Cenário econômico e projeção – Painel 15 – 13/06/2022
Projeção macroeconômica para 2022
Indicador | Último 30.05.2022 | Atual 13.06.2022 | COMENTÁRIOS |
PIB do Brasil | 1,3% | 1,6% | Alteramos a projeção de PIB para +1,6% para 2022. Afinal, os indicadores de alta frequência permanecem indicando que a política monetária restritiva ainda não impactou de forma contundente a atividade. Dessa forma, o indicador de vendas de varejo de abril cresceu 0,9% em abril, bem acima das projeções. Nesse sentido, o próprio resultado do PIB do 1º trimestre, de +1% apontou para a força do setor de serviços, que vem se recuperando mais fortemente com a reabertura pós-pandemia Contudo, acreditamos que o segundo semestre aponte para uma desaceleração, poia a elevada inflação e a política monetária mais restritiva terão seu impacto. Em contrapartida, como o segundo trimestre ainda deve ser de crescimento, o próprio carrego estatístico já implicaria em crescimento de 1,5%. |
Resultado Primário | -1% a -1,5% | inalterado | Mantivemos nosso alvo para o déficit primário em 1,2% com um intervalo entre 1% e 1,5% do PIB, pois a demanda por mais gastos permanece. Dessa forma, as várias medidas (PLP do ICMS, por exemplo) podem trazer potenciais efeitos negativos sobre o resultado primário. Um ponto relevante é que o governo anunciou que não deve conceder aumento de salários ao funcionalismo, o que é positivo, pois significa menos uma fonte de pressão permanente, mas ainda há categorias em greve. Em princípio permanecem os números positivos de arrecadação. |
SELIC | 13,25% | inalterado | Primeiramente seguimos com a nossa projeção da taxa Selic do ano em 13,25%. Apesar da inflação estar se mostrando mais persistente do que o esperado, acreditamos que o fim do ciclo de aperto monetário chega ao fim na próxima reunião. É o plano de voo que tem sido sinalizado pelos diretores do BC. Eventualmente, a taxa Selic, nesse cenário, seguiria no patamar de 13,25% até junho de 2023, quando teria início o ciclo de cortes Principalmente os riscos para esse cenário são novos choques inflacionários, externos e internos, além de maior deterioração do quadro fiscal. |
IPCA | 9,2% | inalterado | Nossa projeção de IPCA segue em 9,2% em 2022. Outrossim, o IPCA de maio registrou alta de 0,47%, abaixo das expectativas da Órama (0,50%) e do consenso de mercado (0,60%). Assim, acumulando alta de 11,73% em 12 meses. Nesse sentido, esse resultado corrobora nossa hipótese de que o pico inflacionário foi atingido em abril e a tendência doravante é de desinflação gradativa. De qualquer forma, a composição da pressão inflacionária está bastante disseminada ainda entre seus itens e foi uma leitura desfavorável. Contudo, as medidas do governo para reduzir a inflação deste ano, em análise no Congresso, têm forte potencial desinflacionário. Por isso, projetamos que, em caso de totalmente aprovas, podem trazer a inflação do ano para até 7,5%. Além disso, projetamos o IPCA de 2023 em 4,6%. Os cenários alternativos traçados, que incorporam os projetos de diminuição da inflação para 2022 têm viés altista para 2023. |
Dólar | R$ 5,00 a R$ 5,10 | inalterado | Não somente a inflação nos EUA, mas também as futuras decisões do FED, vêm influenciando as cotações, fazendo aumentar fortemente a volatilidade. Inegavelmente a amplitude do intervalo dos últimos dias disparou, com oscilações entre R$ 4,75 e R$ 5,10. Dessa forma, acreditamos que a manutenção do intervalo entre R$ 5,00 e R$ 5,10 seja o mais adequado, inclusive por questões políticas/eleitorais. Nesse sentido, o valor esperado para o fim do ano é R$ 4,70 |
Ibovespa | 130 mil pts | inalterado | Sem dúvida, nosso maior receio, no momento, seria uma debacle nos índices acionários americanos. Já que um eventual “crash” poderia transbordar para nosso mercado, dificultando o atingimento das nossas projeções. Em síntese, o comportamento da nossa bolsa, nas últimas semanas, parece refletir dois grandes vetores: 1) externo – comportamento das bolsas americanas e 2) doméstico – ruídos fiscais recentes (PLPs dos combustíveis, por exemplo) podem elevar a percepção de que a inflação e taxa de juros subirão ainda mais. Assim sendo, a nossa projeção para o target de 130 mil se mantém, pois consideramos que o múltiplo P/L de 6,5x atual é bastante atraente. |
Juros EUA | faixa de 2,5% a 2,75% | inalterado | A inflação americana de 8,6%, medida pelo CPI, é a maior desde 1981. Posto que, nos últimos dias aumentou a sensação de que o FED está correndo atrás da inflação e que, eventualmente, precisará subir os juros além do que o mercado projeta, esse cenário fica incerto. Por isso, já se especula que duas altas de 50 pontos serão insuficientes. Em conclusão, uma ou duas elevações de 75 pontos entraram no radar, fazendo empinar a curva de juros, e os rendimentos dos T-10 voltaram para acima de 3,25% a.a. |