CPI de junho nos EUA é o destaque da agenda
NESTA MANHÃ
- Hoje as atenções do mercado se voltam para a agenda de divulgação de indicadores econômicos: o dado de inflação (CPI) dos EUA pode influenciar a trajetória dos juros americanos e os investidores já devem calibrar as apostas para a reunião de setembro. O índice cheio do CPI deve desacelerar de 4% em maio para 3,1% em junho, na leitura anual, segundo a mediana das Projeções Broadcast. Por lá, também acompanhamos o Livro Bege e ainda as falas de dirigentes do FED. Aqui no Brasil, o destaque é o resultado do setor de serviços de maio, que deve apresentar alta de 0,4%.
- As bolsas na Ásia fecharam sem direção única nesta quarta-feira, à espera do CPI e em meio a fatores geopolíticos. O Xangai Composto recuou 0,78% e o Hang Seng avançou 1,08%. Já o japonês Nikkei caiu 0,81%, após a Coreia do Norte lançar um míssil balístico de longo alcance em águas entre o Japão e a Península Coreana. No começo da semana, os norte-coreanos protestaram pela suposta violação de seu espaço aéreo por um avião dos EUA.
- Na Europa, os mercados acionários operam em alta com o índice Stoxx Europe 600 subindo 0,83%.
- Os futuros dos índices de ações de Wall Street apontam para uma abertura positiva
- O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,9443%
- Os contratos futuros do Brent sobem 0,10%, a US$ 79,48 o barril.
- O ouro avança 0,13%, a US$ 1.934,75 a onça.
- O Bitcoin negocia a US$ 30,1 mil.
AGENDA DO DIA
- 09:00 Brasil: Crescimento do Setor de Serviços (Mai)
- 09:30 EUA: Índice de Preços ao Consumidor CPI (Jun)
- 10:45 EUA: Discurso de Kashkari, membro do FOMC
- 10:45 Europa: Pronunciamento de Lane, do BCE
- 15:00 EUA: Livro Bege
- 17:00 EUA: Discurso de Loretta Mester, membro do FOMC
RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL
Mantendo viés negativo pelo segundo dia, o Ibovespa cedeu 0,61%, a 117.219,95 pontos no fechamento desta terça-feira (11). A queda chegou a ser de 1,9% assim que foi divulgado o IPCA, porém o movimento foi amenizado ao longo do pregão, à medida que os juros futuros recuaram. Apesar da deflação de junho, abertura do índice, chamou a atenção a alta de 0,62% na inflação de serviços, após variação negativa de 0,06% em maio. Essa é uma métrica bastante acompanhada pelo Banco Central e, por isso, o mercado passou a reduzir a probabilidade de corte de 0,5 ponto porcentual na Selic na reunião de agosto.
A volatilidade também foi sentida no mercado de juros futuros, que fecharam perto da estabilidade, com viés de alta nos vencimentos curtos e de baixa nos longos. A curva foi pressionada para cima pela manhã, após o dado do IPCA, mas à tarde o mercado passou por uma rodada de alívio determinada pelo aumento do otimismo com as pautas econômicas aprovadas pela Câmara e que agora estão no Senado.
O dólar à vista recuou 0,43% em relação ao real, a R$ 4,8616, revertendo a alta de 0,34% observada na véspera. Ajustes de apostas para os próximos passos da política monetária aqui e nos Estados Unidos deram o tom da sessão. O desempenho do real também foi beneficiado pela expectativa positiva de evolução da reforma tributária.
EXTERIOR
As bolsas de Nova York fecharam em alta, à espera do CPI que sai hoje. O índice Dow Jones subiu 0,93%, o S&P 500 avançou 0,67%e o NASDAQ fechou com alta de 0,55%. O setor com o melhor desempenho entre os 11 do S&P 500 foi o de energia, em meio à valorização do preço do petróleo no pregão, com as gigantes Chevron e ExxonMobil trazendo altas de 1,85% e 1,22%, respectivamente.
