Vale – Lucratividade robusta, mesmo com a queda no preço do minério.

Produção ficou praticamente estável no trimestre.

A produção da Vale neste segundo trimestre foi de 74,1 milhões de toneladas de minério de ferro, 1,2% menor do que o 2T21. Em pelotas, a produção fechou o trimestre em alta de 8,3%, sendo compensada pela menor produção de minério bruto (ROM – run of mine). Em paralelo, a venda de ativos e dificuldades operacionais fizeram a companhia reduzir a sua meta de produção de minério para o ano em 4%, com uma perspectiva em torno de 315 milhões de toneladas.

Receita murchou, puxada por recuo nos preços.

A receita da Vale no trimestre totalizou R$ 57 bilhões, uma queda de quase 37%, puxada por menores preços do minério. O preço médio registrado pela Vale no período foi de US$ 113,30 por tonelada, contra um preço de US$ 184,80 registrado no mesmo trimestre do ano anterior, uma queda de 39%. A Vale teve ainda um custo C1 (mina ao porto) de US$ 20,90 por tonelada, um aumento de US$ 2,20 na comparação anual, impactado por um Real mais valorizado e altas nos preços de alguns serviços e combustíveis.

Lucratividade caiu muito, mas segue alta.

No resultado financeiro, a companhia teve um pagamento de juros com leve alta, na casa dos R$ 1,8 bi. O lucro da Vale no período foi na casa dos R$ 20 bilhões. A queda substancial no lucro na comparação anual – menos da metade do 2T21 – foi puxada pelo preço do minério, que se comportou de forma bastante volátil ao longo da crise do Covid. Neste momento, estamos passando por um momento de queda gradual nos preços das commodities, e a nossa perspectiva é de continuação deste movimento. Mesmo assim, o preço do minério ainda está bem acima da média histórica, de US$ 75 dólares a tonelada, e o valor de mercado da Vale nesse patamar de R$ 300 bilhões, na nossa opinião reflete uma boa oportunidade de investimento. Devemos esperar para a Vale pouco crescimento e dividendos vantajosos, com a maior fonte de volatilidade nos números sendo o preço do minério.