Mercados recuam após falas hawkish de dirigentes do Fed

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NESTA MANHÃ
  • As bolsas asiáticas fecharam em queda, com exceção do pregão na Coreia do Sul. O principal driver foi a postura agressiva de dirigentes do Federal Reserve (Fed) quanto ao aperto monetário nos EUA, em comentários que derrubaram as bolsas de Nova York ontem (17). O índice Xangai Composto fechou em queda de 0,58%, enquanto o Nikkei recuou 0,11% e o Hang Seng teve baixa de 0,29%.
  • Na Europa, as bolsas operam em alta firme, recuperando território perdido após dois dias seguidos de baixas. O movimento ocorre apesar da postura dura de dirigentes dos bancos centrais dos EUA e da zona do euro. Mais cedo, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reiterou o compromisso com mais aperto monetário e sugeriu que o juro pode subir a patamar restritivo no bloco. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 avança 1,07%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura no positivo. 
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,79%.
  • Os contratos futuros do Brent recuam 0,07%, a US$ 89,72 o barril.
  • O ouro avança 0,27%, a US$ 1.764,86 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 16,67 mil.
AGENDA DO DIA
  • 12:00 EUA: Vendas de Casas Usadas (Out) 
  • 14:00 Reino Unido: Discurso de Dirigentes do BoE

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

Embora tenha conseguido moderar significativamente o ajuste no fim da tarde, o Ibovespa se manteve em modo de correção pelo segundo dia, reagindo à apresentação da PEC da Transição, na noite anterior, com gasto extra teto acima do que vinha sendo precificado pelo mercado. Na sessão, a referência da B3 fechou em baixa de 0,49%, a 109.702,78 pontos. O nível de fechamento desta quinta-feira também foi o menor desde 29 de setembro, então aos 107.664,35.

Os juros futuros fecharam em alta, refletindo o pessimismo sobre o futuro das contas públicas, com o mercado precificando um cenário de descontrole fiscal a partir da PEC da Transição, embora tenham encerrado o dia bem distantes das máximas vistas pela manhã. O pedido de “waiver” de quase R$ 200 bilhões para gastos com programas sociais assustou o mercado, que agora se apega na esperança de que o Congresso atue para tornar a proposta menos heterodoxa.

O dólar à vista encerrou a sessão, a primeira após a apresentação da minuta da chamada PEC da Transição ao Congresso Nacional, em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,4010.

EXTERIOR

Os mercados acionários de Nova York começaram o pregão em queda e seguiram em baixa até o fechamento, em sessão marcada por falas hawkish por parte de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e dados oficiais dos Estados Unidos. O índice Dow Jones fechou em queda de 0,02%, enquanto o S&P 500 caiu 0,31% e o Nasdaq recuou 0,35%.

O presidente da distrital de St. Louis do BC americano, James Bullard, alertou que é possível que os juros tenham de subir mais (de 5% a 7%) do que o mercado estima para conter a inflação dos EUA. Ao passo que o chefe do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, alertou que a entidade seguirá elevando os custos de financiamento até que tenha certeza de que os preços estão moderando em direção à meta. Enquanto o membro do Conselho da autoridade monetária, Philip Jefferson defendeu a busca por uma economia de inflação baixa. Além disso, a presidente da distrital de Kansas City do BC americano, Esther George, destacou que o principal desafio será evitar que o aumento dos juros seja pausado antes do necessário. 

A sessão foi de alta nos juros dos Treasuries, que reagiram a novos comentários de dirigentes do Fed sobre o rumo da política monetária americana nos próximos meses e a dados do setor imobiliário nos EUA.

O dólar operou em alta hoje ante a maioria das moedas, seguindo comentários de dirigentes do Fed que reforçaram o aperto monetário da autoridade. Ao longo do dia, integrantes do conselho do banco central reforçaram o compromisso com o combate à inflação, incluindo novas altas de juros. No caso da libra, a moeda recuou observando ainda a divulgação do plano orçamentário de outono do novo governo do país. Desse modo, no fim do dia o índice DXY apontava recuo de 0,39%. 

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

As construções de moradias iniciadas nos Estados Unidos caíram 4,2% em outubro, na comparação com setembro, ao ritmo anualizado de 1,425 milhão. Analistas ouvidos pelo WSJ previam recuo mais modesto, de 2,0%, ao ritmo de 1,41 milhão. O indicador de agosto foi revisado para cima, de 1,439 milhão para 1,488 milhão. Ao passo que as permissões para novas obras caíram 2,4%, à taxa anualizada de 1,526 milhão no mês passado. A projeção era de queda de 4,1%. 

POLÍTICA NO BRASIL

O ex-ministro Guido Mantega deixou nesta quinta-feira (17) a equipe de transição de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Mantega escreveu uma carta ao coordenador da transição, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, para informar sua saída. Mantega exercia um cargo voluntário no grupo técnico responsável pelo planejamento, gestão e orçamento na transição. O anúncio de Mantega na equipe de transição, na semana passada, gerou reações negativas no mercado financeiro, consequência da memória deixada pelos anos finais do governo Dilma. Nesta quinta-feira (17), a notícia da renúncia provocou efeito oposto. (Valor)

Os economistas Arminio Fraga, Pedro Malan e Edmar Bacha escreveram uma carta pública pedindo ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) responsabilidade social, para já ou o quanto antes. O texto em que alerta Lula sobre as consequências do discurso dele foi publicado nesta quinta-feira (17) em artigo na Folha de S.Paulo. Na carta, os economistas relatam que assistiram ao discurso de Lula pela manhã na COP27, no Egito. Argumentam que não dá para conviver com tanta pobreza, desigualdade e fome aqui no Brasil. Mas o futuro governo tem que sinalizar aos investidores sobre qual a trajetória de estabilidade das contas públicas, visto que a equipe de transição quer uma despesa acima do teto de gastos de R$ 200 bilhões em 2023 sem dizer quais reformas serão feitas para diminuir o rombo nas contas públicas. (Poder 360)

Para mais notícias sobre política, acesse o Panorama Político.

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