Em relação aos títulos do Tesouro americano, os retornos avançaram nos vencimentos de dois anos, mas recuaram nos de 10 e 30 anos. Próximo ao fechamento das bolsas, o rendimento do T-Note de 2 anos avançava a 4,881%, o da T-Note de 10 anos caía a 3,979% e o T-Bond de 30 anos recuava a 4,020%. Nesse contexto, o mercado de Treasuries parece se posicionar para uma surpresa negativa do núcleo de inflação, observando os próximos passos do FED atentamente.
Frente a outras moedas, o dólar recuou nesta terça, numa oscilação de -0,24% medida pelo índice DXY. Uma das razões para a variação foi a valorização da libra, que se apoiou na aceleração do crescimento de salários no Reino Unido, que registrou um aumento anual de 7,3% no trimestre encerrado em maio, aumentando as apostas para um reforço do aperto monetário pelo Bank of England.
INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL
O IPCA de junho teve queda de 0,08%, abaixo das expectativas da Órama (-0,04%) e mais forte do que do mercado (-0,10%), que oscilavam entre -0,19% e -0,01%. Em 12 meses, o índice acumulou 3,16%, menor resultado desde setembro/2020. A leitura veio dentro do esperado, com uma deflação movida pela diminuição do preço dos combustíveis. O recuo da média dos núcleos junto com a desaceleração do índice de difusão apontam um cenário positivo e mais consistente da desinflação. A alta nos serviços é um ponto de atenção, contudo, não suficiente para consolidar uma trajetória. Para 2023, alteramos marginalmente nossa projeção para 4,8%, de 4,9% anteriormente. Em relação à próxima reunião do Copom, nossa perspectiva é que o Comitê deve cortar os juros em 25 bps. Leia o relatório completo aqui.
INDICADORES ECONÔMICOS NOS EUA
Em entrevista ao Financial Times, o presidente do FED de Nova York, John Williams, disse esperar um menor crescimento econômico para o segundo semestre de 2023 e para o primeiro de 2024. Ele indicou que a política monetária ainda não está em patamar restritivo o suficiente para levar a inflação à meta de 2%, acrescentando que os membros do FED almejam alcançá-la no horizonte de “alguns” anos. Em relação ao mercado de trabalho, ele disse esperar um aumento para 4% até o fim deste ano, indo para 4,5% até o fim de 2024. Em conclusão, Williams projeta que o PCE, núcleo de inflação americano, recue para algo em torno de 3% no fim de 2023 e para 2,5% ao fim de 2024. (FED NY)
POLÍTICA NO BRASIL
O presidente Lula em sua transmissão semanal, “Conversa com o Presidente” disse que o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, é “teimoso”. Ele destacou que a inflação está caindo e logo deve começar a baixar a taxa de juros. (CNN)
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou nesta terça-feira (11) a escolha do senador Eduardo Braga, líder do MDB, como relator da reforma tributária. Braga é próximo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e é conhecido por uma postura técnica em temas dos quais é relator. Haddad disse que a reforma tributária já tem a “marca” do Senado e que os parlamentares da Casa Legislativa devem apenas “aparar” o texto. (CNN)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a elogiar a aprovação da reforma tributária na Câmara e disse que o esforço do governo para aprová-la não se trata de “dando que se recebe”, mas de “negociação” com os partidos. Na reta final da tramitação da PEC da reforma tributária e do projeto de lei do Carf na Câmara, o governo liberou em apenas sete dias de julho mais emendas parlamentares do que já havia empenhado no acumulado dos primeiros seis meses do ano. Ao todo, foram distribuídos R$ 8,56 bilhões. (Valor)
O Planalto aguarda aval de Lira e Pacheco sobre saneamento após o encaminhamento de minuta de novo decreto para os presidentes da Câmara e Senado na segunda-feira. As alterações atendem parcialmente aos pedidos dos parlamentares e envolvem a possibilidade de regularizar a prestação de serviços no setor por parte das empresas públicas em situação irregular. O texto ainda é preliminar e deve passar pelo crivo de Lira e Pacheco antes de sua conclusão. (Valor)
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