Projeção macroeconômica- Painel 15 – 25/07/2022

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Projeção macroeconômica para 2022

IndicadorÚltimo 11.07.2022Atual
25.07.2022
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PIB 1,6%1,8%Alteramos nossa projeção de PIB para 1,8% em 2022.
De acordo com o IBGE, o volume de vendas no comércio varejista avançou 0,1% em maio, registrando a quinta alta consecutiva do indicador. Nesse sentido, o volume de serviços avançou 0,9% em maio. Dessa forma, o setor se encontra 8,4% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.
Sob o mesmo ponto de vista, o mercado de trabalho segue surpreendendo positivamente e se encontra quase no nível de pleno emprego, mostrando crescimento robusto nesse primeiro semestre.
Acreditamos, por outro lado, que o segundo semestre aponte para uma desaceleração, já que a elevada inflação e a política monetária mais restritiva terão seu impacto.
Resultado Primário-0,5% a -0,8%inalteradoMantivemos o intervalo para déficit primário, com alvo de -0,6%. Apesar de o governo vir apresentando melhores resultados em suas contas, a todo momento surge uma nova surpresa no âmbito das despesas via a vis o teto dos gastos, como o recentes quase R$ 7 bi que precisarão ser contingenciados.
Ou seja, apesar de os bons resultados de arrecadação, consideramos muito improvável que consigamos manter até o final do ano o superávit primário atual.
SELIC13,75%inalteradoMantivemos a projeção da taxa Selic do fim do ano em 13,75%. Nossa visão, portanto, é que o Copom elevará a Selic em 50 bps na reunião de agosto e a manterá nesse patamar até o final do terceiro trimestre  de 2023.
Recentemente, o mercado passou a especular altas adicionais para até 14,5%. As razões derivam, dessa forma, da desancoragem de 2023, fragilidade fiscal, eleições, além das prováveis fortes altas de juros dos bancos centrais americanos e europeu. Nesse meio tempo o FED aumentou sua taxa de juros em 75 bpsna última reunião e o BCE, na da semana passada, 50 bps (acima do guidance), o que não ocorria há mais de uma década.
Acreditamos que o mercado está tentando pressionar o Copom a ir além na Selic. Todavia, nossa percepção é que já houve um grande aperto e, pelos últimos documentos do Comitê, há um viés de encerramento do ciclo em horizonte próximo. Não descartamos, contudo, a hipótese de uma elevação adicional no encontro de setembro, de 25 pontos, para 14%.
Dessa forma, nossa expectativa é que 2023 ainda feche com taxa de dois dígitos, em torno de 11,75%.
IPCA7,5%7,2%Alteramos nossa projeção de IPCA para 7,2% em 2022.
A Petrobras reduziu em 5% o preço da gasolina nas refinarias. Esse é, portanto, um impacto baixista de 10 bps para a inflação do ano. Sem dúvida, foi mais um motivador de revisões baixistas, já que as medidas fiscais de redução de tributos por parte do governo já tiveram grande efeito deflacionário. Em virtude de as maiores mudanças já se efetivarem em julho, esperamos para este mês resultado de deflação.
A desinflação deste ano, contudo, tem “efeito rebote” para nossa projeção do ano que vem, apesar de carregar menor inércia inflacionária. Sendo assim, esperamos a inflação de 2023 em 5,4%.
DólarR$ 5,00 a
R$ 5,10
R$ 5,15 a
R$ 5,25
De conformidade com o DXY renovando suas máximas históricas, na expectativa de uma alta entre 75 e 100 pontos nos juros na próxima reunião do FOMC, o dólar vem ganhando força frente ao real, atingindo a cotação de R$ 5,5 na semana passada.
Dessa forma, mantivemos nossa percepção que a moeda brasileira está desvalorizada excessivamente e deve encerrar o ano em R$ 4,90. Em suma, com relação à taxa média de 2022, acreditamos no intervalo entre R$ 5,15 e 5,25.
Semelhantemente, pelo famoso índice Big Mac, da revista The Economist, que compara os preços do sanduíche em diversos países via PPC, nossa moeda está subvalorizada em torno de 20%
Ibovespa125 mil ptsinalteradoMantivemos a projeção de 125 mil pontos para o fim do ano.
Uma série de fatores se entrelaçam nesse momento, fazendo com que nossa bolsa, apesar de a percepção que está bastante descontada, tenha dificuldades de ganhar tração e retornar à alta do início do ano. Visto que: 1) os expressivos resgates em fundos; 2) baixos volumes negociados; 3) expectativa de altas de juros – aqui e lá fora; 4) expectativa de ambiente recessivo global e 5) fatores políticos domésticos. 
De fato, o P/L do índice está negociando em torno de 6x. Em contraste com o pior momento da década de 2010, no governo Dilma, o P/L foi 9x. Assim, a esse múltiplo, teríamos o Ibovespa negociando entre 138 e 140 mil, o que passou a ser nosso alvo a médio prazo (2023).
Juros EUAfaixa de 
3,25-3,5%
inalteradoPor um lado, com o resultado do CPI de junho, que apresentou uma inflação de 1,3% (anualizada 15%) e acumulado de 9,1% em 12 meses, ganhou força a ideia de que o FED possa subir em 100 pontos sua taxa de juros na reunião desta semana.
Em contrapartida, nossa expectativa é que o FED faça um movimento ligeiramente menor, de 75 pontos, ainda assim forte para seus padrões.
Não podemos desconsiderar, contudo, que uma alta maior tenderia a valorizar ainda mais a moeda americana, prejudicando o comércio dos EUA, componente importante para a recuperação pós-pandemia. 
Em conclusão, nosso target é que o FED elevará sua taxa, ao final do ciclo, para o intervalo 4%-4,5%

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