Ibovespa despenca após anuncio de Mercadante no BNDES. No exterior, mercados aguardam decisão do FOMC
NESTA MANHÃ
- Os mercados acionários da Ásia tiveram pregão positivo. Entre os principais, o Xangai Composto terminou praticamente estável, com alta de 0,01%, enquanto o Nikkei subiu 0,72%, em quadro de expectativa pela decisão do Fed, mais tarde nesta quarta-feira. Ao passo que o Hang Seng valorizou 0,39%.
- Na Europa, os mercados acionários europeus operam em território negativo, embora com alguns índices chegando a flertar com ganhos modestos em alguns momentos. Investidores reagem a indicadores e há expectativa por decisões de política monetária, do Fed hoje e, amanhã, do BoE e do BCE. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,63%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam sem força.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,50%.
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,79%, a US$ 81,32 o barril.
- O ouro recua 0,17%, a US$ 1.808,04 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 17,8 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: IBC-Br (Out)
- 16:00 EUA: Decisão da Taxa de Juros FOMC
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
Após a confirmação por Lula de que o economista Aloizio Mercadante será o próximo presidente do BNDES, o Ibovespa aprofundou suas perdas, que passou a renovar mínimas da sessão. Ao fim, a referência da B3 mostrava baixa de 1,71%, aos 103.539,67 pontos.
No dia em que a ata do Copom alertou sobre os risco que políticas parafiscais podem trazer para a potência da política monetária, a confirmação de que o coordenador técnico do governo de transição e ex-ministro Aloizio Mercadante será o presidente do BNDES na gestão Lula desencadeou no meio da tarde movimento de forte avanço nos juros futuros. Até então, as taxas oscilavam com viés de alta já trazido pelo desconforto com a oficialização do economista Gabriel Galípolo como secretário-executivo da Fazenda. Pela manhã, o índice de preços ao consumidor (CPI) nos Estados Unidos abaixo do consenso até conseguiu segurar as taxas em queda, mas as incertezas domésticas acabaram se impondo durante a sessão.
Desse modo, o ímpeto de queda do dólar no mercado local, em meio à deterioração dos demais ativos domésticos, foi reduzido. A moeda americana fechou o dia em R$ 5,3140 (+0,06%). A alta foi freada pela forte baixa da divisa dos Estados Unidos no exterior, em meio a dados mais fracos da inflação ao consumidor (CPI) e à valorização das commodities.
EXTERIOR
Os mercados acionários de Nova York fecharam em alta, em sessão marcada pela divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) e com mercado de olho na decisão do Fed, hoje (14). Os indícios de redução nas pressões inflacionárias reforçaram a percepção de que o banco central americano deverá reduzir seu aperto monetário, que visa justamente conter os preços elevados. O índice Dow Jones fechou em alta 0,30%, enquanto o S&P 500 subiu 0,73% e o Nasdaq cresceu 1,01%.
Os juros dos Treasuries recuaram, em movimento impulsionado pela desaceleração do CPI dos EUA em novembro, segundo mês seguido em que a inflação arrefeceu. Na véspera da última reunião de política monetária do Fed, o dado elevou as expectativas de decisões mais brandas do BC americano nos próximos meses.
Nesse cenário, o dólar operou em forte baixa. Com isso, o índice DXY caiu 1,09% na sessão. Além disso, no caso do euro e da libra, o desempenho das moedas nesta semana deve ser afetado ainda pelas respectivas decisões de seus bancos centrais.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
O índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,1% em novembro, na comparação com outubro, conforme informou o Departamento do Trabalho. A mediana dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast apontava para alta maior, de 0,2%. Na comparação anual, o CPI subiu 7,1%, também abaixo da previsão de alta de 7,3% dos analistas.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, teve alta mensal de 0,2% em novembro, ante expectativa de avanço de 0,3%. O núcleo do índice cresceu 6,0% na comparação anual, enquanto a previsão era de alta de 6,1%.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
Em meio a temores com a política fiscal e medidas parafiscais, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) destacou, na ata de seu encontro de dezembro, que a decisão de manter a taxa Selic em 13,75% pela terceira vez seguida considerou o balanço de riscos, além da conjuntura atual e das projeções de inflação. “O Comitê avaliou que, diante dos dados divulgados, projeções, expectativas de inflação, balanço de riscos e defasagens dos efeitos da política monetária já em território significativamente contracionista, era apropriado manter a taxa de juros no patamar de 13,75%”, disse.
O Copom ainda repetiu que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno das metas. “O Comitê enfatiza que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado”, voltou a alertar.
O volume de serviços prestados caiu 0,6% em outubro ante setembro, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), publicada pelo IBGE. O resultado de outubro ficou dentro das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam desde uma queda de 2,8% a uma alta de 0,8%, com mediana negativa de 0,2%. Na comparação com outubro de 2021, houve avanço de 9,5% em outubro, já descontado o efeito da inflação. Nessa comparação, as previsões eram de uma elevação de 7,5% a 13,3%, com mediana positiva de 10,5%. A taxa acumulada no ano – que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior – foi de alta de 8,7%. No acumulado em 12 meses, houve alta de 9,0%, ante avanço de 8,9% até setembro.
POLÍTICA NO BRASIL
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou na tarde desta terça-feira (13) o nome do ex-ministro Aloizio Mercadante (PT) para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A oficialização do petista, junto com a declaração de Lula de que “as privatizações vão acabar” no país, provocou reação negativa imediata com a queda acentuada do Ibovespa e alta do dólar. (Valor)
Os ministros do STF têm 24 horas para analisar o acordo feito entre União e Estados a respeito da cobrança do ICMS sobre Combustíveis. O julgamento se iniciou às 00h00 desta quarta-feira (14) em sessão virtual extraordinária. O ministro Gilmar Mendes, relator de ações na Suprema Corte sobre a limitação do tributo e a adoção de alíquota única do imposto pelos Estados, abriu um grupo de trabalho para que governo e as unidades federativas negociassem sobre o tema. Em especial, a compensação pela perda arrecadatória causada pelas mudanças na cobrança do ICMS sobre os combustíveis, mas esse ponto ficou de fora do texto firmado. (Poder 360)
O plenário da Câmara do Deputados aprovou nesta terça-feira (13) um projeto que altera a Lei das Estatais e que, na prática, facilita indicações de políticos para cargos de alto escalão de empresas públicas. O texto diminui de 36 meses para 30 dias o período de quarentena pelo qual uma pessoa que tenha atuado em estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a campanha eleitoral deve passar para poder tomar posse em cargo de direção de empresa pública e sociedade de economia mista. A iniciativa também facilita a indicação de pessoas para o conselho diretor ou a diretoria colegiada de agências reguladoras. (CNN)
O futuro ministro da Economia, Fernando Haddad (PT), anunciou na terça-feira os dois primeiros integrantes da sua equipe: Gabriel Galípolo como secretário-executivo e Bernard Appy como secretário especial para a reforma tributária. Haddad afirmou que, na visão dele, ambos têm boa interlocução com o mercado. A ideia do futuro ministro é que “até o começo da semana que vem o quadro de primeiro escalão” da pasta esteja definido. (Valor)
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