BCE e BoE aumentam seus juros em 50 bps

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NESTA MANHÃ
  • Os mercados acionários da Ásia registraram pregão com viés negativo. Em Xangai, o quadro foi praticamente de estabilidade, com recuo de 0,02% do índice Xangai Composto, enquanto o Nikkei recuou de 1,87%. No entanto, na contramão da maioria, o Hang Seng subiu 0,42%.
  • Na Europa, os mercados operam com tom negativo, em meio à publicação de indicadores da região. Embora os dados tenham sido em geral mistos, está também no radar a perspectiva de juros mais altos, o que tende a ser negativo para as ações. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 1,32%.
  • O índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro avançou de 47,8 em novembro a 48,8 na preliminar de dezembro, na máxima em quatro meses, conforme informou a S&P Global. Analistas ouvidos pelo WSJ previam 48,0. A leitura continuou, porém, abaixo da marca de 50, que separa contração da expansão nessa pesquisa.
  • No Reino Unido, o PMI composto subiu a 49,0 na preliminar de dezembro, ante previsão de 48,0, mas também abaixo de 50. Também no país, as vendas no varejo caíram 0,4%, em novembro ante outubro, quando se esperava crescimento de 0,4%. 
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam no negativo.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,48%. 
  • Os contratos futuros do Brent recua 2,59%, a US$ 79,11 o barril.
  • O ouro avança 0,31%, a US$ 1.782,55 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 16,9 mil.
AGENDA DO DIA
  • 11:45 EUA: PMI S&P Global (Dez) 
  • 15:00 Reino Unido: Boletim Trimestral do BoE

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

Pelo segundo dia, o Ibovespa buscou resistir à correção no exterior, em dia de elevação de juros na zona do euro e no Reino Unido. Aqui, após enfraquecimento no começo da tarde com o sinal negativo lá fora, a referência da B3 chegou a se firmar em alta com o relato de que a PEC da Transição não passaria na Câmara dos Deputados. Contudo, a recuperação perdeu todo o fôlego no fechamento do dia, com baixa de 0,01%, aos 103.737,69 pontos.

Os juros futuros tiveram alívio nos prêmios de risco. Após uma sequência firme de alta nos últimos dias, as taxas fecharam em queda, em correção amparada no noticiário de Brasília, dada a expectativa de ajustes fiscais na PEC da Transição e de que a Lei das Estatais poderia não ser votada no Senado. O exterior contribuiu para o ajuste, com fechamento das curvas após dados fracos de atividade nos EUA e sinalizações dos bancos centrais na Europa de mais elevações de juros nos próximos meses.

A chance de o governo eleito desistir da PEC da Transição e o impasse em torno da Lei de Estatais no Senado seguraram a cotação do dólar ante o real, fazendo com que a moeda americana tivesse alta aqui bem menos intensa do que no exterior. Lá fora, o mercado segue digerindo as informações do comunicado do Fed e as falas de seu presidente, Jerome Powell, e avaliam que os juros permanecerão altos por mais tempo do que o projetado. Desse modo, o dólar terminou a sessão em alta de 0,28%, aos R$ 5,3160.

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em baixa, seguindo decisões de alta de juros pelos principais bancos centrais do mundo e os temores de recessão. Depois do Fed aumentar as taxas em 50 pontos base ontem, Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE) fizeram elevações da mesma magnitude em seus juros, além de haver sugestão pela continuidade do aperto monetário. O índice Dow Jones fechou em queda 2,25%, enquanto o S&P 500 caiu 2,49% e o Nasdaq recuou 3,23%.

Os rendimentos dos Treasuries operaram sem sinal único, com os juros longos avançando, em uma sessão atenta às perspectivas para o aperto dos bancos centrais e a possibilidade de recessão nos Estados Unidos. 

O dólar operou em alta, ainda reagindo à decisão de aumento de 50 pontos-base por parte do Fed e à fala do Jerome Powell. Além disso, entrou no preço também as decisões monetárias do BCE e do BoE. Ainda, dados dos EUA, como produção industrial, vendas no varejo e pedidos de auxílio-desemprego também auxiliaram os negócios desta sessão. Desse modo, o índice DXY subiu 0,76%.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram 0,6% em novembro ante outubro, para US$ 689,4 bilhões, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Comércio. O resultado veio diferente da previsão dos analistas consultados pelo WSJ, que era de uma queda de 0,3% no período. Excluindo-se automóveis, as vendas no setor varejista americano também tiveram queda de 0,2% em novembro.

POLÍTICA NO BRASIL

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que falta consenso para a votação do projeto que flexibiliza a Lei das Estatais. De acordo com ele, é possível que a discussão seja retomada somente em 2023, já que não há acordo para que a matéria seja levada diretamente ao plenário. Desse modo, o texto ainda pode ter que passar por comissões temáticas, como a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A decisão do Senado deve desagradar o Centrão e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que patrocinaram o avanço da matéria na terça-feira. O texto aprovado pelos deputados diminui de 36 meses para 30 dias a quarentena para pessoas que tenham ocupado estrutura decisória de partido ou participado de campanhas eleitorais possam atuar como presidentes ou diretores de empresas estatais. (Valor)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta quinta-feira (15) que votará a PEC de Transição na terça-feira (20). O texto está emperrado na Casa por dificuldades na negociação entre a equipe de transição do PT com integrantes do Centrão. A decisão foi anunciada depois de uma reunião com representantes do novo governo de Lula (PT). O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes, conversou com Lira e ambos foram consultar suas bases de apoio para saber se haveria apoio suficiente para colocar o texto-base em votação. Sem os 309 votos, decidiram apreciar a proposta na semana que vem. (Poder 360)

Para mais notícias sobre política, acesse o Panorama Político.

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