Incorporadora chinesa Evergrande entra com pedido proteção contra falência
NESTA MANHÃ
- A semana termina com mais um dia de agenda esvaziada. A visão de um aperto monetário mais forte nos EUA e as condições mais incertas do mercado imobiliário chinês, após o pedido de proteção contra falência da Evergrande, devem ser os principais drivers do dia. No cenário doméstico, a previsão é de conclusão da mini reforma ministerial, que promete destravar a tramitação de pautas relevantes no Congresso na próxima semana.
- As bolsas na Ásia fecharam em queda, frente às preocupações com a China e o setor imobiliário. Além disso, a perspectiva de política monetária mais apertada pelo mundo contribuiu para o dia de baixa. O índice Xangai Composto fechou em queda de 1,00%, enquanto o Nikkei caiu 0,55% e o Hang Seng recuou 2,05%.
- Na Europa, as bolsas exibem sinal negativo nas primeiras horas de pregão. O quadro econômico da China, após o pedido de falência da Evergrande nos Estados Unidos, transmite cautela. Na agenda local, o CPI da Zona do Euro influenciou pouco entre as bolsas europeias, garantindo apenas uma pequena redução de perdas. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,70%.
- O CPI da região caiu 0,1% em julho na variação mensal ante junho, vindo em linha com as expectativas do mercado. Na comparação anual o indicador subiu 5,3% em julho, também dentro do esperado.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street indicam abertura no negativo.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 4,22%.
- Os contratos futuros do Brent caem 0,36%, a US$83,82 o barril.
- O ouro subiu 0,30%, a US$1.894,96 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 26 mil.
AGENDA DO DIA
- 06:00 Zona do Euro: Índice de Preços ao Consumidor (CPI) (Jul)
- 09:30 Brasil: Roberto Campos Neto participa do Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial
- Brasil: Posse de Marcio Pochmann, novo presidente do IBGE
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa confirmou a maior sequência de perdas que se tem registro no índice, cuja série histórica retrocede até o início de 1968, com 13 sessões de queda consecutivas. O dia foi de baixa, recuando 0,53%, para 114.982,30 pontos, ainda influenciado pela cautela externa reforçada pela ata da reunião do Fomc na quarta (16).
As taxas futuras fecharam em alta diante do noticiário esvaziado no Brasil e da pressão persistente sobre os Treasuries nos Estados Unidos.
O dólar fechou em R$4,9810, recuando 0,10%. De acordo com operadores, após a forte rodada de depreciação das moedas latino-americanas, ontem houve uma pausa para ajuste de posição com retomada das commodities.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York estenderam as perdas da sessão anterior e fecharam em baixa. O movimento ocorre enquanto o mercado pondera sobre o futuro da trajetória de juros dos EUA, após a publicação quarta (16) de ata do Fed, lida como hawkish por analistas. O índice Dow Jones fechou em baixa de 0,84%, enquanto o S&P 500 recuou 0,78% e o Nasdaq caiu 1,17%.
Acompanhando os temores de uma inflação resistente, os rendimentos dos treasuries subiram.
Já o índice DXY fechou em alta de 0,14%. O dólar recuou frente ao iene e a libra assim como a maioria das moedas emergentes, porém avançou sobre o euro após comentários do dirigente do BCE Martins Kazaks, que afirmou que a probabilidade de qualquer alta adicional dos juros seria pequena e dependente de dados.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
O número de pedidos de seguro desemprego nos EUA na semana passada foi de 239 mil, uma queda de 11 mil em relação ao último dado, que foi revisado de 248 mil para 250 mil. O resultado veio levemente abaixo da expectativa do mercado, que esperava uma queda para 240 mil.
O índice de atividade industrial do Fed da Filadélfia subiu de -13,5 pontos em julho para 12,0 pontos em agosto. Foi o primeiro resultado positivo desde de agosto de 2022. O componente de novas encomendas – que esteve negativo por 14 meses consecutivos – subiu de -15,9 para 16,0 pontos em agosto, enquanto o de exportações passou de -12,5 para 5,7 pontos.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS BRASIL
O IGP-10 (Índice Geral de Preços – 10), medido pela FGV, caiu 0,13% em agosto, ante -1,10% em julho. Desse modo, o índice acumula variação de -5,32% no ano e de -7,37% em 12 meses. A alta dos preços das commodities foi um dos principais componentes para o enfraquecimento da deflação deste mês, podendo levar o índice de volta para o positivo.
POLÍTICA NO BRASIL
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, afirmou que “não tem arestas” para serem aparadas com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o Congresso. Também afirmou que o arcabouço será pautado para votação por Lira, entretanto, também pediu “abertura para o diálogo” para as demais medidas fiscais apresentadas para zerar o déficit primário no ano que vem. (Valor)
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cancelou a reunião de líderes partidários que ocorreria ontem (17) para definir a pauta da próxima semana. O cancelamento foi após a reunião de Lira com Lula para discutir a reforma ministerial que colocará o PP e Republicanos dentro do governo. A previsão é que o presidente da Câmara faça uma reunião na segunda-feira (21) para discutir o projeto do arcabouço. (Valor)
O hacker Walter Delgatti Neto foi convocado pela Polícia Federal (PF) para prestar novo depoimento nesta sexta-feira (18). A convocação ocorreu após a corporação encontrar contradições na oitiva do “hacker da Vaza Jato” na CPMI do 8 de Janeiro nesta quinta-feira (17). Além disso, novos elementos também foram encontrados na investigação, o que motivou a realização de um segundo depoimento. Delgatti explicou sobre os encontros que teve com a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu para que ele assumisse a autoria de um grampo que teria sido realizado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. (Agência Brasil / CNN)
CHINA:
O Grupo Evergrande, que já foi a segunda maior incorporadora da China, entrou com um pedido de proteção contra falência. O pedido foi feito por meio do “Chapter 15”, capítulo relativamente novo da lei das falências norte-americanas destinado a lidar com processos de recuperação judicial internacionais, originados em outros países. A incorporadora tem lutado para pagar seus empréstimos, que totalizavam cerca de R$1,7 trilhão no fim do ano passado. (CNN Brasil)
O Banco Central da China informou ontem (17) que vai aumentar o apoio à economia para tentar reverter o enfraquecimento da demanda interna, dificuldades que enfrentam algumas empresas e o aumento de riscos em áreas importantes. No relatório de política monetária o BC afirmou que vai aumentar o apoio para projetos de renovação de favelas e construção de habitação a preços acessíveis. (Valor)
Especialistas do setor e economistas dizem que os índices oficiais de preços de imóveis na China provavelmente estão subestimando a profundidade da crise imobiliária chinesa, em parte por causa de uma metodologia antiga que não capta as viradas do mercado. Isso preocupa os investidores e coloca em dúvida o quanto os próprios formuladores de políticas têm uma compreensão precisa do mercado quando desenvolvem medidas para sustentar a demanda. (Valor)
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