Dados de inflação americana reforçam expectativa por Fed menos hawkish
NESTA MANHÃ
- Hoje, o destaque no Brasil é a divulgação (09h) das vendas no varejo (PMC), que tem expectativa de queda de 0,2% no varejo restrito e de 0,7% no ampliado. Lá fora, o foco fica com o balanço de grandes bancos nos EUA, como JPMorgan, Citigroup e Wells Fargo, e com o Índice de Confiança do Consumidor de Michigan (11h).
- As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam majoritariamente em alta nesta sexta-feira, após Wall Street acumular ganhos pelo quarto dia seguido ontem, em reação a mais um indício de que a inflação nos EUA está desacelerando. O Hang Seng registrou alta de 0,33%, enquanto o Xangai Composto subiu 0,04% e o Nikkei teve baixa de 0,09%.
- Na Europa, os mercados operam sem direção única, depois de acumularem ganhos na semana em meio a esperanças de que a desaceleração de preços nos EUA permita ao Fed encerrar seu aperto monetário em breve. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,03%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam sem direção definida.
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,79%.
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,09%, a US$ 81,33 o barril.
- O ouro recua 0,29%, a US$ 1.955,93 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 31,4 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: Vendas no Varejo (PMC) (Mai)
- 09:30 EUA: Preços de Bens Exportados e Importados (Jun)
- 11:00 EUA: Índice de Confiança do Consumidor Michigan (Jul)
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
O Ibovespa evitou perdas pela segunda sessão e fechou em alta de 1,36%, aos 119.263,89 pontos. Com o desempenho desta quinta, o índice volta a subir no mês (+1,00%) e no ano avança 8,68%.
Os juros futuros fecharam em alta também. O mercado não compartilhou do bom desempenho visto em outros segmentos, nem mesmo com o forte recuo nos rendimentos dos Treasuries. A explicação gira um pouco em torno da agenda esvaziada no Brasil e o pouco apelo do noticiário em relação às reformas.
Já o dólar à vista recuou 0,58% em relação ao real na quinta-feira, fechando o dia em R$4,7900, abaixo dos R$4,80 pela primeira vez em julho. O movimento se deu por um dado de inflação abaixo do esperado nos EUA, reforçando a expectativa de um Fed menos hawkish no próximo encontro.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam em alta, depois de o índice de preços ao produtor (PPI) dos EUA apontar desaceleração da inflação e dar mais uma injeção de ânimo aos mercados acionários ao fortalecer apostas de que a próxima alta de juros do Fed será a última do ano.
No fim da tarde, o índice Dow Jones fechou com avanço de 0,14%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,85%, primeira vez acima de 4,5 mil pontos desde abril de 2022, e o Nasdaq subiu 1,58%. As ações da Alphabet foram destaque, com valorização de 4,72%, após o Google lançar o Bard, serviço de inteligência artificial rival ao ChatGPT.
Os rendimentos dos Treasuries caíram nesta quinta-feira, após a desaceleração da inflação no atacado fornecer mais um indício de que o Fed poderá encerrar o ciclo de aperto monetário depois da esperada alta de juros este mês.
O dólar recuou ante outras moedas, derrubando o índice DXY abaixo dos 100 pontos pela primeira vez desde abril de 2022, com queda de 0,75% na sessão. Assim, euro e libra renovaram máximas e recordes em cerca de 15 meses.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
O índice de preços ao produtor (PPI) dos Estados Unidos subiu 0,1% em junho ante maio, de acordo com os dados com ajustes publicados pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado ficou abaixo da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam avanço de 0,2%. O núcleo do PPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, também aumentou 0,1% na comparação mensal de junho, vindo igualmente abaixo do consenso, de 0,2%.
Os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caíram 12 mil na semana encerrada no dia 8 de julho, a 237 mil, conforme informou o Departamento do Trabalho. O resultado veio abaixo da expectativa dos analistas consultados pela FactSet, que previam 248 mil solicitações. O total de pedidos da semana anterior foi revisado para cima, de 240 mil a 249 mil.
