Setor de Serviços – Junho 2023
O setor de serviços cresceu 0,2% em junho ante maio, de acordo com a Pesquisa Mensal dos Serviços (PMS), divulgada pelo IBGE. O resultado veio abaixo da mediana das expectativas do mercado (0,4%), que variavam entre -0,9% e +0,8%. Já a leitura de maio foi revisada de 0,9% para 1,4%.
Na comparação com junho do último ano, houve expansão de 4,1% no volume de serviços, próximo a mediana de 4,2%. Nessa comparação, as estimativas oscilam entre 2,1% e 6,0%. Enquanto no acumulado de 12 meses a alta foi de 6,2%, ante 6,4% em maio.
Desse modo, o segundo trimestre do ano cresceu 0,5% na comparação com o primeiro trimestre do ano. Já na comparação com o mesmo período de 2022, os serviços registraram avanço de 4,00%.
Com o resultado, os serviços operam 1,5% abaixo do pico, em dezembro de 2022. Contudo, em relação ao nível pré-pandêmico (fevereiro 2020), têm alta de 12,1%.
Dentre as cinco atividades investigadas na pesquisa, três registraram expansão em comparação com maio. O destaque foi Serviços prestados às famílias (1,9%), seguido de Serviços de informação e comunicação (0,5%) e Serviços profissionais, administrativos e complementares (0,8%). Na outra ponta, Serviços de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,3%) e Outros serviços (-0,4%) registraram queda.
Já na comparação com junho de 2022, quatro entre as cinco atividades cresceram. Serviços prestados às famílias (5,8%) lideraram a alta, seguido de Serviços de informação e comunicação (5,6%), Serviços profissionais, administrativos e complementares (3,5%) e Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,7%). O único grupo que apresentou queda foi Outros serviços (-1,4%).
O índice de difusão – que indica o percentual de serviços com crescimento – subiu de 58,4% em maio para 59,6% em junho.
A leitura indica que o setor permanece resiliente, principalmente nas atividades de Serviços prestados às Famílias, que após um primeiro trimestre fraco apresentou grande recuperação, e nos Serviços de Transporte, impulsionados pela atividade agropecuária no início do ano.
Contudo, ainda vemos um cenário de desaceleração ao longo do ano, impactado pelo nível alto de juros. Para o PIB, mantemos nossa projeção de alta de 2,1% em 2023, com um segundo trimestre levemente negativo.
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia
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