Projeções macroeconômicas – Painel 15 – 16/05/2022
Projeções macroeconômicas para 2022
Indicador | Último 03.05.2022 | Atual 16.05.2022 | COMENTÁRIOS |
PIB do Brasil | 0,8% | 1,0% | Alteramos a projeção de PIB para 1% para 2022. O volume de serviços do Brasil saltou para 1,7% em março, de 0,4% em fevereiro (revisado de -0,2% anteriormente). Esse resultado foi muito melhor do que a estimativa de consenso de +0,8%. O setor já cresce 7,2% acima do patamar pré-pandemia. O volume de vendas no comércio varejista brasileiro cresceu 1,0% em março na comparação com fevereiro e 4,0% ante o mesmo mês de 2021. Os números vieram bem acima do esperado pelo mercado pelo segundo mês consecutivo. A expectativa era de que as vendas no varejo subissem 0,4% frente a fevereiro e 2,05% na comparação anual. Com o resultado de março, o volume de vendas no comércio acumula alta de 1,9% nos últimos 12 meses. O resultado da LSPA de abril, que divulga a perspectiva sobre a safra agrícola para o ano, teve alta de 3,3% em relação ao resultado de 2021. A pesquisa teve revisão para cima em 1% do resultado de março e confirma expectativa de safra recorde para 2022. Esses resultados positivos mostram que a política monetária restritiva ainda não teve resultado na atividade e, por isso, revisamos nossa projeção de PIB para o ano. Ainda impulsionados pela reabertura econômica, alinhados ao desemprego estável e os estímulos ao consumo, as principais atividades seguem em crescimento pelo primeiro semestre . |
Resultado Primário | -1% a -1,5% | -1% a -1,5% | Mantivemos nosso alvo para o déficit primário entre 1% e 1,5% do PIB. A demanda por mais gastos permanece. Seguem as pressões por aumento de salário do funcionalismo, liderados por repartições importantes, como BC e Tesouro. Consideramos quase impossível o governo não acabar cedendo em parte a essas pressões e um melhor resultado dependerá da arrecadação, que também sofre a influência da inflação mais elevada. Dessa forma, o nosso número é -1,2% para o ano. |
SELIC | 12,75% | 13,25% | Alteramos nossa projeção da taxa Selic do ano para 13.25%. A ata do Copom reforçou seu comunicado de que o Banco Central entregará outra alta da taxa Selic (50 bps) na próxima reunião (15/06). Adicionalmente, deixou a porta aberta para novos aumentos, se necessário. Acreditamos que novas pressões inflacionárias, internas e externas, fariam o Comitê avançar em território ainda mais contracionista. Possíveis reversões dos preços das commodities e desaceleração da atividade econômica acima do esperado poderiam fazer com que ele parasse o aperto monetário. |
IPCA | 7,8% | 8,6% | Revisamos nossa projeção de IPCA para 8,6% em 2022. O IPCA de abril surpreendeu em alta (1,06%). É o maior resultado para o mês desde 1996, quando foi de 1,26%. No acumulado em 12 meses atingiu 12,13%, maior taxa desde outubro de 2003 (13,98%). Em relação à nossa projeção, as principais surpresas vieram em alimentos. As medidas qualitativas foram desfavoráveis, com a média dos principais núcleos acelerando para 9,4% em 12 meses e a difusão subindo para quase 80%. Os serviços também aceleraram consideravelmente, de 0,46 para 0,66 no mês, acumulando quase 7% de alta nos 12 meses. Preços administrados carregaram a desaceleração no mês. A energia elétrica puxou, mostrando o efeito da troca da bandeira tarifária em 16/04. Esperamos que o pico inflacionário tenha sido alcançado nessa última leitura. A partir de maio a expectativa é de que haja desaceleração do índice. Novas interrupções na cadeia de suprimentos causadas pela “política zero-Covid” na China e uma guerra prolongada na Ucrânia ameaçam esse número, que já está bastante inercial. |
Dólar | R$ 5,00 a R$ 5,10 | R$ 5,00 a R$ 5,10 | Mantivemos o intervalo para o câmbio médio de 2022. Todavia, incluímos, nesse documento, o valor esperado da taxa ao final do ano, admitindo que a taxa reaja de maneira distinta à vitória de Bolsonaro ou Lula, nas eleições de outubro. Sendo assim, admitindo 50% de chances para cada um, teríamos um valor esperado em R$ 4,80. A valorização do dólar no mercado internacional vem transbordando para os diversos países, logo, aqui não seria diferente. Contudo, consideramos que o comércio ainda está muito favorável e ainda temos muita atratividade na arbitragem de juros. Nossa bolsa pode voltar a despertar interesse depois da forte realização de abril e início de maio. |
Ibovespa | 130 mil pts | 130 mil pts | Nas últimas semanas, a bolsa brasileira foi fortemente afetada pelo mau humor global. Houve um processo de aversão ao risco por conta da mudança na política monetária americana. O processo de contágio se dá por vários canais, mormente pela saída de capitais estrangeiros, embora, ainda permaneça bastante positivo no ano. Não alteramos o alvo para o Ibovespa. Com as recentes quedas, o índice P/L veio para 7x, o que consideramos extremamente atrativo. Isso nos encoraja a sugerir que esse nível pode ser uma boa oportunidade de compra para médio prazo. Por fim, olhando a longo prazo, acreditamos que o mercado possa ir buscar o P/L médio da última década, em 13x. Isso fica a depender das políticas econômicas a serem encaminhadas pelo próximo governo. |
Juros EUA | faixa de 2,5% a 2,75% | faixa de 2,75-3,0% | A inflação americana permanece elevada, em patamares de 40 anos, e o FED, finalmente, reconheceu que pode ser difícil levar a economia a um “soft landing”. O mercado, nas últimas semanas, especula a possibilidade de estagflação. Diante dos desafios, o BC americano subiu a taxa de juro em 50 bps. Já sugere que fará outras duas elevações, em mesma magnitude, para depois, reavaliar. Sob esse olhar, incorporamos essas projeções em nosso modelo: duas novas altas de 50 bps e outras três de 25 bps. De toda sorte, os próximos passos dependerão de como o mercado irá se comportar em relação às expectativas. Vale lembrar que o rendimento dos títulos de 10 anos alcançou 3,1% a.a., taxa que projetamos. Espera-se que o processo de normalização e desintoxicação do balanço da autoridade monetária será conduzido com parcimônia. A expectativa é que ocorrerá concomitante às altas de juros, que podem afetar o balanço dos bancos pela marcação dos títulos em carteira. |
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