Após forte deflação do IGP-DI, mercado monitora divulgação do IPCA de maio

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NESTA MANHÃ
  • Hoje, no Brasil, o destaque é a divulgação da inflação (estimativa de 0,33%), após uma forte deflação do IGP-DI ontem, e se a leitura vai consolidar a trajetória que o mercado está esperando para Selic. No exterior, teremos a Balança Comercial americana.   
  • As bolsas na Ásia fecharam sem direção única, após dados fracos de exportação da China e ganhos modestos nos negócios de ontem em Wall Street. O Nikkei caiu 1,82%, enquanto o Hang Seng avançou 0,80% e o Xangai Composto avançou 0,08%. 
  • As exportações chinesas sofreram queda anual de 7,5% em maio, contrariando projeção de alta de analistas consultados pela FactSet, que esperavam alta de 5,5%, e reavivando preocupações sobre a perspectiva econômica global.
  • Na Europa, as bolsas operam em baix, à medida que dados fracos da balança comercial chinesa realimentaram temores sobre o arrefecimento da demanda global. Desse modo, o índice Stoxx Europe 600 recua 0,02%.
  • Os futuros dos índices de ações de Wall Street operam sem direção definida.
  • O rendimento do T-Notes de 10 anos está em 3,68%.
  • Os contratos futuros do Brent sobem 1,10%, a US$ 77,13 o barril.
  • O ouro avança 0,08%, a US$ 1.965,20 a onça.
  • O Bitcoin negocia a US$ 26,7 mil.
AGENDA DO DIA
  • 09:00 Brasil: IPCA (Mai)
  • 09:30 EUA: Balança Comercial (Abr)

RESUMO DO FECHAMENTO ANTERIOR
BRASIL

O otimismo com os ativos domésticos diante da expectativa por cortes da taxa Selic no segundo semestre levou o Ibovespa a encerrar o dia em alta de 1,70%, aos 114.610,10 pontos, o maior nível de fechamento do ano. Os ganhos foram puxados por papéis ligados aos segmentos de consumo (3,24%) e imobiliário (3,17%), sensíveis aos juros, após o IGP-DI ter mostrado deflação, e pela Petrobras, que avançou mais de 2% mesmo em um dia de queda dos preços do petróleo. 

Os juros futuros sustentaram o sinal de baixa durante todo o dia, amparados pelo IGP-DI de maio abaixo do piso das expectativas. Na maior deflação desde abril de 1947, o indicador deu gás às apostas no início do ciclo de distensão monetária em agosto, com a curva já apontando quase 100% de probabilidade de um corte de 25 bps na Selic.

O dólar à vista emendou o quarto pregão consecutivo de baixa, com recuo de  0,37% na sessão, cotado a R$ 4,9120. De acordo com operadores, o real voltou a se beneficiar do apetite por divisas latino-americanas de países com taxas de juros elevadas, na esteira da recuperação de preços de commodities. Circularam notícias de que a China teria orientado bancos estatais a cortar juros para depósitos em dólares. 

EXTERIOR

As bolsas de Nova York fecharam em alta, com apoio sobretudo do setor financeiro. Os ganhos dos bancos contrapuseram a queda entre empresas do setor cripto, após processos da Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM americana) contra as corretoras Binance e Coinbase. O índice Dow Jones fechou em alta de 0,03%, enquanto o S&P 500 avançou 0,24% e o Nasdaq subiu 0,36%.

Os rendimentos dos Treasuries tiveram dificuldades para firmar direção única, em sessão de agenda macroeconômica esvaziada. Investidores consolidam aposta de que o Fed manterá os juros básicos em junho, mas voltará a aumentá-los em julho. No fim da tarde, o retorno dos títulos mais curtos avançavam enquanto a ponta mais longa recuava. 

O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, subiu 0,12%, com a moeda avançando frente ao euro e a libra, mas tendo impulso limitado. 

NOTÍCIAS NO EXTERIOR:

A Securities and Exchange Commission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana) entrou com um processo, na segunda-feira (05), contra a exchange de criptoativos Binance e o seu fundador, Changpeng Zhao, por manter operações ilegalmente nos Estados Unidos. 

Na noite de terça-feira (06), a SEC entrou com pedido para que se congele os ativos da Binance e a obrigue a repatriar os ativos detidos de seus clientes em até dez dias após a aprovação do pedido. De acordo com a casa de análise Nansen, em 24 horas, os clientes sacaram cerca de US$ 780 milhões em criptoativos.

INDICADORES ECONÔMICOS NO EXTERIOR:

O Banco Mundial revisou para cima sua previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) global neste ano, de 1,7% a 2,1%. O número ainda representa uma desaceleração em comparação a 2022, quando cresceu 3,1%, e é ameaçado por riscos de maior contágio dos estresses no sistema financeiro ou persistência de pressões inflacionárias. A análise faz parte do relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgado nesta terça-feira.

O Banco Mundial observou que a economia global permanece em um “estado precário”, abalada pelos efeitos prolongados da invasão russa da Ucrânia, choques da pandemia e aperto acentuado da política monetária para controlar a alta inflação. De acordo com o documento, a revisão para cima nas projeções se deve aos dados mais fortes do que o esperado no começo de 2023, embora as previsões de diversos países tenha sido rebaixada.

INDICADORES ECONÔMICOS NO BRASIL:

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou queda de 2,33% em maio, após uma redução de 1,01% em abril, de acordo com a FGV. A leitura apresentou a deflação mais acentuada desde abril de 1947, quando tinha recuado 2,59%. O resultado do indicador ficou abaixo do intervalo das previsões do mercado financeiro, que estimavam uma queda desde 2,15% a 1,60%, com mediana negativa de 1,88%. Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma redução de 3,56% no ano. Em 12 meses, houve recuo de 5,49%.

POLÍTICA NO BRASIL:

O presidente Lula cogita fazer ao menos duas trocas em seu Ministério, em meio às dificuldades que vem enfrentando em votações na Câmara dos Deputados. Estão com os cargos ameaçados os ministros das Comunicações, Juscelino Filho (União-MA), e do Turismo, Daniela Carneiro (União-RJ). Segundo um integrante do primeiro escalão do governo, existem “conversas” sobre essa possibilidade dentro do Palácio do Planalto, mas, por enquanto, não há uma decisão tomada. (Valor)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou nesta terça-feira (06) que as diretrizes da reforma tributária já estão bem definidas. Afirmou ainda que a reforma terá um fundo de compensação a Estados e municípios. O relator do projeto, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), disse que a proposta de reforma tributária será votada no plenário da Casa na 1ª semana de julho. (Valor / Poder 360)

O STF retoma nesta quarta-feira (07) a análise sobre o marco temporal para demarcações de terras indígenas. O julgamento ocorre dias depois que o Legislativo avançou sobre o tema e aprovou o projeto de lei sobre a o tema. O caso está paralisado na Corte desde setembro de 2021, por um pedido de vista feito pelo ministro Alexandre de Moraes. (Poder 360)

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