Meta – FBOK34
Meta
TECNOLOGIA
Colocando a fundação para dominar o próximo ecossistema
Empresas maiores ficam avessas ao risco, mas nem sempre.
As big techs já não são novidade. De fato, todo mundo sabe como a Apple, Google e Microsoft ganham dinheiro. Seu fluxo de caixa é primeiramente estável. Dessa forma, essas empresas já devolvem dinheiro ao acionista, pagando dividendos e recomprando ações. O Zuckerberg resolveu, entretanto, fazer diferente com a sua empresa. Ao invés de devolver para o acionista o fluxo de caixa pesado proveniente das atividades de propaganda, ele optou, pelo contrário, por seguir investindo para se beneficiar de um próximo ecossistema.
O metaverso consumiu 10 bilhões de dólares em caixa ao longo de 2021.
E esse número deve aumentar. A Meta hoje segrega a sua divulgação de resultado entre redes sociais e o metaverso. As redes sociais são o negócio tradicional da empresa – Facebook, Instagram, Whatsapp. Enquanto o metaverso é o conjunto dessas novas iniciativas da empresa – batizado de Reality Labs. O metaverso engloba um conjunto de tecnologias amplo voltado para realidade virtual e realidade aumentada, visando trazer ao consumidor uma experiência mais imersiva.
Mas por que que o metaverso é uma boa ideia?
A arena da geração de receita no segmento de tecnologia é diversa. Os negócios de propaganda, de hardware, de marketplace, são todos bem entendidos. Mas, em contrapartida, as patentes e licenças de uso que estão por trás, bem menos. Por exemplo, muitos dos padrões, dos comandos e dos toques que você usa num Samsung pertencem à Apple. Alguns à Microsoft.
Como primeira entrante, a Meta terá sobretudo a oportunidade de desenhar toda a experiência do usuário desse ecossistema, e depois poderá licenciar toda essa propriedade intelectual pra terceiros. A Meta pode ainda emplacar o hardware dominante, e dessa forma ganhar na venda de produtos. Pode, ademais, criar marketplaces pata diferentes tipos de software. Tudo isso além de seguir auferindo a sua tradicional receita de propaganda. Esse é um projeto bastante ambicioso, que pode assim colocar a empresa no centro de uma nova versão da internet – tão ou mais lucrativa quanto a atual.
A história é boa e o preço também.
Entre as grandes empresas de tecnologia americanas, a maioria já não é mais tocada pelo fundador. Muitas já tem uma lucratividade bastante robusta e já alocam capital de uma forma conservadora. Essa decisão do Zuckerberg de investir na disrupção do próprio mercado tem sido mal recebida pelo mercado. As ações da Meta fecharam o pregão do dia 4 com 26% de queda, depois de um crescimento morno no negócio tradicional de mídias sociais e um aumento expressivo nos gastos com o Reality Labs. É claro que, neste momento, as ações de tecnologia no mundo todo estão sendo bastante punidas. Na nossa concepção isso abre margem para oportunidades de compra como essa. Pode sim demorar alguns anos até estes investimentos começarem a dar frutos relevantes. Mas também é bastante provável que o mercado antecipe essa precificação ao longo do caminho.
Como estão os pares?
A Meta, mesmo com toda a deterioração que vimos nos números neste trimestre, opera com margens excelentes, e um dos menores múltiplos do setor. Empresas como Microsoft e Amazon, operam hoje com múltiplos acima dos 30x lucro. Em paralelo, as ações da Meta operam hoje com um múltiplo de 16x lucro. Colocamos como comparação uma chinesa famosa chamada Ali Baba, o principal ecommerce do país. O Ali Baba deveria negociar a um desconto substancial contra os seus pares americanos, visto toda a questão de governança e risco soberano chinês. No entanto, hoje o Ali Baba negocia a múltiplos comparáveis ao da Meta. Aqui na Órama nós percebemos que este preço para as ações da Meta é injustificado, e com isso temos recomendação de compra no papel.
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