Tensões geopolíticas, PEC da transição e nova regra fiscal estão no radar dos investidores

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NESTA MANHÃ
  • As bolsas asiáticas fecharam, na sua maioria, em baixa nesta quarta-feira, sob tensões geopolíticas após um míssil atingir uma região da Polônia, membro da OTAN, próxima à fronteira com a Ucrânia. A origem do disparo do projétil ainda é incerta, mas autoridades americanas afirmaram que o míssil deve ter vindo da Ucrânia, e não da Rússia. Agora, os mercados aguardam por novas sinalizações de autoridades globais.
  • Na Europa, os índices operam em ritmo de cautela à espera do desenrolar do caso na Polônia e em dia de declarações importantes de dirigentes do BCE e BoE. Com isso, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,59%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street avançam levemente também com o noticiário geopolítico e divulgação de indicadores econômicos no radar.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,7918%
  • Os contratos futuros do Brent sobem 0,63%1,04%, a US$ 94,45 o barril.
  • O ouro avança 0,30% a US$  1.784,25 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 16,55 mil.
AGENDA DO DIA
  • 10:30 – EUA: Núcleo de Vendas no Varejo (Out)
  • 10:30 – ING: Pronunciamento de Bailey, gov. do BoE  
  • 11:15 – EUA: Produção Industrial (Out)
  • 12:00 – Zona do Euro: Discurso de Christine Lagarde, Presidente do BCE  
  • 12:30 – EUA: Estoques de Petróleo Bruto

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O Ibovespa na segunda antes do feriado, subiu 0,81% na contramão de Nova York que recuou no primeiro pregão da semana após comentário mais hawkish de dirigente do Fed. As notícias positivas da China impulsionaram os papéis da Vale (VALE3 +1,23%) e os investidores continuam atentos ao desenrolar das negociações da PEC da Transição, que pode ter um rombo menor fora do teto.

Os juros futuros têm alívio de mais de 50 pontos-base nos contratos intermediários e longos na sessão estendida, após a Bloomberg reportar que a equipe de transição de Lula estuda uma alternativa mais conservadora para o “waiver” para despesas fora do teto dos gastos.  

O alívio se sobrepôs à cautela pré-feriado no mercado local de câmbio. O dólar à vista encerrou o dia aos R$ 5,2998, desvalorização de 0,64%. 

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam na terça, sustentadas pela desaceleração da inflação ao produtor nos Estados Unidos (PPI outubro +0,2%) e pelo otimismo sobre resultados das empresas após o balanço do Walmart (WMT +6.54%). O conflito geopolítico limitou a alta, após relatos de que mísseis de fabricação russa teriam atingido a Polônia. O índice Dow Jones subiu 0,17%, o S&P 500 avançou 0,87% e o Nasdaq ganhou 1,45%.

O dólar operou em baixa ante a maioria dos rivais, em uma sessão na qual a divulgação do PPI abaixo do esperado reforçou a percepção de que o aperto monetário do Federal Reserve (Fed) poderá ser mais brando. No entanto, o dólar chegou a ganhar impulso durante a tarde, observando tensões na Europa. O índice DXY caiu 0,26%, a 106,404 pontos. Ao fim da tarde, o dólar recuava a 139,05 ienes, o euro subia a US$ 1,0365 e a libra tinha alta a US$ 1,1870.

INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA

O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos avançou 0,2% em outubro ante setembro. O resultado ficou abaixo da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de avanço de 0,4% no período. O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,2% na comparação mensal de outubro, abaixo da projeção de alta de 0,3%.  No acumulado de 12 meses encerrados no mês passado, o PPI saltou 8,0%, enquanto o núcleo subiu 5,4%.

O presidente do Federal Reserve (Fed) de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que a atividade empresarial ainda não foi restringida o suficiente pelo aperto monetário a ponto de “reduzir seriamente a inflação”. Ele disse antecipar que mais altas de juros serão necessárias para trazer a inflação americana de volta à meta de 2% de forma consistente. “Como saberei quando estivermos perto dessa marca? Precisarei ver indicadores de afrouxamento generalizado da inflação”, argumentou.