INDICADORES ECONÔMICOS NA ZONA DO EURO
O Banco Central Europeu (BCE) publicou a ata da reunião de 15 de junho, onde elevaram os juros básicos em 25 pontos-base por um “consenso bem amplo”. Na ocasião, foi mantida a visão de que riscos de alta para a perspectiva da inflação na zona do euro ainda prevaleciam. Neste contexto, para que as projeções de inflação se cumpram, dirigentes do BCE concluíram que seriam necessários, “no mínimo”, dois aumentos sucessivos dos juros, em junho e em julho, como detalha a ata.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de junho de 2023, mostrou que a estimativa para a safra agrícola de grãos deste ano é de um aumento de 16,78% em relação à produção em 2022. A Soja e o Milho, principais commodities brasileiras, tiveram aumento na expectativa de produção no ano, de 180 mil toneladas e 1,65 milhões de toneladas, respectivamente. Para ambas, a perspectiva é de safra recorde. Estamos vendo, no entanto, para algumas colheitas, o efeito do El-Niño começando, já refletindo a perda de produtividade das safras. Alguns itens apresentaram neste mês uma expectativa de produção mais baixa, mesmo com uma área plantada maior, em comparação com as últimas estimativas.
Para o fim de 2023 mantemos a nossa projeção para o PIB é de 2,1%, impulsionado pelo surpreendente desempenho do Agro, que no primeiro trimestre do ano cresceu 21,6%. Leia o relatório completo do LSPA aqui.
POLÍTICA NO BRASIL
O governo quer enviar a segunda parte da reforma tributária ao Congresso em agosto, de acordo com Randolfe Rodrigues. O pacote deve incluir leis para regulamentar o que já está tramitando e novas regras para impostos sobre a renda. (G1)
O Palácio do Planalto confirmou nesta quinta-feira a esperada troca no Ministério do Turismo, encerrando uma novela que se arrastava desde maio. Em reunião no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou o convite para que o deputado federal Celso Sabino (União-PA) assuma o cargo no lugar de Daniela Carneiro. (Valor)
O governo avançou em um acordo para terceirizar para o Congresso a construção de um projeto de lei que atualize o marco legal do saneamento. A expectativa é que um novo texto seja apresentado em agosto, assim que parlamentares retornarem do recesso. O deputado Fernando Marangoni (União-SP), que preside a Frente Parlamentar do Saneamento Básico e foi um dos autores do projeto de decreto legislativo (PDL) que derrubou mudanças feitas pelo governo no marco, seria o responsável pela construção da nova proposta. (Valor)
Fontes do governo brasileiro afirmam que o acordo entre Mercosul e União Europeia não deve avançar durante os encontros na Bélgica na semana que vem. Após assumir a presidência do Mercosul na semana passada, o Brasil enviou uma minuta aos sócios do bloco com a carta que gostaria de enviar como resposta aos europeus. O tom desse esboço é duro. Mas os outros membros precisam dar o seu aval – e não haveria tempo hábil para isso até a cúpula Celac-UE. (CNN)
Em leilões já anunciados até o ano que vem, o governo vai demandar que os interessados em participar de projetos de transmissão de energia, rodovias, terminais portuários, mobilidade e saneamento invistam no mínimo R$ 126 bilhões. A estimativa é da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib). (Valor)
Otto Alencar será relator do projeto do Carf no Senado. O senador tem prestígio na Fazenda e era o favorito para relatar a reforma tributária, antes de ser preterido. Ao Valor, Otto confirmou a notícia mas disse desconhecer o calendário alinhado entre Pacheco e Haddad. (Valor)
Governo se reúne com PP, PSD e UB sobre nome para comandar a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). A fundação é um tradicional reduto de indicações políticas e servirá de moeda de troca nas negociações para reforçar a base do governo no Congresso. (G1)
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