Redução da nota de crédito dos EUA e Copom são os destaques do dia
NESTA MANHÃ
- Hoje, a atenção do mercado doméstico se volta para a decisão do Copom no fim do dia. As apostas variam entre uma queda de 0,25p.p. e 0,50p.p.. No exterior, o mercado deve reagir ao rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Fitch. Além disso, teremos a divulgação do índice ADP, que registra a variação de empregos não-agrícolas nos Estados Unidos, e o PMI Caixin de serviços da China.
- A Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito de longo prazo dos Estados Unidos para ‘AA+’ de ‘AAA’. O Rating Watch Negative foi removido e uma Perspectiva Estável foi atribuída.
- As bolsas na Ásia fecharam em baixa nesta quarta, à medida que o rebaixamento da nota de crédito dos EUA pela Fitch pesou no sentimento dos investidores. O Nikkei recuou 2,30%, o Hang Seng caiu 2,47% e o Xangai Composto variou -0,89%.
- Na Europa, as bolsas operam em baixa de mais de 1%, também em função do rebaixamento da nota de crédito dos EUA. Nesse sentido, o índice Stoxx Europe 600 registra um recuo de -1,20% até aqui.
- Os futuros dos índices de ações do Wall Street sinalizam pressão baixista para o pregão de hoje.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 4,02%.
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,48%, a US$ 85,32 o barril.
- O ouro avança 0,38%, a US$ 1.951,54 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 29,7 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:15 EUA: Variação de Empregos Não-Agrícolas ADP (Jul)
- 18:00 Brasil: Decisão da Taxa de Juros
- 22:45 China: PMI Caixin de Serviços (Jul)
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa fechou em 121.248,39 pontos, cedendo 0,57% no fechamento. O dia foi movimentado pelos dados mais fracos na economia americana, europeia e chinesa, no cenário externo, e pelos ruídos da política doméstica diante das discussões entre Prates e Lula em relação à política de preços da Petrobras.
Nesse contexto, as taxas de curto e médio prazo terminaram em alta, enquanto as de longo prazo ficaram perto da estabilidade. O mercado pareceu evitar posições direcionais antes do Copom, considerando a divisão das apostas sobre o tamanho do corte, sobre a linguagem do comunicado e se haverá ou não consenso na votação. Além disso, o aumento das taxas se deu em meio ao avanço do dólar ante o real, que fechou com uma alta de 1,27%, em R$4,7900, e dos rendimentos dos Treasuries.
Os dados mais fracos na Europa e, em especial, na China, lançaram dúvidas sobre a trajetória de preços de commodities e detonaram um movimento de realização de lucros com divisas emergentes.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York apresentaram desempenho misto nesta terça-feira (1), devido aos índices de gerentes de compras (PMI) industriais das principais economias que aumentaram as preocupações sobre o enfraquecimento da atividade global. Além disso, o relatório de empregos Jolts dos Estados Unidos gerou interpretações diversas, indicando uma diminuição nas vagas disponíveis, mas com uma desaceleração gradual.
No encerramento, o índice Dow Jones teve um leve aumento de 0,20%, o S&P 500 registrou uma queda de 0,27%, enquanto o Nasdaq caiu 0,43%.
Os rendimentos dos Treasuries apresentaram alta à medida que os investidores analisaram os dados divulgados nos Estados Unidos, concluindo que esses não são suficientes para alterar significativamente a expectativa geral de que o Fed manterá as taxas de juros inalteradas em setembro.
No mercado de câmbio, o índice DXY registrou um aumento de 0,43%. A divisa americana operou em alta generalizada após os dados indicarem uma desaceleração na indústria em mercados avançados, mas uma melhora na atividade nos Estados Unidos.
INDICADORES ECONÔMICOS NO EXTERIOR
O JOLTs, relatório que avalia a abertura de postos de trabalhos nos EUA, caiu a 9,582 milhões em junho, resultado abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, de 9,8 milhões de vagas. Além disso, houve revisão para baixo no resultado de maio.
