Indicador | Último 21.02.2022 | Atual 08.03.2022 | COMENTÁRIOS |
PIB do Brasil | +0,4% | +0,4% | O PIB de 2021 cresceu 4,6%, conforme expectativas da Órama, com alta de 0,5% no quarto trimestre. O elevado crescimento no ano é decorrência da baixa base de comparação com 2020, que foi impactado pelas restrições da pandemia. O resultado de 2021 foi impulsionado principalmente pelo setor de Serviços (4,7%), que apresentou crescimento em todas as atividades, e pela Indústria (4,5%), que contou com avanço de 9,7% da Construção Civil. A única atividade a apresentar retração foi a Agropecuária (-0,2%), que tem a característica de não ser afetada por eventos externos e, dessa forma, não foi impactada em 2020 pelos efeitos da pandemia, mas em 2021 sofreu pelas crises em algumas produções agrícolas (como com a cana de açúcar, o milho e o café) e pecuárias (bovinos e leite), diretamente prejudicadas pelos problemas climáticos, como secas e geadas. Para 2022 mantivemos a projeção de crescimento de 0,4% para a atividade econômica. Como vieses altistas para o número pontuamos os saques ao FGTS, a liberação de R$ 8 bi do BCB das contas inativas, crescimento de serviços dada maior reabertura da economia e medidas de estímulo ao consumo, como o corte de 25% do IPI da indústria. Como vieses baixistas teremos o primeiro trimestre do ano com o resultado da Agropecuária impactado pelas quebras de safras observadas no país, Serviços sob efeito de algumas restrições de mobilidade causada pela variante Ômicron, juros elevados que restringem o consumo das famílias e as incertezas causadas pela guerra da Rússia contra a Ucrânia, que poderá inibir os investimentos. |
Resultado Primário | -1,0% | de -0,5% a -1,5% | Estamos com um intervalo para déficit primário entre -0,5% e -1,5%, com ponto médio em -1%, sendo as pressões por aumentos do funcionalismo um dos principais vetores negativos, bem como as consequências de um eventual subsídio nos combustíveis, em virtude da alta acentuada do petróleo, decorrente da guerra russo-ucraniana Como esse ano teremos potencialmente menos crescimento e menor inflação, a arrecadação de impostos será um grande desafio e, como é comum, em ano eleitoral, as pressões por mais gastos são maiores. |
SELIC | 12,25% | 12,25% | Seguimos com a nossa projeção do ano em 12,25%. Acreditamos que essa alta virá em mais duas reuniões (100 bps e 50 bps), de acordo com sinalização do Banco Central. A manutenção da taxa em 12,25% até o fim do ano nos parece mais adequada do que um pico de juros seguido de uma redução ainda em 2022. Uma Selic muito mais elevada teria um impacto recessivo na atividade. |
IPCA | 5,2% | 5,5% | Alteramos a nossa projeção de IPCA 2022 para 5,50%. A assimetria para o IPCA do ano ficou certamente altista após o início da guerra Rússia x Ucrânia. Cerca de 20% dos fertilizantes utilizados no Brasil vem da Rússia, que já anunciou paralisação das exportações. O setor agropecuário, que impacta diretamente o grupo Alimentação no Domicílio, já vem sofrendo quebras de safras e diminuição de projeção para o ano, e, somada à escassez de fertilizantes, acende o alerta. A defasagem da gasolina entre o preço doméstico e internacional está acima de 45% e, nesses níveis, o reajuste dos preços da Petrobras é um risco iminente. A cadeia de suprimentos já vinha sofrendo com o alto preço dos fretes e, com o início dos conflitos, essa situação se acentuou. Como viés de baixa, a redução de 25% do IPI da indústria reduziria em 20 bps a inflação do ano, mas como compensação pelas forças altistas, ajustamos nossa projeção. |
Dólar | R$ 5,35 a R$ 5,55 | R$ 5,35 a R$ 5,55 | Mantivemos o intervalo do dólar entre R$ 5,35 e R$ 5,55. O significativo diferencial entre taxas de juros domésticas e internacionais, vêm atraindo investidores. Um ponto fundamental aqui tem a ver com as incertezas sobre a durabilidade da guerra (mais de 15 dias ou menos?). Se a diplomacia for estabelecida de forma célere o viés do número tende a se aproximar do nosso câmbio de equilíbrio (abaixo). Se, no entanto, a guerra perdurar, nossa moeda também pode sentir o cenário global do conflito. De toda forma, acreditamos que as eleições de outubro ainda demandam alguma cautela com as cotações, daí este intervalo de amplitude um pouco maior. Porém, num cenário mais previsível, a cotação pode caminhar para o câmbio de equilíbrio, em torno de R$4,85. |
Ibovespa | 130 mil pts | 130 mil pts | Nosso target para o Ibovespa no final do ano permanece em 130 mil pontos. O fluxo intenso de capitais estrangeiros vem ajudando a manter o interesse em ações, não somente de 1ª linha, mas de algumas empresas que estavam extremamente descontadas. Existem, é claro, muitas incertezas pela frente, como as eleições em outubro e a crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia, além da mudança da política monetária do FED, que pode derrubar ainda mais as bolsas em NY e, por consequência, afetar a nossa bolsa. Porém, permanecemos acreditando que um múltiplo P/L em torno de 10x ainda seja factível. |
Juros EUA | faixa de 1,25 a 1,50% | faixa de 1,25 a 1,50% | Apesar do cenário de guerra afetar as expectativas de maior inflação global, sobretudo nos EUA, nossas estimativas continuam em cinco elevações de 25 bps ao longo deste ano. Com as cotações do petróleo acima de U$ 120 o barril, os preços da gasolina nos EUA dispararam e a inflação deve ficar pressionada por mais tempo, sendo compreensíveis eventuais demandas por elevações de 50 bps. Aliás, os BCs podem estar diante de uma encruzilhada: subir mais intensamente os juros, para evitar inflação, ou menos, pelos efeitos recessivos derivados. É um ponto de atenção no curto prazo. |