Comunicado Copom – Agosto 2023
Comunicado Copom – 256ª reunião
DECISÃO DO COPOM
Com nova composição, incluindo os dois novos diretores indicados pelo atual governo, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino, o Copom do Banco Central (BC) reduziu a Selic para 13,25%, em sua 256ª reunião.
COMENTÁRIOS
O início do processo de distensão monetária não foi surpresa, embora o dilema entre um começo conservador ou mais audaz estivesse posto. Em outras palavras, a grande dúvida que pairava sobre a 256ª reunião era se o colegiado do BC promoveria uma queda de 0,25 p.p. ou 0,50 p.p., com a decisão recaindo sobre a segunda opção.
A deliberação dos diretores não foi de forma unânime (5 a 4), destoando da nossa expectativa e de boa parte do mercado. Os dois novos membros do Comitê, Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino Santos, votaram pela queda de 0,5 p.p., como já era esperado. Além deles, foram a favor da decisão o presidente do BC, Roberto Campos Neto, Carolina de Assis Barros e Otávio Ribeiro Damaso.
O dissenso era nosso cenário para esse encontro. Embora considerássemos que não seria despropositado que o movimento ora iniciado viesse com redução pouco maior, como foi, acreditávamos que o conservadorismo seria mais condizente com a estratégia traçada pelo Comitê, bem como o discurso que a autoridade monetária vem reproduzindo nos últimos meses.
No comunicado pós-encontro, o Comitê sinalizou que em seus próximos movimentos avaliará os desdobramentos da inflação, salientou o balanço de riscos como de costume, mas deixou subtendido que, se o comportamento da inflação permanecer favorável, novas quedas de 0,5 p.p. acontecerão em seus próximos encontros.
Reiteramos o que escrevemos no nosso texto depois da última reunião: “É notório que o cenário prospectivo de inflação está melhor, o que dá mais conforto para o banco central agir. Não somente o IPCA está mais favorável, como também as projeções no boletim Focus vêm retrocedendo nas últimas semanas, ancorando expectativas. Ademais, os IGPs da FGV estão apontando deflação, o que inibe um contágio maior sobre o índice oficial, via indexação dos contratos”.
Por fim, a despeito da inflação de serviços e dos núcleos do IPCA estarem rodando em níveis ainda pouco confortáveis, da defasagem dos preços de combustíveis, mas ponderando a cena geral, incluindo a queda consistente da inflação implícita, alteramos nossa projeção de Selic para o fim do ano, de 12,25% para 11,75%, ao considerar que as próximas reuniões deverão trazer reduções de 0,50 p.p. Para o ano que vem, acreditamos que a Selic terminal ficará em 9% a.a.
Comunicado Copom – 256ª reunião
Alexandre Espirito Santo – Economista-Chefe
Eduarda Schmidt – Analista de Macroeconomia
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