos acompanhando de perto é a reabertura da China. Uma aceleração do crescimento chinês induzido pelo próprio governo, após quase 3 anos de limitação de mobilidade, deverá ter um impacto positivo na demanda por commodities.
O Brasil é o segundo maior exportador de minério de ferro do mundo, atrás apenas da Austrália, assim, uma pressão de demanda pode levar os preços para cima.
Podemos ver no gráfico abaixo como que desde o final do ano passado, a perspectiva da China consumindo mais matérias primas já alterou a trajetória do preço do minério.
O Brasil exportando mais commodities significa que estará entrando mais dólar na nossa economia, de modo que o real se valoriza, e a cotação do dólar recua.
Espera-se que o minério de ferro seja negociado a US$ 121,13 / tonelada até o final deste trimestre, de acordo com modelos macro globais da Trading Economics e expectativas de analistas. Olhando para o futuro, a estimativa é que seja negociado a US$ 132,70 em 12 meses. Outros players apontam para projeções mais conservadoras, entre US$110 – 115 / tonelada. Contudo, com a reabertura da China ainda em curso, o movimento recente que estamos vendo é de revisão para cima dessas projeções.
A MELHOR ESTRATÉGIA: DÓLAR COM CAPITAL PROTEGIDO GANHO BIDIRECIONAL
Dado que os investimentos em dólar devem ser encarados como uma proteção, especialmente em momentos de cenário muito incerto, investir na moeda estrangeira, com capital protegido e com ganho na valorização ou desvalorização, é uma estratégia muito interessante.
Esse “custo” que geralmente temos comprando seguros pode se transformar em ganho independente do desenrolar político, fiscal ou da nossa pauta exportadora. Vale a pena conferir as oportunidades em COEs que temos disponíveis na nossa plataforma.
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