O S&P Global US Índice de Gerentes de Compras industrial (PMI industrial) ficou em 49,0 pontos em julho, acima dos 46,3 em junho, sinalizando uma nova, porém mais lenta, desaceleração nas condições operacionais dos produtores de bens dos EUA. A deterioração foi a terceira em três meses, embora a mais fraca neste período de declínio.
Além do PMI americano, os dados do PMI da Zona do Euro e da China sugerem um período de desaceleração na atividade manufatureira global. Na zona do euro, o PMI atingiu o menor nível desde maio de 2020 (42,7), enquanto na China foi a primeira vez em três meses que o PMI ficou em 49,2, abaixo da marca de 50, indicando contração na atividade industrial.
Foi divulgado também o ISM de manufatura dos EUA, que registrou uma alta de 0,4 pontos ao atingir 46,4 em julho, mas figura o 8° mês consecutivo em que o indicador se encontra em território contracionista (abaixo dos 50 pontos). De acordo com Timothy Fiore, membro do ISM, o setor de manufatura encolheu mais uma vez, mas essa alta marginal do indicador ilustra uma taxa menor de contração.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
A produção industrial subiu 0,1% em junho na comparação mensal, acima das projeções que indicavam queda de 0,1%, mas dentro do intervalo que oscilava entre -1,3% e +0,7%. Na comparação com junho do ano anterior, houve uma expansão de 0,3%, que também tinha mediana negativa de 0,1% e variava entre -3,2% e +1,0%. No segundo trimestre, a produção industrial avançou 0,4% em relação ao trimestre anterior, ante estabilidade nos três primeiros meses do ano. Dentre as atividades investigadas na pesquisa, apenas 7 das 25 apresentaram alta. Leia o relatório completo aqui.
Ontem (1) também foi divulgado o PMI Industrial da S&P Global do Brasil, que trouxe uma alta de 1,2 pontos, para 47,8 pontos no mês de julho. De acordo com a diretora da instituição, o enfraquecimento prolongado da demanda indica uma contribuição menor do setor para o PIB no segundo e terceiro trimestre de 2023 até o momento.
Os números divulgados ontem, terça-feira (1), da Balança Comercial de julho apresentaram um superávit de US$9,03 bilhões, sendo 68,7% maior que no mesmo período do ano anterior, considerando a média diária. No acumulado do ano, a balança registrou um superávit de U$54,1 bilhões, contra U$39,6 bilhões no mesmo período do ano passado.
POLÍTICA NO BRASIL
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), decidiu nesta terça-feira (1º), junto com os líderes partidários, adiar, por tempo indeterminado, a aprovação do novo marco fiscal do país. A intenção é aguardar o desfecho da reforma ministerial, que pode abrir espaço para PP e Republicanos dentro do governo, e só votar a proposta perto do fim do mês. (Valor)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se reuniram na manhã desta terça-feira (1) para discutir o plano de investimentos da estatal e possíveis futuras agendas de Lula com a empresa. A informação foi confirmada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República. Os detalhes foram divulgados após começarem boatos sobre um suposto pedido de Lula para que a Petrobras segurasse os preços dos combustíveis até onde fosse possível. (Valor)
O governo Lula (PT) trabalha para incluir na medida provisória (MP) que aumentou o salário mínimo para R$ 1.320, uma regra permanente de valorização do piso salarial nacional e a correção da tabela do imposto de renda para as pessoas físicas que elevou a faixa de isenção para R$ 2.640 mensais, além de mudanças na tributação de investimentos no exterior. De acordo com o deputado do PT, Merlong Solano (PT-PI), este seria um caminho para acelerar a tramitação das duas propostas, evitando a insegurança jurídica sobre a correção da tabela do IR, que corre o risco de perder a validade se não for aprovada esse mês. (Valor)
O presidente Lula (PT) afirmou nesta terça-feira (1) que vai criar um programa para baratear passagens aéreas. Em entrevista ao programa A Voz do Brasil no fim de junho, Márcio França, ministro dos portos e aeroportos, afirmou que o desconto será dado a quem não realizou voos domésticos nos últimos 12 meses, detalhou parte das medidas e falou sobre as negociações com as empresas para a implantação. Cada pessoa terá direito a quatro passagens, cada uma a R$ 200, por ano. (Valor)
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