O presidente do Federal Reserve (Fed) da Filadélfia, Patrick Harker, disse que uma alta de 0,50 ponto porcentual nos juros ainda seria “significativa”. “Precisamos ver declínio sustentável na inflação antes de suspender aperto monetário”, disse.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deixou sua previsão para oferta e demanda global de petróleo praticamente inalterada nesta segunda-feira, ao alertar que grandes incógnitas, como casos de covid-19 na China e o impacto dos esforços do ocidente para frustrar as exportações russas, tornaram as perspectivas para os mercados de energia altamente incertas. (Valor)

GEOPOLÍTICA

Dois projéteis de fabricação russa, segundo autoridades da Polônia, caíram nesta terça-feira (15) numa área rural polonesa e mataram ao menos duas pessoas. A área fica a cerca de 5 km de distância da fronteira com a Ucrânia.

É a primeira vez em quase nove meses de guerra que um país da Otan é atingido. Não está claro ainda se foram mísseis disparados pela Rússia que caíram sobre a área, ou se foram fragmentos.

A comprovação de que Moscou é culpada pela explosão poderia acionar o princípio de defesa coletiva da Otan conhecido como Artigo 5, no qual um ataque a um dos membros da aliança ocidental é considerado um ataque a todos, iniciando deliberações sobre uma possível resposta militaO primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional. (CNN)

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,05% em setembro, na comparação dessazonalizada. Com isso, o crescimento acumulado no terceiro trimestre ficou em 1,36%. O resultado veio abaixo da mediana das estimativas do Valor Data, de crescimento de 0,20%, mas dentro do intervalo das projeções, que iam de queda de 1,10% a alta de 0,80%.

No relatório Focus divulgado na segunda-feira (14) pelo Banco Central, os analistas do mercado financeiro aumentaram de 5,63% para 5,82% a estimativa de inflação para este ano.

POLÍTICA NO BRASIL

O Tesouro Nacional apresentou na segunda-feira (14) uma proposta de uma regra mais flexível para o teto de gastos.

A nova âncora fiscal visa substituir três regras atualmente em vigor por apenas uma, que limita o crescimento real dos gastos do governo federal à trajetória da dívida líquida. Em linhas gerais, a regra propõe que quanto menor o nível da dívida líquida do governo, maior pode ser a taxa de crescimento real das suas despesas, e essa flexibilidade para gastar aumenta mais quando a dívida está em trajetória de queda na comparação com o período recente e também quando as contas forem superavitárias.

Segundo relatos de fontes do governo feitos à CNN, esse texto passou pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que tem discutido há pelo menos três anos com técnicos do Tesouro e também da Secretaria de Política Econômica mudanças na regra que trava as despesas federais à inflação do ano anterior. (CNN)

Na mesma linha, o Secretário de Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Felipe Salto, entregou nesta terça-feira (15) ao vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), uma proposta de emenda à Constituição (PEC) de nova âncora fiscal.

A sugestão de Salto, cotado para ser secretário do Tesouro Nacional do governo Lula, também prevê a troca do teto de gastos por uma regra mais flexível, que permita crescimento real das despesas conforme o nível e a trajetória da dívida pública.

O texto da PEC da Transição deve ser apresentada entre hoje e amanhã.

O economista Persio Arida, um dos pais do Plano Real e integrante da equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta terça (15) que “responsabilidades fiscal e social andam juntas, não são opostas”. Persio respondia a perguntas após palestra durante uma conferência realizada em Nova York pelo Lide, grupo empresarial fundado pelo ex-governador paulista João Doria.

Lula e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) conversaram reservadamente por cerca de 15 minutos nesta terça-feira (15) no Egito, onde participam da COP27, a conferência do clima das Nações Unidas. No encontro, Lula defendeu ao presidente do Senado retirar por quatro anos o valor do Auxílio Brasil do teto de gastos.

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (União Brasil) disse nesta terça-feira (15) que é necessário fazer uma reforma administrativa para o governo conseguir controlar despesas e poder bancar, de forma permanente, o Auxílio Brasil de R$ 600. Em evento em Nova York, Meirelles deu como exemplo a reforma implementada por ele no governo de São Paulo, quando era secretário de Fazenda do Estado. (Poder360)

Para mais notícias sobre política, acesse o Panorama Político.

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