Inflação Global: Oportunidade à vista

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Direto ao ponto

  • A inflação mundial tem estado no centro das atenções em 2022. Nos EUA, o índice de preços, em 12 meses até junho, avançou 9,1%, o maior valor em mais de quatro décadas. Na Europa, o CPI da Zona do Euro está no maior patamar da história, também em 9,1% na prévia de agosto. 
  • Os bancos centrais de vários países estão agindo com força, subindo os juros com o objetivo de levar a inflação para a meta. Tanto para o Fed, quanto para o BCE é possível se aproximar da meta de 2% até 2024. 
  • Visto que os bancos centrais já estão agindo e dada suas projeções, vemos que o ponto de inflexão da trajetória de alta de preços está próximo. Assim, o momento é oportuno para investimentos atrelados à variação da inflação global.
  • Em momentos de alta de preços, os títulos indexados à inflação sofrem com a marcação a mercado negativa. Com a perspectiva de início de um processo desinflacionário e o recuo dos prêmios pelo risco, existe a possibilidade de captura dos ganhos expressivos desses títulos para um horizonte de médio prazo. 
  • Para se proteger dos possíveis choques, o investimento via instrumentos de capital nominal protegido e que ofereça retorno alavancado é interessante. 

Contexto mundial: como chegamos aqui?

Desde a chegada da pandemia de Covid-19 a economia mundial vem passando por choques. A paralisação por tempo prolongado de fábricas chinesas afetou a cadeia global de suprimentos, reduzindo a produção de manufaturados em todo o mundo. Ao mesmo tempo que havia o desequilíbrio pelo lado da oferta, pela ótica da demanda, as medidas de lockdown diminuíram o consumo de serviços e as famílias migraram parte da renda para a aquisição de bens duráveis. Esse descasamento pode ser observado, por exemplo, no preço dos fretes, que ficou cinco vezes mais caro. 

No primeiro momento, o receio de uma deflação pela  interrupção abrupta da atividade fez com que alguns países adotassem medidas fiscais de auxílio às famílias para compensar, também, a queda no emprego. Como resultado, os estímulos fomentaram mais o consumo, levando à alta ainda maior dos preços. 

Esse cenário, já frágil, foi potencializado pelos efeitos da guerra na Ucrânia. A Europa é dependente do fornecimento de gás russo, além de grande importadora de produtos agrícolas do Leste Europeu. Desse modo, o conflito contribuiu para que os índices de inflação no continente explodissem. 

Atualmente, a inflação dos EUA, medida pelo CPI, está em 8,5%, no acumulado de 12 meses até julho. A máxima em mais de quatro décadas foi batida em junho, quando atingiu 9,1%. O CPI da Zona do Euro está no maior patamar da história, em 9,1% na prévia de agosto do acumulado de 12 meses. Para efeito de comparação, em 2008, no auge da crise mundial, foi o último pico inflacionário, com os indicadores chegando a 5,6% nos EUA e 4,1% na Europa em julho/2008. 

Para onde vamos?

Os bancos centrais dos EUA, Suíça, Reino Unido, Japão, Zona do Euro, entre outros, já estão agindo para  controlar o avanço de preços em suas economias, com uma política monetária contracionista. Há claro comprometimento dos bancos centrais em controlar a inflação, inclusive se isso implicar em levar a atividade potencialmente para um quadro recessivo.

Nos Estados Unidos, o Fed iniciou o ciclo de alta de juros em março, com sua primeira elevação desde 2018. Desde então, nos quatro encontros seguintes, o Comitê de Política Monetária (Fomc) elevou os juros para a faixa de 2,25% a 2,5% a.a.. O Fomc se reúne de novo em setembro e caminha para mais uma alta, entre 0,5 e 0,75 pontos percentuais, segundo o CME.

Na Europa, o cenário é similar. O Banco Central Europeu (BCE) subiu a sua taxa de juros em 75 bps em setembro, segunda alta consecutiva, trazendo a sua taxa de depósitos de 0% para 0,75% e a de empréstimos de 0,75% a 1,50%. O banco antecipa que deve continuar no ciclo de alta e que seu principal objetivo é estabilizar a inflação na meta. 

De acordo com as projeções do próprio BCE, a inflação da zona do euro para 2023 cai ao nível de 5,5% e retorna próximo à meta de 2%, com 2,3% em 2024. No documento, a autoridade monetária ainda indica que estamos próximos ao pico. Para o Fed, a tendência é a mesma, de queda da inflação já neste ano e chegando à meta, 2%, em 2024.

Assim, vemos as oportunidades para horizontes de 3 anos.

Como a inflação impacta nossos investimentos?

Os títulos atrelados à inflação possuem uma parte prefixada e outra que segue o indicador de referência. O preço do ativo e as taxas que compõem a regra de remuneração são inversamente proporcionais, isto é, com o aumento da inflação e/ou da taxa de juros, o ativo tem uma queda no seu preço. Como os fundos de inflação são compostos por uma carteira de títulos marcados a mercado, é esperado que o comportamento destes sigam essa lógica.

No entanto, são nos momentos de alta inflacionária e com juros subindo que os títulos costumam ser negociados com prêmios altos e preços descontados, devido à incerteza e volatilidade no cenário. Assim, caso tenha uma perspectiva de melhora, quem compra, seja via fundos ou diretamente o título, tende a ter um retorno superior no médio prazo. 

O gráfico abaixo mostra o retorno do Bloomberg World Govt Inflation, um índice de títulos governamentais de diversos países indexados à inflação, que é rebalanceado mensalmente. Comparando ambos os gráficos, vemos que os anos de retorno negativo do índice da Bloomberg foram justamente os que tiveram uma variação positiva da inflação, ou seja, que os títulos sofreram com a marcação a mercado. Por exemplo, no pico inflacionário de 2008 o índice da Bloomberg registrou o segundo menor retorno, só acima do de 2022. 

E, além disso, podemos observar que após anos de retorno negativo, o período subsequente é de recuperação. Esse movimento é explicado pela melhora no cenário e excelente carrego dos títulos. Em 2022, devido ao choque inflacionário que estamos vivendo, o resultado do índice está em -19,09%, o pior desempenho da história.

Visto que a perspectiva é de melhora do cenário inflacionário no médio prazo, o momento é bom para o investimento em inflação global, os títulos estão com bons carregos e com um preço baixo. E, com isso, o investidor pode aproveitar da valorização desses ativos. 

No entanto, como o cenário internacional está sempre sujeito a novos choques, o ideal é fazer o investimento via mecanismo que proteja em caso de mudanças das perspectivas. Assim, o investimento via Certificados de Operações Estruturadas (COE) com capital protegido, principalmente os que oferecem retorno alavancado, se torna interessante. Desse modo, com esse tipo de instrumento, o investidor consegue aproveitar, de forma alavancada, as oportunidades geradas pela inflexão da inflação global e da redução potencial dos juros no médio prazo com capital nominal protegido em caso de retorno negativo no período. 


Este material foi elaborado pela Órama DTVM S.A.. Este material não é uma recomendação e não pode ser considerado como tal. Recomendamos o preenchimento do seu perfil de investidor antes da realização de investimentos, bem como que entre em contato com seu assessor para orientação com base em suas características e objetivos pessoais. Investimentos nos mercados financeiros e de capitais estão sujeitos a riscos de perda superior ao valor total do capital investido. Este material tem propósito meramente informativo. A Órama não se responsabiliza por decisões de investimentos que venham a ser tomadas com base nas informações aqui divulgadas. As informações deste material estão atualizadas até 08/09/2022
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