Projeção macroeconômica- Painel 15 – 05/08/2022
Projeção macroeconômica para 2022
Indicador | Último 25.07.2022 | Atual 05.08.2022 | COMENTÁRIOS |
PIB | 1,8% | inalterado | Mantivemos nossa projeção de PIB para 1,8% em 2022. Nossa percepção é que alguns indicadores estão bastante fortes, como mercado de trabalho e serviços, o que pode trazer um viés altista para o PIB desse ano. Dessa forma, o 3º trimestre pode surpreender em alta. Acreditamos, contudo, que o 4º trimestre sofrerá o impacto da taxa de juro elevada e a possibilidade de um PIB levemente negativo é significativa, e assim, deixaria uma herança recessiva para 2023. Em suma, esperamos que o PIB de 2023 pode ser negativo em 0,5%. Contudo, a definição das eleições e a forma como será conduzida a política econômica, podem acabar por reverter essa projeção. |
Resultado Primário | -0,5% a -0,8% | 0% a -0,3% | Os dividendos distribuídos pelas estatais, notadamente Petrobras, devem gerar grande impacto no resultado das contas do governo. Assim, com os bons números ostentados até o momento, devemos observar resultados muito melhores do que os esperados anteriormente. Dessa forma, consideramos que é provável que tenhamos um déficit menor do que outrora esperado ou até mesmo um pequeno superávit. |
SELIC | 13,75% | inalterado | Na reunião do Copom de agosto, o Banco Central elevou a taxa em 0,5 p.p., para 13,75%, de acordo com nossas expectativas. Nossa leitura é de que, apesar de deixar a porta entreaberta para nova elevação de 0,25 p.p., a probabilidade maior é que a taxa fique nesses 13,75% por longo tempo. Acreditamos ser prudente aguardar e avaliar como esse forte movimento irá afetar a economia, pelos seus potenciais efeitos desinflacionários, bem como pela ancoragem das expectativas à meta, dentro do horizonte relevante. Contudo, não se pode ignorar as consequências sobre o ambiente de negócios de uma taxa de juro real (ex-ante) de 8%, caso o IPCA recue para níveis pouco acima de 5%, em 2023, como apontou o último boletim Focus. |
IPCA | 7,2% | 7,1% | Alteramos nossa projeção de IPCA para 7,1% em 2022. O IPCA-15 de julho variou 0,13% em julho. Foi, assim, uma leitura marginalmente mais positiva, com recuo do índice de difusão (71,1%) e da média dos núcleos. Por um lado, os bens industriais e alimentação surpreenderam em queda, conjuntamente com preços administrados. Por outro lado, os serviços seguem em alta e em trajetória ascendente. Os cortes de impostos, dessa forma, correspondem por grande parte dessas surpresas positivas. Nossa revisão do IPCA se deu, dessa maneira, depois das surpresas do IPCA 15 e dos cortes de preços dos combustíveis pela Petrobras. Assim, o maior impacto foi para o mês de agosto, que passou de 0,08% para -0,21%. A desinflação deste ano, contudo, tem “efeito rebote” para nossa projeção do ano que vem, apesar de carregar menor inércia inflacionária. Sendo assim, esperamos a inflação de 2023 em 5,4%. |
Dólar | R$ 5,15 a R$ 5,25 | inalterado | Nos últimos dias a moeda americana recuou de R$ 5,50 para em torno de R$ 5,20. Dessa maneira, nossas simulações apontam para uma taxa excessivamente elevada, naqueles patamares. Acreditamos que o valor médio da moeda para 2022 fique em torno de R$ 5,20, mas em dezembro deveremos estar com o dólar abaixo de R$ 5,00, entre R$ 4,75 e 4,95. Os riscos altistas, por sua vez, tem a ver com a questão política local, bem como com a alta dos juros pelo FED. Não se pode desconsiderar, igualmente, as questões geopolíticas recentes, como o estresse EUA x China, por causa de Taiwan |
Ibovespa | 125 mil pts | inalterado | Mantivemos a projeção de 125 mil pontos para o fim do ano. Reforçamos, dessa forma, a ideia de que nossa bolsa está excessivamente descontada, sob várias óticas. Assim, caso haja um aumento de volume, que possa dar suporte às cotações, imaginamos que o mercado volte à tendência de alta até o fim do ano |
Juros EUA | faixa de 3,25-3,5% | inalterado | Com o CPI e o PCE em níveis alarmantemente elevados, o FED subiu sua taxa em 75 pontos na semana retrasada. Acreditamos, dessa forma, que o BC americano seja um pouco mais dovish nas próximas reuniões. Podendo, assim, voltar aos 50 pontos e depois calibrar com 25 pontos. Além disso, existe uma grande incerteza sobre os próximos passos da política monetária global, incluindo o BCE. Não descartamos, contudo, que o FED leve sua taxa até entre 4,0-4,25% e depois de um breve período inicie a redução, ainda em 2023. |