Indicador | Último 18.04.2022 | Atual 03.05.2022 | COMENTÁRIOS |
PIB do Brasil | +0,6% | +0,8% | Melhoramos marginalmente a projeção do PIB, para 0,8%. Os principais fatores que nos motivaram a essa revisão são: 1. números encorajadores de comércio na Páscoa, que podem sugerir um ótimo “Dia das Mães”, que ajudará no desempenho do 2º tri; 2. indícios de que o setor industrial pode ter encontrado o fundo, conforme indicador IPEA consumo aparente de bens industriais; 3. liberação do FGTS, com impacto estimado em R$ 30 bi; 4. liberação, pelo governo, de crédito que deve estimular o consumo das famílias e 5. setor de serviços voltando a ganhar força, com a pandemia controlada. Nossa projeção, pela ótica da produção, passa a considerar, em termos anuais: agro + 3,2%, indústria estável e serviços + 0,8%. Acreditamos que eventuais surpresas possam ser no lado positivo, a despeito da inflação elevada ser um entrave. Temos expectativas de que o mercado de trabalho permaneça em recuperação. O recente número do Caged mostra que o setor de serviços está contratando fortemente no início do ano. De qualquer forma, o segundo semestre será o maior desafio. Em nossa análise, provavelmente teremos uma atividade “morna” nesse período, refletindo as incertezas do processo eleitoral. |
Resultado Primário | -1% a -1,5% | -1% a -1,5% | O governo vem enfrentando dificuldades com o funcionalismo, a despeito da promessa de aumento linear de 5%. As greves arrefeceram, mas paralisações pontuais vêm ocorrendo, como na polícia federal. Mantivemos nosso alvo para o déficit primário entre 1% e 1,5% do PIB, pois a demanda por mais gastos é tamanha que poderá espraiar-se sobre demais poderes, além das tradicionais ameaças políticas por maiores gastos em anos eleitorais. |
SELIC | 12,75% | 12,75% | Seguimos acreditando que a muito provável alta de 100 pontos em maio deverá encerrar o ciclo atual de alta, em 12,75% a.a. Atribuímos, contudo, que há uma chance (em torno de 20%) do Copom ir adiante, com uma alta residual de 50 pontos, o que levaria a Selic para 13,25%, em junho. Apesar da porta entreaberta para novos movimentos de alta, os posicionamentos informais dos diretores do BC, em entrevistas e lives, sugerem que o aperto monetário em curso está se aproximando do fim. De qualquer forma, há uma clara percepção por parte do mercado de que a meta de 2022 não está mais no radar do Copom, e que a ênfase está em 2023 e 2024. |
IPCA | 7,8% | 7,8% | Os recentes números divulgados de inflação, IPCA-15 (+1,73%) e IGP-M (+1,41%), ambos de abril, a despeito de virem abaixo das projeções do mercado, ainda representam números muito elevados. Acreditamos que o pico do IPCA acumulado em 12 meses, provavelmente, ocorrerá em abril. O retorno da bandeira verde às contas de luz será o pontapé inicial para a tão esperada desinflação. De toda sorte, a inflação está disseminada, o que dificulta o processo de retorno à meta. Cabe ressaltar, contudo, que no IPCA-15, as contribuições de “gasolina” e “gás de botijão” representaram impacto de 0,59p.p. no número final. Em outras palavras, 34% do resultado foi proveniente somente de dois ítens, dos quase 400 pesquisados pelo IBGE. |
Dólar | R$ 5,00 a R$ 5,10 | R$ 5,00 a R$ 5,10 | Nas últimas duas semanas a moeda americana teve melhor desempenho global, destacadamente frente ao Real. Após atingir a cotação de R$ 4,60, o dólar escalou para perto de R$ 5,00. Atribuímos essa forte recuperação a: 1. percepção de que o FED precisará acelerar a alta de juros, muito acima do que outrora se especulava; 2. tensão política doméstica, diante do imbróglio entre o presidente Bolsonaro e o STF (caso deputado Daniel Silveira) e 3. realização de lucros das posições vendidas em reais. De qualquer forma, não alteramos nosso intervalo para a taxa de câmbio média do ano. Continuamos com a expectativa de que a taxa pode ter comportamento distinto, a depender do vencedor da eleição presidencial. |
Ibovespa | 130 mil pts | 130 mil pts | No mês de abril o Ibovespa realizou mais fortemente, seguindo os mercados globais, que sofreram com a eventual mudança de postura do FED e potencial desaquecimento chinês, que fizeram preço sobre as commodities. Em dólares, nossa bolsa caiu 15%, mas ainda é uma das mais valorizadas no ano. Permanecemos moderadamente otimistas em relação ao Ibovespa, com alvo em 130 mil pontos, sem alterações. Não se pode desprezar, contudo, os potenciais efeitos baixistas de eventos extemporâneos relacionados à corrida presidencial, como o recente episódio Bolsonaro x STF. |
Juros EUA | faixa de 2,0 a 2,25% | faixa de 2,25-2,75% | O PIB nos EUA recuou 0,4% no 1º tri de 2022 (-1,4% em 12 meses). O resultado foi surpreendentemente ruim, provavelmente refletindo o ressurgimento da Covid-19 (ômicron) no período, além da Guerra Rússia x Ucrânia e o impacto da redução de estoques privados. Nas últimas semanas temos visto uma enorme volatilidade no comportamento dos juros dos treasuries, especialmente o de 10 anos, que chegou a resvalar nos 3%, o que não ocorria desde 2017. O mercado passou a especular que o FED precisará ser mais rápido e conservador na política monetária, promovendo altas de mais 25 pontos, outrora esperada, com alguns analistas cogitando elevações de 75 pontos já, além de ser mais célere no ajuste do seu balanço. Em nosso caso, alteramos levemente o intervalo, com o seguinte cronograma: 50 pontos nas próximas duas (talvez três) reuniões do Fomc, seguidas de quatro (três) novas altas, de 25 pontos. |